#AFORISMO 764/ NAS ANSAS DA METAFÍSICA O PREÂMBULO RUMINA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
A existência cessa e o vento ainda me
recruta para bem longínquo, para o interminável... eterno da inutilidade,
ninharia de ser total, tudo compenetrado, vomita a mesmice desta imago,
mesmidade desta perspectiva, não mistura a nonsensidade destas ópticas do tudo
sombrio, às voltas pelo balanço incansável de corrigir, absolver os batimentos
que cada termo rumoreja, que cada vivido e jornada nas ansas do metafísico
ruminam, exibição límpida e transparente, película extravagante da metamorfose
perambulante.
Viajada durável, curta cinematografia
de enxergar um momento, um princípio imaginado, de vislumbrar um tempo,
preâmbulo desejado da verdade.
Oh, ser miserável, ainda desconhece o
significado humano, sentido da vida?
Ordinária, a vida inscreve a passagem
do conflito do sonho e a paixão dos loucos, devaneio dos desvairados, os
idílios dos marginalizados, as perversões dos discriminados, e, ainda, an-alisa
a pujança dramática da alegria, quando a solidão se encontra com o sensualismo
na real-ização do êxtase eterno do belo e do sublime escumalha as seduções
fúteis e baratas.
Tempo. Des-cobertas. Loucuras.
Perdições. Delírios des-conhecidos. Divina dedicação da vida com o místico, e
do místico com o exótico, e do exótico com o erotismo vislumbrado dos loucos.
Oh, miserável, já descobriu o
significado da loucura? Esquisito é o encontro do belo e do sublime, quando a
loucura inter-preta a vida, an-alisa os mistérios e enigmas, o inaudito e o
ininteligível, a sina e o destino, o incognoscível da liberdade que não é o que
é e é o que não é!
Ah, animal de pouca fortuna, ainda
não descobriu o significado da vida? A vida, ao estilo, linguagem do belo e do
sublime, é exótica e mística em qualquer travessia da estação da loucura, ainda
que o homem perca a razão dos sonhos, sentido da paixão, o senso das
esperanças.
A paixão é o sentido oculto que
traduz a loucura e a vida sem conflito com o amor, sem polêmicas com os dogmas
da carne, preceitos dos ossos e cinzas.
Por acaso, oh miserável, acaso já
embaralhou a paixão e o orgasmo no significado de sua vida, o instinto e o
clímax na náusea de sua con-tingência, animal do abandono?!
(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE MAIO DE
2018)
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