**SOU LETRAS QUE BUSCAM EXPRESSAR O VERBO DO ESPÍRITO...** - Manoel Ferreira
Sou letras que buscam expressar o verbo do espírito em comunhão com as
con-ting-ências da alma. Letras na liberdade sonhada de poder artificiar o
instante de outras verdades, pro-jetando-as aos futurais desertos do pensamento
e dos ideais onde in-fin-itivar o tempo e criar outras perspectivas para o
eterno de ser. Letras no deserto escaldante que faz delirar, visualizar
semânticas do vir-a-ser eidos da estesia para o con-ting-enciar as veredas da
continuidade do tempo à busca das miríades do ser, que faz con-templar à
distância inestimável do horizonte a fonte trans-lúdica e trans-lúcida do
sublime regado das águas cristalinas do há-de ser, há-de ser a liberdade e a
entrega às questões do eterno. Letras na melodia que o coração enternece de
sentir a presença dos desejos e volos, vontades e querências da alma do
absoluto flanando as asas no in-finito à busca de re-colher e a-colher os
mistérios e enigmas todo para trans-literalizá-los em seivas de esperanças.
Letras que se comungam em forma de mandamentos, à luz de mensagens, ao léu de
preces nas árvores frondosas, onde os pássaros repousam e trinam antes de novo
vôo, florescendo nas estradas.
Sou letras que buscam expressar o verbo do espírito em comunhão com as
con-tingências da alma. Letras na chama ardente das angústias, náuseas, medos
que a paixão do outro a re-velar-se no tempo aquece à presença da lareira das
circunstâncias e situações, o peito arfando de volúpias e ex-tases pela entrega
completa ao voo no verso e uno do verbo mergulhado no ser temporalizando as
desejâncias da verdade in-fin-itiva que conjuga o não-ser à mercê da liberdade
de ser chave de ouro da porta para outros uni-versos. Letras que inventam um
som para o silêncio, ritmando nas cordas do violino a solidão, melodiando nas
cordas da harpa as falhas e faltas, nas cordas da cítara manque-d´êtres e
forclusions, e a música da plen-itude dos sonhos é composta, classicamente
executada pela sin-fonia do tempo e do vento. Letras no sol que brilha sobre as
ondas do mar que se dirigem livremente às areias da praia onde as gaivotas
estarão à espera de novos alimentos para lhes saciar a fome antes do voo, para
o prazer dos homens em re-colherem as conchas, ouvir-lhes o som marítimo
profundo. Letras nas estrelas cintilando à luz do luar. velando os mistérios
inauditos do vento e do ser, des-velando as místicas e míticas linguísticas da
ressonância do silêncio e da solidão do ser.
Sou letras que buscam expressar o verbo do espírito em comunhão com as
con-ting-ências da alma. Letras na dor da saudade em lenta á-gonia, pórtico
partido para o impossível das conquistas e glórias. Letras no sonho mais
sublime e razão de viver no tempo as con-ting-ências e dialéticas na
continuidade do ser.
Manoel Ferreira Neto.
(09 de março de 2016)
Comentários
Postar um comentário