MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA TECE COMENTÁRIO CRÍTICO SOBRE A TESE DO CRÍTICO LITERÁRIO PAULO URSINE KRETTLI: O BARROCO MODERNO NA OBRA DO ESCRITOR MANOEL FERREIRA NETO** PROJETO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Há alguns anos que leio a obra de Manoel Ferreira Neto e considero tudo
o que escreve de elevado valor literário e filosófico. Considerá-lo barroco
devido ao emaranhado de conceitos filosóficos que aglomera ao enorme saber
adquirido e aos aforismos que desenvolve, é talvez precipitado e impreciso,
pois o autor não utiliza artificialismos de linguagem quer na forma ou estilo,
mas vale-se dos seus conhecimentos para passar a mensagem pretendida ao leitor.
Evidente que não é uma leitura fácil e exige daquele grande capacidade de
concentração e cultura. Tem o seu estilo próprio e reconheço-lhe enorme
facilidade de expressão, inteligência e elevada cultura. Se a sua obra é
filosófica, não tenho dúvidas; quanto à linguagem, na minha opinião, se fosse
mais acessível, valorizaria ainda mais a obra em questão . Os meus
cumprimentos.
Maria Isabel Cunha
#RES-POSTA AO CRÍTICO-LITERÁRIO Paulo Ursine Krettli#
CRÍTICO-LITERÁRIO: Manoel Ferreira Neto
Consta-me o vosso interesse específico e sine qua non, excelentíssimo
crítico literário Paulo Ursine Krettli, é a de-monstração do Barroco Moderno na
minha obra, ser ela "barroca moderna". No que concerne à
de-monstração, que nos termos significa "pres-ent-ificar" as
características nela existentes que fundamentem a ideia levantada, os
pro-jectos a serem atingidos, vós haveis de concordar que as questões
filosóficas vinculadas à obra, em todos os níveis, não apenas do eu/personagem,
devem estar presentes. Cientifico-vos de que a minha obra na sua ampl-itude é
literária-filosófica, filosófica-literária, e des-considerar a filosofia
vinculada a ela nada mais é que adulterá-la, re-duzi-la, não atingindo o seu
"eidos", a sua "eidética".
Se vós ob-servardes e con-templardes com percuciência, ensaios,
monografias, dissertações, teses, seja em que nível for, literário, poético,
sociológico, etc., a pedra de toque é a Filosofia, e isto por duas razões
singulares e peculiares, nada existe sem a filosofia, nenhuma ciência, nenhuma
arte, ela é o "movimento" de tudo, e em segunda instância, a
Filosofia numa crítica literária é a pedra angular que vai abrindo as
perspectivas para o aprofundamento, para o mergulho na obra.
Se vós des-considerardes estas questões na vossa crítica literária de
minha obra, não sereis capaz de adentrar-vos nela e demonstrardes o Barroco
Moderno presente nela, nem mesmo qualquer outro nível de idéia levantada para a
definir e conceituar. Compreendi e entendi que as vossas críticas até o
instante presente se fundamentaram na História da Literatura, inclusive havendo
uma que muito me admirou: vós colocastes um "artigo" do Google sobre
o Barroco, não havendo qualquer modificação de sua escritura. Desconfiei dela e
fui ao Google pesquisar, encontrei-a nos seus termos ipsis litteris e ipsis
verbis. Endosso o fato de que a História da Literatura deva estar presente
nesta vossa de-monstração, de início, mas a permanência dela prejudica in totum
a amplitude dela. As idéias filosóficas nela presentes é condição sine qua non
para o seu entendimento e compreensão.
Um exemplo simples para adornar, ornamentar. Nos nossos estudos
universitários da obra de Franz Kafka, aqueles ensandecidos professores viam a
obra somente sob o prisma da Psicanálise, e muitos uni-versos da obra sendo
desconhecidos, capengavam, coxeavam a obra kafkiana com suas neuroses
psicanalíticas, como aliás era práxis de muitos críticos literários. Hoje,
felizmente, os críticos, mestres, doutores, ensaístas deixaram a visão
psicanalítica da obra kafkiana e mergulharam noutros uni-versos, trazendo todo
o universo da obra à superfície. O mesmo fizeram com o filósofo Nietzsche,
centralizaram-se no "ateísmo" nietzschiano e adulteraram a obra.
A ampl-itude da obra é o interesse do Crítico Literário. Levaram-me oito
consecutivos anos para escrever a minha Tese O ESPÍRITO SUBTERRÂNEO sobre a
obra completa de Dostoiévski, e nela estão presentes a Teologia, a Sociologia,
a Filosofia, a Psicologia, a Psicanálise, porque na obra estão presentes. Hoje
estou pensando revisitá-la, pois que outros estudos foram realizados desde
2007, quando a terminei.
Sou o autor da obra, portanto tenho o direito inalienável de defendê-la
de reduções críticas, de adulterações de seu uni-verso. E o que mais me
preocupa: o leitor tem o direito de compreender e entender a obra. O escritor
não é escritor porque escreve, mas porque é lido, então sou eminentemente
responsável com ele. Não ataco vós o crítico, defendo a minha obra. Que isto
fique ipsis litteris e ipsis verbis dito com todas as letras para que não hajam
dúvidas.
Os meus cumprimentos e respeito.
Manoel Ferreira Neto.
(**RIO DE JANEIRO**, 24 DE MAIO DE 2017)
Ao crítico literário os pormenores do texto produzido e não a íntegra da
conceituação histórica da literatura para a cristalização ou gênesis da arte,
tão pouco questões filosóficas vinculadas ao “eu”, quando o caso não requerer.
Ao comentar, mencionar, abrir o leque para o entendimento do eu/personagem em
alguma obra literária, o crítico literário não especula evidências literárias e
filosóficas do autor e sua própria vida, o que seria possível somente com
estudos e pesquisas – confrontando, dissecando, alavancando algo novo etc - de
tudo que ele produziu e viveu. Manoel Ferreira Neto, no texto em questão diz
“(...) serem verbos para ninguém e serem verbos para todos -, não digo de
aceitar e endossar minhas palavras, mas saber que são as minhas verdades
únicas, diria simplesmente que o melhor para mim teria sido não haver nascido,
não ser, ser nada (...)” ou “(...) Desejaria ser mais um espírito livre do que
posso ser. Seria isto uma quimera, e nos instantes em que penso e sinto esta
liberdade de espírito a que tanto aspiro eu não ser possível, agarro-me a ela,
fantasiando-a, dando-a contornos de realidade e de uma verdade minha?(...)”, o
que fica claro que não se pode não se acreditar nem creditar-se apenas nas
estruturas e nos conceitos literários e filosóficos para fazê-los verdades a
outros o que se nega a si mesmo ou se busca nalguma liberdade de espírito para
fantasiar uma realidade e uma verdade, a sua. Creio, que ao texto, o crítico
literário não infringiu estruturas ou conceitos literários ou filosóficos,
justamente por não conhecer e os sabê-lo todos, em especial os da filosofia,
diga-se, de passagem, difícil, questionadora, inacabável!
Paulo Ursine Krettli
Os seus caminhos, trafulhas, tramóias para uma crítica literária
pertencem a si, use-os e abuse deles o quanto lhe aprouver. A mim não interessa
letra crítica alguma de você, por saber que é desonesto, irresponsável. Desde a
época de estudante, desconfiava de certos comportamentos e atitudes suas como
poeta, o romantismo exacerbado escondia alguma coisa, e não era o ressentimento
sempre alimentado com sua terra-natal Aracuaí, as discriminações e preconceitos
sofridos. Na época de estudantes, com uma fofoca destrambelhada de sua parte a
meu respeito, você me prejudicou sobremodo, nada disse a respeito por pedido do
professor Jaime França. Por que você sempre nutriu isto de prejudicar-me? O que
está escondido atrás disso? Como homem e funcionário da universidade você caiu
do galho, sua verdadeira face de homem gratuito ficou registrada. Contaram-me
tudo o que você aprontou como funcionário: atrás de um homem sensível um
perfeito Ditador. Nada fica escondido. Escreveu GRITO ANTIGO para reivindicar
consideração e reconhecimento dos araçuaenses, você já tinha perdoado a todos
as gratuidades. Que outro livro escreveu e publicou? Nenhum outro. Não sabia
que para ser poeta e escritor é mister o aval dos conterrâneos, da terra-natal.
A sua desonestidade descubro-a agora: a desonestidade é como crítico
literário, como poeta dar sempre voltinhas no ego para sensibilizar, onde fica
a sua responsabilidade consigo mesmo, a sua autenticidade. Está em lugar algum.
Não me interessa mais qualquer modo de relação consigo. Fique com suas
mentiras e fugas, gratuidades, "Salaud" será o seu egrégio título,
sua imagem e face no mundo.
Au revoir!...
Manoel Ferreira Neto
(**RIO DE JANEIRO**, 31 DE MAIO DE 2018)
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