ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA Ana Júlia Machado ANALISA O AFORISMO /**MASTRO DO POMO INTER-DITADO**/
Em relação ao belo texto do grande Manoel Ferreira, no qual verbaliza
acerca do que afinal é isto a proibição de comer o pomo interdito… aquilo que nos
mantém vivos e escora a vida… o deleite e a fecundação. Como o tal Deus se
contrariou…disse para multiplicar-nos e amarmos…. quando ele decretou como
fosse crime e se era penalizado…. O Escritor Manoel com certeza foi mais subtil
na sua bordagem, que não é, mas aparenta ser… sabe muito bem como há-de jogar
com os verbos… mas eu com certeza um pouco mais atrevida, e fui mais um pouco
além, a tecer um comentário… digo eu… não sei…
Conquanto contenha sido o pavio de tantas dissonâncias em muitas gestas
do globo todo, a maçã é somente algo tragável, de paladar incomparável e, tal
como outros proveitos de plantas, patente a uso no combate e prevenção de
pragas exageradas na atualidade integrada. Vista como pomos do bem-querer, da
contenda, das opções e das imprecações, a maçã é quase sempre açoitada por essa
ideia predisposta. O que é ilógico, posto que nem fruto real o é. Não há
elucidação douta para os predicados inquisidores da maçã, mas quiçá seja
perpetuamente personificada como o princípio de uma época de sublevações e, ao
mesmo tempo, de transformações.
Será que o carpo da erudição do benefício e do infortúnio abrangia uma
peçonha? Será sobre isso que o dito “Deus” havia advertido Adão e Eva?
"Merendas isso e cessarás" aponta ser algo perverso, mas a cobra
asseverara a Eva que ela não cessaria... “Pois O tal “Deus” sabia que quando
ela comesse a maçã, seus olhos caminhariam se desfechar, e você será com o tal
“Deus”, entendendo o bem e o mal” Mas o deleite é o mal???.”O homem que
convertia-se um deles, conhecendo o bem e o mal.” Então o Possuidor afastou-os
do Jardim do Paraíso. “Deus” os castigou por entender o bem e o mal? O que
realmente não convinha…. Mas eles não cessaram no dia que manjaram o fruto
interditado, na verdade viveram centenas de anos, de concordância com a Bíblia,
o que a ofídia narrou a Eva era realidade, e o tal “ Deus” encontrava-se
aldrabando. Porque o tal “Deus” encontrava-se falseando para eles? Porque
sentenciar alguém por haver o conhecimento do bem e do mal. As pessoas são enclausuradas
presentemente por causa de flagícios que praticaram derivado da falta de
conhecimento do bem e do mal. A não ser que esses "deuses" pretendiam
dizer para nós o que é certo ou errado, ao inverso de ceder que nós soubéssemos
a discrepância.
Sob o ponto de vista de John Marco Allegro a óptica e de seu livro
alcanço admitir que o álcool na configuração de vinho não foi a essência
eucarística do sangue de Cristo consagrado na última ceia cristã, e sim o fungo
Amanita Muscaria - é um fungo basidiomiceto, tipo como afirma Allegro. Se
discursarmos a respeito do diferente efeito que o vinho propicia, a dormência ,
a ilusão de bem estar, com o que os cogumelos facultam, muitas vezes
acarretando ao érebo e aquilatando os libertinos na sua consciência, e acarretando
os puros ao reinos divinos. Seria muito mais simples para os setores imperantes
que instituíram a Igreja católica colocarem uma essência que dopa do que uma
essência que acorda para a deidade, que liga a Deus e causa-nos entender o bem
e o mal.
A realidade é a existência- Segundo a intelectualidade vulgar, a vida é
tanto a de um físico como a de um feto. Qual Divindade imortal pode sentenciar
um ser humano às punições do érebo, depois do pobrezinho ter vivido poucas
décadas na superior das agnosias? Qual Divindade, desmedidamente benéfico,
teria gerado o sexo, para posteriormente coibir o seu uso? E por fim, qual
Divindade consegue haver carência de fetos? Não seguramente o Uno que concebe
infindos mundos. Se, após mais de um milenário de domínio temporal irrefutado a
Igreja reivindica ainda maternidades sofredoras, afigura não o Uno, mas uma
divindade inferior. Igualmente a divindade inferior é trecho do Uno, mas o
trecho não é o todo. E simultaneamente o trecho, nesta circunstância, é o que amplia
as coarctações e, particularmente, a penitência das mulheres. "A Igreja é
perspicaz", parafraseavam os monges franciscanos diante a informação da
perca da sua emancipação centenária. Inteiramente de acordo. A Igreja é muito
inteligente. Exercitou o controlo quotidiano, claridade e escuridão, sobre o
sujeito, dividindo-o entre um bem e um mal que, olhados numa óptica total, são
desprovidos de conteúdo. As escassas sociedades pacatas, por exemplo, os
Etruscos (povos da atual Toscana-Itália), progrediram apoiados na consciência
da perenidade, no sentido da uniformidade com o todo que compõe desaparecer
qualquer segmentação. Hoje possuímos não só o depoimento de grandes poetas,
como Homero e Dante, que fiscalizam e descrevem os infernos, mas também de tanta
gente que sente a viva presença dos seus entes queridos extintos e conseguem
até "ver" com a vista interior o seu mundo, semelhante àquele
enumerado pela fita, mais além dos devaneios.
Ignorando a demência de um mundo com milhões de destruídos à miséria em
cada ano, a política combate o terror. Com as suas actuais interferências, a
Igreja no fundo está auxiliando-os a ver o real embaio, a parte da informação
que dissimula desconhecer a essência da vida: a eternidade.
Com a crescente energia da Pujança da Existência, hoje quem pretender
pode deslindar o real “Deus”, o Uno, no âmago de si...
Ana Júlia Machado
#AFORISMO 760/
MASTRO DO POMO INTER-DITADO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Bastidores... Contrárias proezas absortas às rectidões de origem da
eloquência, defectuosos termos abrilhantados de untuosas sílabas e tons curvos
e circunspectos em designação de interesses da estema e génesis...
Re-versas maquiagens, envelando o manque-d´être dos instintos de sonhos
viperinos, re-criando, criando, re-inventando, re-fazendo o Hades terrestre de
divinos dogmas do efêmero, nada, re-verbalizando de cores vivas do arco-íris o
aquém-genesis do cosmos ter-giversado de vazios à luz do nada-eterno,
per-enizando de carne os ócios dos ossos sedentos de cinzas misturadas à terra
subterrânea, fraqueza dos instintos, os óbitos de olhares com desdém de que
zombaria e me sentiria a mim ufano e satisfeito, envelando de farsas,
falsidades, mentiras, ornamentos e arrebiques de serestas boêmias ao longo das
pontes partidas de córregos ad-jacentes às imundícies das margens, as doutrinas
clérigas do imortal à luz da serpente refestelando-se à sombra pálida da árvore
do Fruto Proibido, re-memorando o genesis do hímen ceifado de Eva de-florando o
vir-a-ser dos tempos, da impotência de Adão, estendido de ereções preliminares
da carne tornada verbo de libertinagem, a boca do inferno se re-abre a todo
instante dos séculos e milênios para receber o sêmen do lúmen caliente, dos
gozos e clímaces, Livro Sagrado do des-eterno, des-enterrando os restos mortais
das nonadas re-fletidas no espelho aquém-criação da vida, mundo, convexo,
côncavo do Ser-para-o-Vazio con-figurando míriades desérticas de solidão,
Conúbio de Lanarche, prelúdio do Cristalino Eldorado de imagens distorcidas,
adulteradas da Noite Inteira, apocalíptica de cânticos, multi-verso abismático
e abissal do Ser-para-o-Nada. Outro qualquer ter-se-ia atirado, com olhares e
palavras, à compaixão divina para justificar e explicar o enigma de seu pecado,
mas sensível que é a entrega aos prazeres e volúpias da carne, advinhara, não
sou bastante maltrapilho para re-invidicar, rogar, clamar outra veste - uma
ponta de vestimenta e re-iniciaria, re-começaria a gorgolejar, procurando as
palavras... as vozes sentem-se em mim, nelas o silêncio, o último sussurro o
contínuo prazo de validade, nem perquiro nos olhos estriados aquela indagação;
por que o pomo inter-ditado e não o fruto carnudo mais ou menos esférico, algo
irredutível ao sopro do tristes trópicos, das lendas e folk-lores, dos mitos e
dogmas, um grito ressoa altissonante e nítido?
Cruzada em bordas de saídas, ligações à claridade do mundo do rosto a
ser apreciado. Advertir circos da risota e aljôfar. Pelo manifesto frontaria à
arena.
(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE MAIO DE 2018)
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