PERFEITOS ESTRANHOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Hipocris-itudes eternas! Hipocris-idades imortais!
Verbos verbalizam sendas longínquas do ser. Os
lácios do Verbo da Língua Inglesa patenteiam o in-audito das ações à busca do
Ser do Inter-dito. Os lácios do Verbo da Língua Francesa realizam o silêncio da
sensibilidade à busca do Ser do Espírito. E por que os lácios do Verbo da
Língua Alemã corroboram-se no fim do período? Perfeitos estranhos.
Mentes mergulhadas em verdades inter-ditas de
sombras a envelarem horizontes, de brumas a encobrirem universos, de trevas a
esconderem o silvestre da floresta, as margens do rio; almas chafurdadas em
esperanças entre-laçadas de vazio e nada glorificando o Apocalipse da
In-dignidade e des-honra, louvando o Hades da Proscrição e Heresia, ideais
entupigaitados de nonsenses do sonho, enaltecendo as primevas trevas do mundo,
em cânticos mefistofélicos da maldição, ódio, insensibilidade, sem valores -
alma penada vagando em túmulos do poder, sem virtudes - instintos condenados
perambulando nos epitáfios de tabernáculos à luz das imagens sacras sem ética -
carne sem ossos, rogando o verbo da plen-itude, a verbalização da essência
absoluta do divino, sem moral - cinzas dos princípios primevos re-nascidas nos
umbrais da amoralidade que seduz os dogmas da indecência, corações perenecidos
de utopias de ideologias, interesses espúrios da alienação, ausência da fé de
as bem-aventuranças salvarem o eidos do sublime, In-sensibilizando as dimensões
trans-cendentais dos desejos de liberdade, vontade da divin-idade, ossos,
cinzas, nada, des-carne das ilusões que, nas fontes do uni-verso além das
con-tingências, alimenta-se de a-nunciações do gozo de serem sementes de
gerúndios de sonhos, indicativo presente do Ser-com a vida, Ser-para-a-morte,
palavras, versos, re-versos, in-versos, estrofes, acorrentadas de símbolos,
signos, metáforas ao secular, milenar gozo do abismo inaudito indizível
"Ad perpetuum nihil"...
Passado sem vírgulas entre ad-vérbios temporais.
Pretéritos sem o tempo da continuidade entre as imperfeições e perfeições, sem
o olhar percuciente às intenções das utopias e intenções de liberdade. Eterno
eterniza nonadas perdidas nos vácuos. Espelhos espelham imagens projetados no
infinito, no buraco negro. No finito infinitivo do vazio metáforas cintilam.
Nos gerúndios particípios das angústias, linguísticas brilham. Sou quem não
sou, não sou quem. Pervago nas estradas de poeiras semânticas sozinho. As
esperanças devem acompanhar passos comedidos. Cogito ergo nom sum nos
universos. Semânticas ilusões preenchem espaços, distâncias campesinas.
Fals-itudes plenas e divinas... Versos, re-versos
da morte, fim con-tingente do corpo, re-citando evangelhos do sem-verdade de
ovelhas em rebanhos da ausência de fé, im-plorando o des-paraíso terreno, o
baldio dos becos sem saídas, nos tabernáculos de templos edificados às glórias
chifrudas da infidelidade ornamentada de prazeres, saltitâncias, perecendo da
alma as quimeras da felicidade, fantasias do amor, quimeras da Cáritas,
estrofes in-versas de pós-cinzas, nada do Ser, nonada do espírito ,
ads-tringentes do frio milenar, secular da des-ética, des-moral, vivenciadas
nos mata-burros da não-travessia da noite da Idade Média pós-moderna aos raios
de sol que de-clamam as vers-itudes lusitanas da esperança da glória eterna, as
luzes da ribalta mundial com que os palhaços brincam, di-vertem-se, riem de
angústias e tristezas, sonhando o camarim da alegria, idealizando a imagem
re-fletida no espelho da re-presentação da imagem do ser-com-os-verbos-do
infinito...
Semânticas ilusões preenchem espaços, distâncias
campesinas. Presente sem vírgulas entre verbos defectivos. De forma alguma pers
palavras significam. Multiplicam sentidos nos uni-versos multifacetados,
dispersos. Lâminas afiadas ceifam signos, significando sorrelfas. Ando sozinho
perscrutando arribas de sombras.
Saio de pequenas frases, entro no abismo de ventos
frios, perpassando as dimensões da contingência, atingindo os auspícios do
inaudito. Quiça a roda-viva do ser e não ser movimente o redemoinho das
volúpias e êxtases, das atitudes e liberdade.
#riodejaneiro#, 24 de junho de 2019#
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