**NONADA DE ESPECTROS FOSFORESCENTES - REVISADO E AMPLIADO** - Manoel Ferreira
Aleluia... Aleluia... Aleluia...
O pentelho, endiabrado, pirralho nasceu cláudio.
Os primeiros raios de sol do alvorecer brilham atrás da nonada de
espectros fosforescentes, eidética nonada de ad-jacências, nonada de ex-tases
do efêmero e eterno, no horizonte distante a neblina esvaece-se, ponteio o
lince do olhar e vou fundo no abismo do universo buscar o som da cítara que
ritma os acordes de sentimentos e emoções inda pre-nunciados e a-nunciados nos
inters-tícios da alma que, quiça à revelia do nada, ao léu do finito, às
cavalitas da morte, serpenteiam o vazio da inspiração, serão a luz a bordar de
miríades do sublime as notas do volo desejo do perpétuo, a eternidade além da
consumação dos tempos.
Amanhã será outro dia... Amanhã será outro dia... Amanhã será outro
dia...
Pontear de estrofes da verdade, no atrás do convexo do espelho, a imagem
do efêmero sed-uzindo a carência da etern-itude com o veneno paradisíaco da
árvore dos prazeres, as miríades do tempo de esperanças do volo eidos da vida
plena de éresis da leveza do ser. Pontear de versos da contingência de
sartreanas náuseas, camuseanas do deserto inaudito, estrangeiro, gideanas
concupiscências do imortal, belo da estética do sensível, os sonhos oníricos da
vigília, genesis dos três pilares ou das três estalactites da gruta do verbo
que pingam de água cristalina o inaudito da inspiração, inspiração do aquém
re-vestido de futurais éritos do In-finito, inspiração do além des-vestido de
érisis do in-fin-itivo e gerúndio. Tese, antítese, síntese...
De ponta cabeça, o efêmero sacia sua sede paráclita do destino que, de
travessias em travessias, inscreve, nas tábuas de veredas do perene, nos
mármores de sendas do sempre-jamais, as á-gonias da liberdade, sursis da
alma-com as sinas badalando no domus de sinos das igrejas heréticas,
proscritas, insurrectas, que, de nonadas em nonadas, do verbo de morrer a vida
da morte, epitafia os mistérios místicos, míticos, legendários, lendários das
sendas do inolvidável lúdico e sensual sibilo da efemeridade que suprassume a
poética do espaço através e por inter-médio da estesia das brás-cubianas memórias
das páginas fenecidas de linhas e margens, o aquém da trans-cendência nutrindo
e alimentando o além-nada das nadificações do ser, estratificações do não-ser,
substratos do verbo, instratos dos verbos à luz pálida do crespúsculo de
ocasos, o nada é miríade da vida, a miríade do nada são os espectros-luz que
são as palavras à sensibilidade do não-ser atrás dos ossos que, destrinçados,
mostrarão a carne do tempo, tempo do filet mignon que só reconhece o gosto quem
no paladar sonha sentir o prazer da vida.
Amanhã será outro dia... Amanhã será outro dia... Amanhã será outro
dia...
Quem me dera agora eu tivesse a viola para cantar o sublime da cítara e
da harpa!
Manoel Ferreira Neto.
(25 de março de 2016)
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