#AFORISMO 782/ SENTI-NELAS - MISSIVA AO FUTURO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
SENTI-NELAS de limalhas de dialécticas e contradições da in-verdade e
mentira os re-versos dos sons e das imagens, os in-versos das metafísicas e
metáforas, sine qua non linguagem e o per-correr as terras do mundo, continua e
serenamente, um dom amáltico dos desejos e utopias.
SENTI-NELAS de ambiguidades, sarcasmos, dubiedades, contra-sensos do perpétuo
e das cinzas ad-versos aos sonhos e quimeras das meta-linguísticas e
semiologias, os avessos da volúpia e êxtase, mister sensibilidade e linces do
olhar contro-verso, continuos nas passagens de dores e sofrimentos, de alegrias
e desconsolos, um talento dos sonhos e sonos do efêmero.
SENTI-NELAS de poeiras dos ventos e entre-pedras do tempo de
contro-{versias} e falácias do além do bem e do mal, além do verbo e da carne,
de nonsenses e poemetiquices do amor e da plen-itude, luzes na ribalta de outros
ideais e utopias, de outras terras contingentes e ad-versas às ideologias dos
vencidos e dos vencedores, de emergência, uma luz do eterno pós a consumação
das etern-idades.
SENTI-NELAS de trigos e orquídeas no alvorecer sob o vento marítimo de
inverno, verso-com com os devaneios e desvarios das imperfeições da alma e da
"cachola", doidivana tristeza, verso-ad da fé da esperança, imagine
serem as lâminas de outras quimeras da verdade e do ser, uma sensibilidade e
espírito sendeiro da magia e da poesia, fundamental saber o por quê e para quê
veio, um silêncio da solidão efêmera, deixar os linces dos olhares de paz e
solidariedade entre os homens buscar o que o silêncio deixou na memória e na
atitude e ação da criatividade da solidão e do efêmero.
SENTI-NELAS de cinismos e hipocrisia no entardecer numa praça pública, a
fonte luminosa ativada, os medos e temores de seguir entregue ao destino
inédito que se a-nuncia, trans-versos aos limites do bom senso e da
inteligência, per-versos à auto-estima, pensai ser uma gotícula de orvalho
molhando as pétalas de uma rosa que acaba de des-abrochar para a ciência de que
nenhuma verdade é absoluta e eterna, mister sentir o efêmero das coisas e das
línguas, uma luz na sombra de um picadeiro, o tempo e os ventos dançam
abraçados, sentindo os corações pulsando de entrega e prazer sem limites,
fronteiras, obstáculos, muralhas.
SENTI-NELAS de pernósticos e megalômanos versos e prosas de sabedoria e
conhecimento, sintomas de carências e invejas, re-versos na linguagem e estilo
de erudição e habilidade nos verbos das palavras pronunciadas, in-versos de
instantes-limites de inteligência e devaneio, quiçá prelúdio de sandice, pense
serem uma migalha de pão para saciar a fome de "e-migalhar" os
instintos de volúpia do sinistro e irreverente, a querença do sublime,
necessário perceber de simples ilusões às pre-fundas do ser e do tempo muito
dom e talento são ipsis verbis inalienáveis.
SENTI-NELAS de ritmos e melodias de músicas nas tabacarias do "Não
quero ser nada", tocadas no pretérito piano das tragédias, contro-versos à
esperança de um raio de luz, a cegueira odeia a luz, a surdez odeia o silêncio
do audível, quando re-tornando ao casebre, à choupana, à casa, intuir serem a
visão lúcida e irônica de que a alma moderna carece livrar-se de suas
hipocrisias e intelectualoidismos, muita determinação e sapiência do
"venho para quê".
SENTI-NELAS de verborréias do universal e do eterno nas academias de
palavrórios e nonsenses de dogmas e preceitos, ad-versos a continuidade do ser
que se faz continuamente, in-versas e re-versas aos bons princípios da regência
e da concordância do indivíduo e do rebanho, con-templai serem tais palavrórios
verborreicos que patentearam a perpetuidade da sede de sabedoria e
conhecimento, irreverência e insolência do trilhar a saga e sina da humanidade
de outros horizontes e panoramas dos bosques e das cavernas, outras paisagens
da orla do mar no crepúsculo do primeiro dia de outros tempos, pós a consumação
das eternidades.
O que é isto - SENTI-NELAS?
SENTI-NELAS - o que é isto?
É isto o quê - senti-nelas?
Verbo e substância buscando a linguagem e os sons do ETERNO! Sentindo o
sentido do sentimento de senti-nelas, ambiguidade do tu e do vós no imperativo
dos tempos do vento e do ser, do pretérito e da missiva ao futuro.
(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE MAIO DE 2018)
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