*EVASÃO DE SENTIRES - AMPLIADO E REVISADO* - Manoel Ferreira
Sigo linhas de vivências, sentir a emoção jorrando de desejos o prazer
do encontro, a alegria da comunhão, carícias, toques, ternura, afeição,
amizade, o gozo de amar no verbo "ser" o espírito, sonhar o eterno
re-vestido de êxtases, con-templar o efêmero com olhos de projetos futurais,
com as utopias da liberdade, com os desejos de outras dimensões ec-sistenciais,
a querência da verdade. Conquistas, realizações - sincronia do belo, seguindo
de esperanças, seguindo de volos, seguindo de re-flexões, seguindo de
pensamentos e ideais, seguindo de escolhas e consequências -, destino: síntese
da vida e do sonho -, o caminho sem margens de campos e rios, versos e
desejâncias do belo, estrofes da verdade, o clímax de ser a vida em sua
plen-itude. A Arte da vida é artificiar a palavra do ser, ouvi-la com os
ouvidos do que trans-cende o eterno, o imortal.
Correndo no meio do mundo, não deixo o verbo de lado.
Con-vexos espelhos, anexos ao imaginário de distâncias indizíveis,
in-inteligíveis, inauditas, des-conexas imagens con-templadas em miríades
côncavas de nadas, vazios, nonadas, com-plexos sentimentos dis-persos,
mergulhados em amplexos des-contínuos, engrenagens de sofrimentos, dores,
herméticas angústias e nostalgias, per-plexos olhos deambulando no in-finito, entre
sinuosos espaços e ofuscantes luzes, in-vexas ilusões do perfeito em concha
mais-que-perfeita de sorrelfas, re-versas pers-pectivas des-conexas,
emolduradas na aparência etérea, efêmera, fugaz, volátil, des-contínuas de
superfície lisa, em cujos atrás con-vexos re-fletem de sinais que compõem os
ângulos in-flexos do subterrâneo do espírito, sarjeta des-lavada da alma,
crepúsculo da ilusão, noite da quimera, madrugada da fantasia, o alvorecer
deixado à mercê das des-fin-itudes, outros virão, outros virão, virão.
Correndo no meio do mundo, não deixo o verbo de lado.
Re-vexas etern-itudes em aclives de versos di-versos, solicitam a
participação re-fletida e con-templada nas anexas distâncias do inconsciente à
luz do espírito trans-parente, trans-elevado, trans-cendente, límpido, nítido,
à luz e cintilância do presente-verbo-de-não-ser, subjuntivo de além-trevas,
particípio de além-náuseas, con-jugando "Silva", em temas e temáticas
de silvestres sendeiros do absoluto. In-vexas plen-itudes em declives de
palavras ad-versas, de verdades nebulosas, ensimesmadas, rogam o compartilhar
de linguísticas e semânticas, síntese pedra de toque para o que nelas está
inscrito de trans-cendente, de visão da vida e do existir. Palavra não é o que
a língua pronúncia, não é o que se escreve nas páginas brancas e vazias,
palavra é a alma re-vestida do verbo de ser, palavra é coração que jorra volos
de sentimentos e emoções, palavra é sangue que corre nas veias pulsando o verbo
das utopias.
Correndo no meio do mundo, não deixo o verbo de lado
Percorro as trilhas de experiência, con-templar os sentimentos à luz dos
solstícios do alvorecer, linces do olhar no panorama dos pampas, chapadões,
montanhas, vales, abismos, florestas, mares, as verdades re-colhidas e
a-colhidas com que regar a continuidade, por vezes efêmeras, por vezes eternas,
da vida na sua sede do absoluto sentir a essência da espiritualidade, alegria,
contentamento, paz, o além re-fletido no espelho, todo à procura do amor,
embora em espaços não encontrados, se haverá amanhã, puro mistério, ao longo do
tempo os sonhos se transformando para as esperanças chegarem, para a fé se
concretizar, para os verbos do ser e não-ser se encarnarem na eternidade.
"Quanto mais eu ando mais vejo estrada,/ mas se eu não caminho não
sou é nada."
Correndo no meio do mundo, não deixo o verbo de lado
Manoel Ferreira Neto.
(21 de março de 2016)
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