ANA JÚLIA MACHADO POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA O POEMA DO EU NUNCA A POIÉTICA DA ALMA#
Do eu-jamais, a arte da composição poética da alma, ou seja #DO
EU-NUNCA, A POIÉTICA DA ALMA#, do grande escritor Manoel Ferreira Neto, em que
é mais uma crítica à embustice da assembléia dos deles, em que ele jamais fará
parte dessa criação poética da alma---
Vou debruçar-me um pouco sobre o termo poiética, que muito pouca gente
sabe a sua origem e talvez tenha alguma dificuldade em compreender porque ele o
diz…considera-se com significação corrente em filosofia, relaciona-se de uma
forma opcional a poésis, termo fundado por Aristóteles. Se assim é, a
significação de uma será igualmente legítima para a outra: “poiesis é o
dinamismo de conceber ou de compor; obra primorosa
Poésia- A poesia é uma transcendência imediata. Num Poemeto, ele deve
patentear uma conspecção do mundo e o sigilo de um espírito, um ser e os temas,
em concomitante. Se é meramente a idade da existência, será inferior que a
existência A poesia fruirá de habitar acima de si própria, numa lógica das
exultações e dos suplícios. Ela será nesse caso o início de um sincronismo
fundamental, onde o ser mais desbaratado, mais desanexado, expugna a sua
uniformidade.
Todas as outras práticas transcendências são arranjadas em infindáveis
introitos, a poesia nega os prólogos, os princípios, a lógica, as marcas. Nega
a hesitação. Quanto muito carecerá ela de um prólogo de mutismo. A abordagem
recortada sobre verbos ocos, causa silenciar quase sempre a prosa, ou pelos
gorjeios que lega na alma do ledor, ou pela sequência de entendimento ou de
sussurro. Mais, depois das suas melodias alegres, ela origina o seu momento. É
para edificar um momento intrincado, para anexar sobre este momento as imensas
sintonias, que o poeta aniquila a duração incomplexo do tempo concatenado.
Em qualquer verídico poema, podemos descobrir os componentes de um tempo
imóvel, de um tempo que não é o padrão, um tempo que apelidaremos aprumado,
para o diferençar do tempo vulgar que é horizontalmente como a linfa do flúmen.
E Manoel Ferreira Neto não admite verbos ocos nem hesitações e destrói a
permanência incomplexa do tempo enclausurado e como exemplo temos bem patentes
as suas palavras na poesia como por exemplo as seguintes…
Concílio de deuses atrapalhados
Multifacetadas de declínios
Do há-de reunir os de relação de possessão
Do instante- término,
Do paradoxal,
Do disparate.
Ana Júlia Machado
Evidentemente não ad-mito, con-sinto "verbos ocos",
"hesitações", se o verbo nos transcende, alcançá-lo, atingi-lo,
contemplá, a liberdade e a dignidade com o seu eidos, e também a questão de
dizê-los ipsis litteris, é preciso coragem, viver é muito perigoso, mas são as
situações e circunstâncias que edificam os ideais, sonhos, utopias da liberdade
e da responsabilidade com os homens, a humanidade, a
consciência-estética-ética, se é que desejamos mesmo a verdade. Eis a liberdade
que pus em questão nesta jornada das letras, das idéias, do pensamento, então
mister a crítica à permanência incomplexa do tempo enclausurado, como digo no
poema GRAÇA MENINEIRA: "Meu nada enchendo meu tudo,
Entre meus erros linguísticos,
Semânticos, metafísicos,
Imprevista verdade
Brilha aos serafins,
Na consciência abismática
A graça menineira,
Qual inédita alvura!"
De excelência a sua colocação acerca da "poiésis",
efetivamente pouquíssimos os que conhecem este termo e o que ele significa, é
sendo neste nível com efeito que penso a poiésis. A sua colocação ajuda o ledor
a conhecer e a pensar a poiésis, podendo assim con-templar isto - o verbo!
Beijos nossos a você e à nossa netinha Aninha Ricardo!
Manoel Ferreira Neto
#DO EU-NUNCA, A POIÉTICA DA ALMA#
GRAÇA FONTIS: PINTURAS/Manoel Ferreira Neto: Desenho
Manoel Ferreira Neto: POEMA
Concílio de deuses entupigaitados
de dogmas e preceitos para o
mergulho idiossincrático nas prefundas
da verdade que nada é à luz
das imperfeições perfeitas do sublime,
das radiantes e resplendentes perfeitas imperfeições
nas trevas do Absoluto que, vazio,
se projeta no espelho ainda não consumados
o croqui do póstumo,
o desenho do perene,
a pintura do sempre
a imagem do eterno,
a escultura do para-sempre,
a música desértica do espírito
quiçá trabalhe com lápis de cor francesa,
os efeitos são esplendorosos,
a imagem do perpétuo, das perfeições imperfeitas do fim insofismável e
incólume,
e o inaudito baila saltitante de prazeres
a marcha fúnebre das angústias e náuseas
do eu que nunca re-vela a poiética da alma,
querubins contracenam com vôos rasos
a tragicomédia abissal das emoções
multifaceladas de pretéritos do não-ser,
subjuntivos do apocalipse,
particípios do arco-íris das trevas,
gerúndios da noite de divagares, devaneios,
infinitivo cogitar os equívocos,
dispersões, o olhar sereno,
momento de puro êxtase,
sublime gozo da inocência...
multifacetadas de declinações
do há-de conjugar os genitivos
do instante-limite,
do absurdo,
do nonsense.
#RIODEJANEIRO#, 16 DE SETEMBRO DE 2018)
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