**NÁUSEA DO VAZIO/VAZIO DA NÁUSEA - XVI PARTE** - Manoel Ferreira
Escrever é a música do som na cítara, as letras criando uni-versos,
horizontes, sigo os acordes, ritmos fluindo sentimentos, emoções, sensações.
buscando a luz da vida, em meio a todas as situações, circunstância... É uma
jornada mágica, seguir de mãos dadas as sendas e veredas com o amor no peito,
pela namorada, pelos lugares do mundo, peregrinos da luz.
No Natal, fomos passar juntos com a minha família. Iria conhecer o
Sacha, Solange, todos os sobrinhos, sobrinhos-netos, cunhadas, enfim a família
inteira reunida. Comemoração esplendorosa, integração, a vedete era Berenice,
acabava de se tornar tia, tia-avó, cunhada.
Estava eu de chapéu. Saulo, o irmão caçula, também colocou chapéu,
dizendo que era para não tomar sereno na cabeça. Berenice de seu modo de paulista
sensível e intuitiva: "Quê nada, Sérgio. Isto para imitar o seu irmão
querido" Dera risada, mas continuou com o chapéu na cabeça até o momento
que nos despedimos. Tratada como sendo já da família. Infelizmente, não
conhecera a Sandra, já era falecida estava fazendo nove anos. Foi tirado o
retrato da "família real", os cinco irmãos, foto histórica por estar
acompanhando, no meio deles. Sacha saiu comigo no amigo oculto, na hora da
entrega: "Sérgio passou muitos anos fora, mas agora está de volta, e será
muito bem-vindo". Creio que a cena que ela mais se sensibilizou, vendo o
Sacha me beijando no pescoço no abraço, depois dessas palavras, pois que sempre
faz questão de repetir sobre a entrega do presente. E também outra cena de
quando estava voltando a Marília, Solange estava presente, Berenice tomou de um
amor e amizade por Solange. Comenta sempre. Aquele costume do paulista,
paulistano de quando gosta está sempre lembrando nas histórias, encontros com
amigos. Então, quando são histórias de viagens a Minas Gerais, Rio Grande Sul,
Curitiba, todas as cidades brasileiras e Estados.
No dia 25, fomos almoçar com a família. Berenice muito feliz,
sentindo-se querida na minha família. Não se esquece de Saulo sempre ao meu
lado na mesa: "Sérgio, Saulo sente muito ciúme"
Num determinado momento da festa, pedi-lhe emprestado o celular e fui
assistir videos de músicas na escadaria do prédio de dois andares de Saulo.
Berenice sentiu a minha falta, perguntando-lhe de meu paradeiro. Quem respondeu
foi Celeste, esposa de Saulo: "Vi-o na escadaria ouvindo músicas. Ele de
repente se afasta e vai para o seu canto."
No meio da festa, pedi a atenção de todos para ler uma homenagem que
havia escrito, confessando que Saulo não é só irmão, considero-o irmão. Quem
encontrou o texto no Facebook foi um dos sobrinhos, Sebastian. Após a leitura,
Berenice disse que o Saulo estava se sentindo muito feliz, orgulhoso, e que ele
na hora que li sobre não trocar fralda de coco dele, mas tudo fiz por ele do 0
a 3 anos de idade. Saulo: "Sérgio podia ter tirado o coco do texto".
Havia feito um prefácio de livro de poesia de poetisa belorizontina,
Eulália do Amaral, foi publicado o livro. Havia eu entrado em Belo Horizonte
como crítico. No real mesmo, entrei em Belo Horizonte com a minha crítica.
Mostrei a alguns de meus familiares, sobrinhos. Estávamos comemorando o Natal,
mas também a minha volta ao seio da familia, éramos os vedetes do Natal.
Uma cena um pouco triste foi no momento de tirar a foto da "família
real" e uma de nossas irmãs era falecida, mas de espírito e na alma de
todos ela estava presente, inclusive a nossa mãe. Nossa mãe morreu desejando a
união da família, eu inimigo de minha irmã fazia quase quarenta anos, estar
fora. O sonho da família reunida se realizou, e agora era para sempre.
A arte está sempre presente nestas ocasiões, No Natal, um artista das
letras, escritor e poeta, estava, era membro da família, irmão, tio, cunhado,
tio-avô.
Quando nos deixou em casa... Berenice foi abrir a porta do Hotel onde
estávamos hospedados. Fiquei conversando com Saulo um pouquinho.
- Sérgio, estou feliz. Você ama a Berenice. Percebi isto claramente.
- Faz um mês e meio que estamos namorando, Saulo. Gosto dela sim. Não é
amor.
- Depois você me diz... Pode achar que não, mas conheço bem você,
Sérgio.
Manoel Ferreira Neto.
(29 de março de 2016)
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