#AFORISMO 767/ ILUSÕES EM CUJOS IDÍLIOS NONADAS FAZEM TRAVESSIAS* - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Quero, terei - Se não aqui,
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi. Tudo serei."
Fernando Pessoa
Efêmeros raios de sol numinosos, brilhos de presente "Ser",
luminâncias de pretéritos do “Tempo”, amorâncias de gerúndios nos
"Ventos", sibilos do tempo ritmando o ser, soul de melancolias,
nostalgias, saudades, jazz de tristezas, solidões, murmúrios de sofrimentos e
dores, folks de desejâncias e querências, pular, dançar, etc., classicismo de
beleza, belo, estesia, barroco de náuseas e a estética das dúvidas e
inseguranças, neoclassicismo de ovelhas no campo, o senhor de cajado na mão,
conduzindo-as, uma das ovelhas se foi pelas sendas e trilhas do campo,
solitária, deslizando suaves no crepúsculo de melancolias, luminosas esperanças
de fin-itude outra, perpassando o tempo de in-finitos desejos do Verbo
"Ser" tecendo ilusões em cujos idílios nonadas re-fazem travessias,
em cujas elegias pontes partidas re-criam espaços, comungam mistérios e magias
em laços de amor pelo que há-de vir de alegrias, dores, pelos projetos por
virem no tempo, pelas utopias por se a-nunciarem no vôo da águia, no trotear do
alazão, de outros caminhos e sendas em direção à plen-itude do in-finito, aos
caminhos-da-roça da montanha coberta de neblina, em cuja essência habita o
uni-verso, em cujo cerne habita o além, trans-literalizado do sono profundo que
sonha a verdade, re-nascendo de estrofes o ritmo do silêncio - as letras não se
calam sem o homem, o homem sim se cala sem as letras.
A verdade das fin-itudes de letras inscrevem a póstuma epígrafe do
"Ser", prescreve o epitáfio da genesis aberta ao antes era o verbo,
depois a carne, carne dos medos, carne dos vazios, carne da serpente que
a-nuncia o verbo da sabedoria, carne das angústias, carne dos pecados
dogmáticos e preceituosos, carne das nostalgias e melancolias, carne dos
pecadilhos, carne das culpas, remorsos, só os ossos das cinzas conceberiam os
ócios da verdade, a verdade ociosa da plen-itude.
Delírios à luminosidade da existência - canastro de cogitações da
concupiscência, dificuldades da consciência acidental sequazes à antojar do
excelso, metro da querença assente verbo – alma–de-inerência, -inspiração da
não-plectro à graça da ninharia, oco, carência, báratro do não-ser ao não
encanto do estético, cataclismo da ontologia psicanálise do Érebo, - alvoroços,
retentivas extintas acarretando o espírito no termo da jornada, érebo
transcendente do cataclismo psicanalítico, - sensibilidades, urdido rude que
cerca a alma na sémis da vereda, cataclismo do érebo teórico da psicanálise.
Dos sítios distantes ou longínquos que não foram bastante con-templados
às primeiras luzes do dia, raios do sol, trinados de pássaros, amados na hora
passageira, como amaria eu de lhes dar à distância o toque esquecido, o gesto
negligenciado, a ação suplementar. Invento-os eu, minhas mãos desenham um
semi-arco-íris, um barco à luz do céu por sobre as florestas, um nublado que se
esvaece e que des-aparece como num fogo de imagens, chamas crepitando lenhas de
perspectivas.
(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE MAIO DE 2018)
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