#AFORISMO DA MORTE: DE PRETÉRITOS AD-JACENTES À SOLEIRA DOS VERBOS PERCUCIENTES?# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Muvuca na metafísica do inferno. Inferno na
metafísica da muvuca. Metafísica no inferno da muvuca.
Só, solidão, sozinho andando por entre os homens,
homens por mim passando, às pencas, vai haver homens neste mundo, Deus do
céu!... nem mesmo movimento leve da cabeça a cumprimentar. Por um lado, isto é
o que é, por outro é a terra. Terra de vazios, terra de nadas, terra de cinzas,
terra-mãe. Mundo de forclusions, manque-d´êtres, mauvaises-foi.
Inverno, "templo" nublado, frio à luz do
espírito, o além re-vestido de sonhos, utopias do trans-cendente pre-figurando
os lírios do campo, as crisálidas no canteiro dos jardins, con-figurando as
orquídeas da serra, re-presentando o éden de sorrelfas, o templo de utopias -
inspiração, sensibilidade, verbo da plen-ítude compondo desejos do ad-vir,
re-pondo as sensações que fluem calientes, as chamas que afloram seduzem-me
mucho; a noite natural e não encantada, algo irredutível ao sopro dos causos,
lendas, mas incorporado ao coração utopias... a criança recolhendo o mito -, na
alma perpassam angústias, tristezas, desconsolo, desolação. E o que
res-ponderia à questão de as indagações de agora são angústias, tristezas,
desconsolo, desolação de caráter simples, o instante é de outras emoções,
sentimentos, mas inda não os verbalizei. Quiçá, transcendendo-me, inda qualquer
a-nunciação, sonhos dentro de utopias, dentro de ideais e idéias. Se todas as
coisas são profundas? É uma característica desagradável, faço com que tenha de
forçar os olhos, e sempre achar mais do que desejava, queria, ansiava por...
Que trafulhas, tramoias, trambiques com que descrever como estou existindo
hoje?
Inter-ditos da morte
E o des-conhecido de morrer
Náuseas da verdade absoluta
Perspectiva que é continuidade no tempo
Verbo da plen-itude, compondo desejos do ad-vir.
Amanhã será o ontem de hoje, ontem será o hoje de
amanhã, hoje será o ontem de amanhã? Nada. Nonada, Instante-limite. Travessia.
A re-velação do porvir é impossível porque a alma vagueia na lua cheia, pervaga
nas trevas, perambula nas cavernas resididas por morcegos - aquelas noites no
casebre à soleira da montanha iluminado a lamparina, panos rasgados em todas as
frestas das portas e janelas, proteção contra os morcegos... criança olhando as
coisas, ouvindo os sons da noite, lavrando as percepções, intuições, enquanto
os adultos trocavam causos... instantes pretéritos -, quiçá medievais, de
pretéritos ad-jacentes, ad-stringentes às contingências, náuseas da verdade
absoluta. Quem fui ontem o presente diz haver sido único e apenas o olhar as
perspectivas da vida que é continuidade no tempo, eis o segredo das coisas
sinistras, o verbo do ser se compõe ou compõe sua lírica na esperança do eterno
e o eterno se compõe na esperança do verbo.
Pensamentos que pensam... Posso ser indigno e
adulador, desonrado e capacho com única virtude, e o quanto isso é sério
requereria penitências. Não ser tão amante do tempo, a ponto de minha face, se
se quiser "rosto", fisionomia, semblante não mostrar futuro algum. A
inflexibilidade é virtude de época diferente daquela da honestidade, a lei da
perspectiva da percepção é o egoísmo. Cositas que aceleram as pulsações
cardíacas, que dizer ou responder a isto com percuciência sem impingir
penitência, pecado contra as hipocrisias do tempo e das gerações?
A alma vagueia na lua cheia
O eterno se compõe
Trans-cendentes pre-figurando os lírios do campo
Além re-vestido de sonhos, utopias.
Idílios sorrelfam as magn-itudes do uni-verso
Às sara-palhas dos ideais a res-posta à
não-resposta
"DE PRETÉRITOS AD-JACENTES À SOLEIRA DOS
VERBOS PERCUCIENTES?", o que é isto?,
Gerundiando os partícipios de trevas e cosmos
Metafísica da des-plen-itude, poeira de
ads-emeritudes.
Seria houvesse cumprido conforme todos os
princípios, etiquetas o meu dever nato, com que desde as antemãos às revezes
nasci, ser intérprete de algumas gotículas de hipocrisia desta conjuntura social
e humana, tintas são insuficientes para demonstrá-las a todas. Hão-de dizer,
afirmar, categorizar fora eu homem incompreendido, existi entre desafeições e
friezas, pena tal me haja acontecido. No sentido de poder suportar a dor da
incompreensão, rejeição, então passei a enxergar hipocrisias onde não há. Quê
excelente veneno, hein!... Só aos mortos soube ensinar os verdadeiros estilos
de viver.
Se é que se possa acreditar, inda que se entregando
às fantasias do limite, o eterno se compõe, quais versos, estrofes, ritmos,
sinfonias, óperas, serestas, serenatas, acordes e musicalidade, na esperança do
verbo, tudo são medos da vida que são infinitivos do tempo. E quem tem medo do
sonho de amar o verbo verbaliza o ab-surdo de viver unicamente os inter-ditos da
morte e o desconhecido de morrer, tudo são justificativas, explicações de um
orgulho da espécie e da raça, estirpe e laia.
#riodejaneiro#, 26 de junho de 2019#
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