**SÍNTESE: HOMEM E VIDA** - Manoel Ferreira
Deixo o silêncio - palavras verbais, res-postas verbais por vezes os
ventos da con-ting-ências levam, foram apenas palavras, res-postas - nos
declives, curvas da estrada, na extensão dos chapadões, no vácuo das igrejas,
no vazio dos templos, silêncio irreversível, implacável, nos séculos e milênios
presentes impreterivelmente, des-velá-lo, des-vendá-lo, da verdade só noções,
intuições, percepções. Quem silencia não significa que con-sentiu, ao
contrário, sentiu forte e presente a res-posta jamais para sempre seria
esquecida, jamais para sempre vento ou a consumação dos tempos levaria(m). A
vida quer a cor-agem das decisões, das posturas, das condutas, a vida quer a
honra e a dignidade de sua ec-sistência no mundo. Magoar, ressentir o homem,
seja no seu orgulho, seja na sua sensibilidade, isto acaba sendo relevado em
nome do perdão, da desculpa, alfim o dogma diz que o perdão é raiz da
castanheira da ressurreição, contudo fazê-lo com a vida, a vida não precisa de
redenção, ressurreição, a vida é eterna, sua res-posta é categórica, seu
silêncio é imortal. A travessia do homem à vida traz na sua algibeira, alforje,
bojo o espírito da cor-agem insofismável e incólume das ações e atitudes.
Deixo que reserve na mente o lugar do pensamento dos éritos do passado,
húmus e sementes da vida que se fora constituindo das situações e
circunstâncias da imanências, suas ipseidades, tornando-se luz de si própria,
projetando-se livremente ao além da simples e mera espiritualidade,
pro-jetando-se ao verbo in-fin-itivo do ser. O homem desde a eternidade serve a
um deus, com o ad-vento do cristianismo a Deus, de quem espera amparo,
proteção, segurança nas con-tingências da ec-sistência, de quem espera a
redenção, ressurreição. Na verdade, na verdade, o homem serve à vida, ela é a vereda
para o verbo e para o ser. A cor-agem das decisões, das posturas, das condutas,
o que a vida quer dos homens, é justamente para na morte mergulharmo-nos nela
eternamente, sermos-lhe in-fin-itivamente para sempre. A fé
"si-mesma" se real-iza no constituir a querência da vida das
decisões, condutas e posturas impreteríveis, mordendo e assoprando os dogmas e
preceitos, pois que com eles a vida termina no paraíso celestial.
Manoel Ferreira Neto.
(09 de março de 2016)
Comentários
Postar um comentário