#SOLIDÃO DO VENTO SILÊNCIO DO TEMPO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA



Epígrafe:


"Há homens que nascem solidão e silêncio"(Manoel Ferreira Neto)


Ò míseros compassos e traços de um instante sem fim e início, filhos do acaso e da preguiça, do crepúsculo e da "lombeira", porque me obrigam a dizer o que não seria nem um pouco conveniente, se houver conveniência é o aprender a tocar qualquer instrumento, amar apaixonadamente estes ritmos de qualidade e belo estilo, dizer o que não seria, em suma, bom ouvirem?


Cumpre seguir-lhes em silêncio,
Na solidão do tempo, a existência se patenteia,
Despedi-me mais de um vez,
Conheço instantes lancinantes,
Tal destino justamente
É o que deseja minha vontade.


Ó vestígios de notas e filetes de sons de uma música cuja lírica são a solidão do vento e o silêncio do tempo, concepções do ocaso e do entardecer, da noite e da leveza, o sono para restituir as energias. O melhor para um indivíduo, quem sente o ar calmo e temperado, a brisa suave, as sombras frescas, o aroma da relva, a maresia, o brilho suave do céu sem estrelas e sem lua, o patear compassado e o resfolegar dos cavalos – todos os encantos da estrada, da primavera e da noite penetra-lhe na alma, - é não ter nascido, não ser, ser nada.


Águas correm ruelas, avenidas, estradas, caminhos do campo, em direção às nostalgias e lembranças de tempos que re-nascem, re-novam em cada movimento de lábios que buscam palavras a expressarem ao sabor de esperanças os desejos íntimos de corações selvagens, rebeldes e solitários, estrangeiros e irreverentes, de mentes humildes e sinceras, de caráter e personalidade irreverentes, instintos de meigas insolências.


(#RIODEJANEIRO# 12 DE SETEMBRO DE 2018)


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