**SONETO AO SILÊNCIO NU - III PARTE** - Manoel Ferreira
À amiga Vivíane Ferreira, com toda a minha amizade e respeito.
Quem me dera agora tivesse o violino para ritmar a solidão e o silêncio!
Pectos intros de emoções e sentimentos que fluem livres, fluxos
in-interruptos, a-nunciando verbos do espírito re-versados de in-fin-itivos
sin-estésicos do vazio, in-versados de particípios metafóricos do nada,
versando de longínquos confins inter-stícios do sublime, do sublime eivado de
eidéticas da verdade, verdade da estesia do pleno, pleno do belo, plen-itude da
beleza universal; re-fazendo-se no tempo de esperanças e sonhos do absoluto as
iríasis do In-finito, iríasis sublimes do ser, érisis divinas do nada, que
projetam ao além as imagens lúdicas e trans-lúdicas do há-de ser inaudito do
efêmero.
Quem me dera agora tivesse o violino para ritmar a solidão e o silêncio!
Solidão solsticiada de náuseas das con-ting-ências do eterno e efêmero,
versando re-colhimento e a-colhimento, no ser do tempo, ser de dialéticas e
contradições que escreve in-versa, re-versa e ad-versamente os verbos do ser,
que ins-creve na tábua de mármore angústias e tristezas com as fagulhas do fogo
na lareira aos olhos das estrelas e lua o evangelho das náuseas, das
a-nunciações e re-velações da perene divin-itude do verbo, verbo in-finitivo
que ilumina os recônditos do Dasein com os raios numinosos do espírito.
Solidão velada de questionamento, dúvidas, inseguranças no que tange ao
sonho, esperança, utopia de o nada ser a vereda para o ser da verdade, verdade
do eterno que re-faz das memórias, lembranças, re-cordações as nostalgias e
melancolias, com a excelência da estesia e do estético, das ipseidades das
quimeras e sorrelfas; verdade do ab-soluto que re-edita das idéias,
pensamentos, utopias as palavras nadificadas de sentido, linguística,
semântica, nad-ersejadas de signo, simbolo, despidas, como se revelaram à
lingua para serem pronunciadas como instrumento e objeto de expressão da vida e
do mundo.
Quem me dera agora tivesse o violino para ritmar a solidão e o silêncio!
Pectos intros de medos de o ritmar solidão e o silêncio à luz dos sons
que emitem o violino, música do in-audito que trans-cende ventos ad-vindos das
profundezas eidéticas do abismo, ventos que perpassam o entre das montanhas
rochosas, das colinas às costas do sol e da lua, trans-eleva poeiras das ruas,
becos, estradas no itinerário para o desconhecido, misterioso, enigmático, não
seive a alma do eidos da poiésis do pleno, do sublime, tudo não passara de
meras fantasias e ilusões do ser, seguir os caminhos íngremes e árduos,
arrastando nas pedras, cascalhos, pedregulhos, a vida não é para sempre, teria
sido o melhor; música do in-audito que inter-dita simbolos e signos de
semânticas linguísticas do efêmero trans-literalizado de continuidades
contínuas que continuamente sublimam o ser e o tempo, linguísticas semânticas
do mistico e mítico que elevam a lingua seivada de palavras aos píncaros das
travessias do diá-logo entre as nonadas e o ser, monólogo entre os vazios e o
verbo.
Quem me dera agora tivesse o violino para ritmar a solidão e o silêncio!
E hoje é sábado - dia de louvar as ipseidades do eterno! Nada de música
para ritmar a solidão e o silêncio.
Manoel Ferreira Neto.
(19 de março de 2016)
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