#AFORISMO 775/ PURA INTUIÇÃO INTELECTUAL DO ETERNO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Crônicas ulhetas ísticas de sin esiando itmos e elodias...
Cante sua canção da morte e morra como um indivíduo cujos caminhos foram
trilhados, palmilhados, passo a passo, com ideais da verdade, embora sabendo de
sua in-ovação ao longo das situações e circunstâncias, re-novação de suas
pers-pectivas, re-fazimentos no tempo, lembrando-se de que o efêmero existe no
imaginário, a cada átimo de segundo outras visões do in-audito se a-nunciam, do
inter-dito se pres-ent-ificam, e o que afigurava-se ser o vazio, mister sendo
criar, re-criar outros horizontes, eivados de fantasias, quimeras, nada foi
senão o preâmbulo de questionamentos, indagações, perguntas no tangente às
con-tingências do ser-no-mundo, do estar-no-mundo, às dialécticas do ser e
não-ser, das contra-dicções do bem e do mal...
Crônicas ulhetas ísticas de sin esiando itmos e elodias...
Declame sua lírica da canção do eterno e feneça como um homem cujas
idéias constituíram-se não apenas de sonhos e utopias, mas também de
observações percucientes das dimensões sensíveis, racionais e instintivas do
silêncio, malabarismo de sentimentos, emoções, sensações nos interstícios dos
desejos e vontades iguais a raios que electrizam os sentidos, casual momento
densificado em trans-parências, acasos de instantes fecundados com a centelha
da vida futura, saber-se quem é, saber-se que não é entre os signos de ausência
e a re-flexão do passado, entre as metáforas de vazio e as epistemes da
liberdade mergulhando inteira nos subterrâneos da alma, entre os símbolos dos
lapsos de memória desfilando aparências, sugerindo o sono de sonhos...
Crônicas ulhetas ísticas de sin esiando itmos e elodias...
Pereça suas notas e acordes da balada do além e entregue-se ao nada
impreterível do tempo como uma pessoa cujos fluxos de pensamentos da gnose
deram origem a outros indícios da solidão banhada nas águas oceânicas onde
naufragam luas obstinadas e marujos sem pátria, lembrando-se de que as estrelas
são brancos desejos encarcerados na noite, a névoa opaca dos portos sustenta
barcos-fantasmas. Nada escapa à maresia do abandono. Sinta-se fecundado. Ecoe
equestre vento de além-partida. Tua ausência nesta terra, neste mundo: terra pirata
onde a linguagem busca refúgio. A tábua de xadrez está inerte no tempo, os
personagens do jogo delimitam horizontes na distância de jogadas largas,
seivadas de inteligência, perspicácia, sensibilidade, tramóias e trambiques
ocultos pelo espírito do poder e da vontade da glória da vitória. Viva este
novo capítulo, capítulo inédito, inusitado da consciência polarizada e
dinamizada das evidência do outro além-vida, do outro além-espaço onde flutua
nas neblinas e neves cais vazios, operando ágidos brilhos de morta constelação.
Crônicas ulhetas de sin esiando itmos e elodias...
Não tendo sucesso com esta tentativa que poderia tornar agradável sua
vida na eternidade, proclame-se perscrutador dos corações em sua pura intuição
intelectual.
(**RIO DE JANEIRO**, 20 DE MAIO DE 2018)
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