GRAÇA FONTIS PINTORA POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA INTERPRETA A RAPSÓDIA #RAPSÓDIA DE ÁGUAS E LUZES#
Alguns
refutam o correto, os demais procuram perspicazmente seguir seu mestre ou pelo
menos chegar perto, é o que faço com a mesma vivacidade faiançada e soberana
que este grande escritor dimensiona seus escritos com categoria e
engenhosidade, no caso este belo texto, "RAPSÓDIA DE ÁGUAS E
LUZES"... com engenho e talento, vai dispensando as palavras corriqueiras
para acessar esse mundo absurdamente fantasmagórico no qual chega e senta,
sentindo-se deliciosamente confortável ao ponto de materializar seu lúdico
objeto, raiz dessa potência momentânea, uma musa inspiradora e inusitada, cujo
ofício inspirador já haver sido inspirado por outrem, seria que haja
metaforizado a dita? Assim, discorrendo com genialidade um colóquio particular
e apelativo, sobrepondo as sandices e mediocridades de palavras inúteis, com
versatilidade, fixação e diversificação das coisas e idéias numa mistura
simultânea, espetacular e gratuita a elevarem-no ao lugar legal de destaque
entre os grandes criadores da beleza escrita, restando-nos a reserva de uma
dúvida: se o autor foi absorvido pelas letras ou as letras pelo autor neste
despertar de solicitações tão íntimas, turísticas e inquietantes ao buscar
outros encantos em terras pretéritas outras do presente com fidelidade e
dedicação ímpares no intuito de que os seus feitos perdurem, eternizem-se nas
expressões futurais, missionando-se a conduzir o presente para além deste
momento que passa meteoricamente aos nossos olhos, mas sem intimidar-se vai
rolando despressado seus sentimentos e emoções reveladores da sinceridade não
oscilante quanto sua inteligência trabalhada no decorrer dos longos tempos já
livre de interesses, despido das ostentações vãs ou sucessos e glórias
desprovidos da verdade, preocupando-se mais com o resultado obtido a cada nova
palavra e novos símbolos efetuados a tantas quantas pesquisas que satisfaçam a
sede de uma estética fatalmente impactante que impressione a si e outros com
nuanças excepcionais às suas diversas facetas fornecidas aos leitores com
precisão e qualidade incontestáveis!
Assim senti
dentro desta leitura fantástica, cabendo esta pequena síntese, meu querido, sem
cair na prolixidade, pois meu tempo é curto, e quando disparo a escrever não
distingo a hora de parar, inda mais aqui dentro deste texto fenomenal em que o
mundo do criador é um e o meu é outro. Assim que me deito neste regaço,
mergulhando profundo na tentativa de captar dimensões de suas águas e luzes sem
fronteiras com a minha extensa admiração. Parabéns sempre!...
Graça Fontis
Há instantes
em que responder a uma crítica é sobremodo delicado e complexo. Há na crítica
sinais de inúmeros prismas de análise e interpretação, campo minado de
compreensões e entendimentos.
Esta crítica
está eivada de inúmeras dimensões de visão de minha obra, não sendo apenas
ponto de vista o autor e as letras absorveram-se. A preocupação fremente de
minhas letras é a ESTÉTICA, o mais complexo de ser atingido. E para esta
jornada era mister colocar na mochila as águas, símbolo, metáfora, signo das
contingências, dores e sofrimentos ao longo do tempo, as luzes sendo símbolo,
signo, metáfora dos desejos, utopias, vontades, sonhos e esperanças, a
Filosofia, Poesia e Literatura aderidas. Vida e obra entrelaçados, embora a
obra transcenda o autor, a eterna dança: a obra subir os degraus, a vida descer
o abismo, vice-versa. Esta é a consciência-estética almejada, projectada, a
síntese que constitui a Beleza, a Estesia, o valor estético. Emoções,
sentimentos, sensações diante das coisas do quotidiano, dos acontecimentos, a
existência no mundo, devem sincronizar com os ideais, utopias, pensamentos e
idéias, o dito e o inter-dito harmonizarem-se e sintonizarem-se com o intelecto
e a razão, o homem por inteiro, e este só se revela ao longo do tempo, não
adianta pressa, ansiedade, o Ser se faz continuamente, "a cada nova
palavra e novos símbolos efetuados a tantas quantas pesquisas que satisfaçam a
sede de uma estética fatalmente impactante que impressione..."
Impressionando-me por eles estarem respondendo às minha quimeras, eis o grande
desafio da Consciência-Estética, responder aos anseios da Beleza.
Sou quem a
parabeniza, inestimável e amada Companheira das Artes e Esposa, por desnudar,
desvelar outras dimensões de minha obra com tanta perspicácia, engenhosidade,
tiradas efetivamente da realidade de minha vida literária, condenado a conduzir
o presente para além dos momentos, missão a que me entreguei livremente.
Manoel
Ferreira Neto
RAPSÓDIA DE
ÁGUAS E LUZES
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: RAPSÓDIA
Oh musa –
inspiradora ou não, isto pouco importa, - vago errante pelos sentimentos e
emoções à busca mais uma vez de inspirar-me as águas, revelando-me elas a
sublimidade, quando as alegrias, felicidades, contentamentos são as primevas
três gotas a jorrarem da fonte, e, reunidas, expressem as palavras, imagens,
poesia que me habitam. Por último, manifestando as luzes, a inspiração,
intuição, percepção tomem-me o espírito e alma, serenas e vivas, quando a
inteligência, sabedoria, e por que não a razão e intelecto, só respondem ao
desejo íntimo de mostrar-me.
Pedir-vos
que me inspirem não é de interesse subjacente e entrelinhas, se me é dado
sentir as águas e luzes, não é necessário que me inspirem, existem em mim,
sou-as bem profundo, não se trata de modo algum.
Quem sabe
pudesse dizer “clamar” por me habitar a arte e engenhosidade, presenciando a
luz do sol incidindo nas primevas gotas de águas caídas, e já são milhares que
jorram, a beleza, o resplendor da continuidade de sentimentos e lembranças que
me tomam por inteiro a vida. A continuidade das águas, a luz do sol incidindo
nelas, e seguem caminhada iluminadas?
Responder é
o que me aconselha e sugere, antes, isto o que intuo estais interessada, a
verdade das palavras, imagens, poesia, de vos dizer o que é “clamar por me
habitar a arte e engenhosidade”. Não vos diria ser empresa árdua responder-vos
o porque de haver dito assim – aliás, oh Musa, estive a pensar que talvez não
habitasse a arte e engenhosidade, com a vossa contribuição e gentileza, se revelam
e manifestam, compreendo que amam ocultar-se e revelar-se, em extensão à
natureza.
Não creio
serem nestas palavras que desejais ouvir de mim, pedindo-me que me deixe seguir
a jornada, floresta, campo, vale e serra, e assim realizando as dimensões do
espírito e da alma, mergulhando profundo em mim.
Sois vós a
quem invoco, após todas as experiências e vivências. Não conheço as entrelinhas
das águas e luzes que estão a jorrar a cada palavra escrita, a cada oração,
frase, sentença, parágrafos, quanta vez não senti forte e verdadeiro em mim
estou a escrever na escuridão, na sombra, no claro, no límpido, nada podendo
dizer, apenas sentir, a assim surgindo novos escritos, sempre à busca da
sublimidade.
Concedei-me
tudo o que o coração deseja, não há coisa mais excelente, nem mais bela, e que
na vida reine o sublime, quando os inimigos se roem de inveja, os amigos
exultam de prazer, e, mais que tudo, indizível é a satisfação de estar leve,
diria uma pena de águia que lenta cai sobre o capim verde da montanha.
Dá-me as
imagens e poesia, convidando-me a banhar-me nas águas que jorram límpidas.
Mergulho-me, levanto a cabeça e deixo a luz do sol incidir-se sobre ela. Pode a
vida abandonar-me, contanto que, antes, brincando na praia de areias brancas,
quando o sono interminável me toma por inteiro e só acordando com o coração
exultante de alegria e contentamento.
Oh musa, há
muito me esqueceu de responder-vos ao vosso questionamento, pois que, disse-o,
se não me falta a memória, não ser “clamar” o termo que tanto desejava
expressar, por alguma razão, não se mostrava nítido, uma vaga sensação de vento
que toca a pele, um frio perpassa a medula, mas que agora posso dizer-vos com
clareza e limpidez serem os verdadeiros sentimentos que é mister revelar de uma
só vez e a verdade das águas e luzes sejam expressas, mesmo que o vazio me tome
por inteiro, acompanhado do sono profundo.
Sim, oh
musa, era isto o que desejava vivo em mim, e que de algum modo está expresso –
“de algum modo” por continuar um mistério o que nas entrelinhas se encontra
manifesto e latente.
Sorrio.
Sorriso leve e matreiro, se assim posso me expressar de modo a anunciar nobres
sentimentos, procedendo como não seria de não se esperar das águas e luzes.
#riodejaneiro#,
05 de junho de 2019#
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