ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O TEXTO /**NONADAS DE TRAVESSIAS - TRIBUTO A BELO HORIZONTE**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
NONADAS
DE TRAVESSIAS - TRIBUTO A BELO HORIZONTE
Manoel
Ferreira Neto.
Apreciar
de tudo na existência é benéfico. As realidades nefastas corrigem-nos a
habitar. Os factos, benéficos conservam-nos viventes! Assim, as boas e más
experiências são elementares na vida…nada é nada…
Muitas
flores são recolhidas prematuramente. Algumas, mesmo ainda sem rebento. Há
sémenes que jamais desabrocharam e há aquelas flores que habitam a existência
completa até que pétala por pétala, pacíficas, experientes, restituem-se ao
vendaval. Mas o ser não sabe acertar por quanto tempo residirá ornamentando
esse Paraíso e sequer aquelas que foram cultivadas ao nosso contorno.
Mas,
o escritor Manoel verbaliza, que realidade, ninharia reside, adota uma posição
valorizante, sintética, que não é unicamente inerte e emocionante, pois abarca
igualmente um recado intelectivo activo. o ser-da-vida,
sendo-em-sendo-do-ser-da-vida perfilha o chão de trilhos tortuosos de dobras ,
ou adorando enamoradamente a eloquência do ser-amor, ora contestando todos as
sensibilidades e agitações, ou declinando todas as númenes do sublime e da
realidade, ora arrastando-se nos escoadouros repugnantes do dia-a-dia das
condições e conjunturas, ou sensivelmente esmolando nas tabacarias de todos os
isolamentos.
Remata,
que com ninharia habita…..o que é certo é que ele habita…faz parte dela…pode é
não viver na íntegra.
Ana
Júlia Machado
(29
de maio de 2016)
#AFORISMO
795/
NONADAS
DE TRAVESSIAS - TRIBUTO A BELO HORIZONTE#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel
Ferreira Neto: AFORISMO
Viver
é vivenciar o ser-da-vida, nos instantes de glórias e felicidade ser o nada
con-templando os horizontes belos e os belos horizontes das angústias e
tristezas, nos momentos de melancolias e sofrimentos ser o vazio olhando de
esguelha e soslaio o in-finito uni-verso das in-verdades e solidões do não-ser,
nos segundos de depressões e alegrias ser a visão trans-lúcida, trans-parente,
trans-lúdica, trans-reversa dos medos do prazer e dos infortúnios. Viver é
viver-enciar, viver-inicializar no não-ser dos vazios, nadas a luz
fosforescente de crepúsculos pálidos na retina de olhos que enxergam à
distância, no longínquo de in-finitudes a efemeridade dos sonhos verbais e dos
verbos defectivos do amar-ser-sombras divinas na serenidade de um descanso à
mercê de uma árvore de copa frondosa.
Isto
é viver... Não vivo a travessia de nonadas, não vivo o passar nas pontes
partidas, não vivo o pisar nos mata-burros de estradas poeirentas e trincadas
de raios numinosos do sol ardente, não vivo o alvorecer de veredas perpassando
os uni-versos do não-ser, não vivo no crepúsculo con-templar da praia a
in-fin-itude do oceano, as gaivotas ciscando na orla, esvoaçando, pousadas nos
barcos e canoas... Em verdade, em verdade, nada vivo, vivencio o ser-da-vida,
sendo-em-sendo-do-ser-da-vida sigo o campo de caminhos sinuosos de curvas e
ziguezagues, ora amando apaixonadamente o verbo do ser-amor, ora negando todos
os sentimentos e emoções, ora recusando todas as inspirações do belo e da
verdade, ora rastejando nas sarjetas imundas do quotidiano das situações e
circunstâncias, ora quase mendigando nas tabacarias de todas as solidões,
acompanhando a DÚVIDA METÓDICA, para cujo antídoto nada melhor que "Penso
logo existo", e, tendo consciência de existir, perquiro se existir vale a
pena.
Nada
vivo... Ah, quem dera vivesse, a vida se me contemplasse no espelho das imagens
perpétuas, das efígies pagãs!,,, E nas perspectivas e ângulos re-versos às
cavalitas das lusitanas jornadas por mares desconhecidos respiro a serenidade
do inferno nas lareiras chamejantes da perpétua morte ou da morte na
perpetuidade da vida...
No
MIRANTE dos Belos Horizontes ou no Horizonte Belo do nada e do vazio vislumbro
a Liberdade das Sete Magias do Não-ser... manque-d´etres, forclusions,
ipseidades,nentes, náuseas, vazios, nonadas...
Ah,
Capital Mineira... Belo Horizonte de todas as Luzes do Mundo... Num
restaurante, escrevo, bebo, sinto a vida, vivencio o não-viver, não vivo o
vivenciar da vida, no calçadão de um anel rodoviário, atrás da universidade,
con-templ-oro o verbo de não-ser defectivo. E vou seguindo as visões do Mirante
Belorizontino à procura do NADA ESPLENDIDO de viver...
Não
sou poeta, versificando, não sou escritor, na prosa verbalizando... Sou nada à
luz de todos os vazios... Sou vazio à luz de todos os nadas nas nonadas de
todas as travessias...
Seager´s
e palavras, preenchia a página de agenda, só um casal tomava um drink
acompanhado de churrasco, ouvindo músicas numa FM, disperso e presente,
con-versando sobre os sintomas da esquizoidia, alunos da faculdade que são,
Santo Antônio os abenções nos sintomas da esquizofrenia, garatujava uma espécie
de diário... diário poético
Alguma
coisa em mim
Sucede
a doer em surpresa
E
o meu corpo
Arde
numa volúpia eufórica
Voluptuosidade
profusa
Queima
Num
desejo estonteante
De
polidez, nobreza....
Manoel
Ferreira Neto
(29
DE MAIO DE 2016)
(RIO
DE JANEIRO**, 29 DE MAIO DE 2018)
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