#O ESCRITOR CRIA PARA DELINEAR A INSPIRAÇÃO DOS SONHOS#. GRAÇA FONTIS: FOTO Manoel Ferreira Neto: POEMA PROSAICO DA POIÉSIS POIÉTICA
Epígrafe:
" - Nas arribas tem matagais?"(Graça Fontis)
E vós, olhar meigo e circunspecto, entre a busca do saber e a liberdade
de desejos e vontades, indagais se há matagais nas arribas! Con-templo a terra
de céu sem nuvens, de nuvens sem céu. De nada atrás das constelações, espero o
amanhã para outras idéias, pensamentos que me in-diquem as poeiras da
metafísica, os pós das exegeses bíblicas, efêmeras e etéreas, fumaças da
antropofagia, da carne viva, da antropologia da passagem, da episteme da
travessia, travessia do ser ao conhecimento, iluminismo? Utopias do verbo, da
cultura à consciência, do nada de trevas à luz do nada.. Lendas. Simplesmente o
eidos do verbo solidariedade e compaixão. Perscrutei com o lince do olhar as
fronteiras e periferias das nações, presenciei nos pampas, campinas, desertos o
silêncio solitário das quimeras metafísicas da verdade e in-verdade, armas da
solidão e do medo, gratuidade dos des-respeitos e violências, a humanidade
incrédula e só, o destino de a solidão re-fazer-lhe o sentimento da vida e do
ser a ser artificiado nas dialéticas das contingências existenciais e
contradições quotidianas.
Sentidos implícitos, inter-ditos nas linhas de uni-versos salpicados de
uno-verso da espiritualidade, horizontes sarapalhados de margem e sem pressa, a
vida sempre vai, não volta. A vida vai, a morte vem, dialética do ente que
nasce sem razão.
O vento sopra forte, con-temple à distância as ondas do mar, traz o tão
almejado passaporte para novas folhas de outono, ventos e maresias invernais de
setembro fechando o inverno, gritar bem alto o pensamento em plena liberdade.
Nas arribas há matagais, frontispício gótico do nada... Palavras ocas,
vãs, re-colhidas do antro de venturas, cheio de capricho de felino a saltar por
toda janela, zás!, para todo acaso, para todo crepúsculo do ocaso, correr em
florestas virgens entre bestas de jubas coloridas, entre feras de dentes e
língua, zás-trás!, subindo por mentirosas pontes de palavras, arco-íris de
mentiras entre falsos céus pervagando, vagueando, deslizando, flanando. Somente
louco. Somente poeta. O ESCRITOR CRIA PARA DELINEAR A INSPIRAÇÃO DOS SONHOS.
Somente desvairado, des-virtuado, homem des-equilíbrio.
E vós, sentindo todos os instantes e momentos de uma jornada versando
unamente os sonhos e utopias do ser e da verdade, nas contradições e nonsenses
das horas, perguntais se há nas arribas matagais. Miríades de luzes perpassando
pers de pectivas de longínquos horizontes, flores silvestres, campesinos
lilases, a águia solitária flana as asas levemente, segue o seu itinerário,
sentimentos, emoções, sensações do porvir de esperanças.
Devaneei, desvairei lívidas a-nunciações do tempo do ser, sussurrando
verbos do amor, inspirações, percepções, intuições da verdade, infinitas
in-fin-itudes pervagando de sonhos de ocasos, con-tingentes con-tingências
circunvagando de sorrelfas de quiçás espírito de nostalgias, alma de
melancolias, garoa de orvalhos, salpicando as flores de efemer-itudes.
Alvorece novo dia, clima de inverno, tempo agradável, pensamentos e
idéias per-vagam dispersos nas nuvens brancas celestiais, circun-vagando as
constelações, a alma re-colhe e a-colhe os versos do infinito com-pondo de
esperanças o sonho dos gerúndios do vir-a-ser, o amor plen-ificando o silvestre
das sendas da entrega, a verdade do verbo ser comungada ao do amor re-versejando
no espírito o cristalino da pureza, mergulhando no há-de ser da felicidade a
con-templar as belezas do inconcebível absoluto da verdade-casa-do-ser e eu,
colocando o café coado na térmica, olho através da janela aberta o longínquo, o
distante, o que só o espírito sabe nas suas dimensões sensíveis que o absoluto
lhe a-nuncia através das venezianas do eterno às genesis do início, divin-idade
antes de quaisquer divin-idades, rituais míticos antes de quaisquer lendas do
pleno, folk-lores místicos antes de quaisquer banquetes paradisíacos do
pretérito im-perene, solstícios do ocaso.
E vós indagais se há matagais nas arribas!...
(#RIODEJANEIRO#, 12 DE SETEMBRO DE 2018)
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