ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ENSAIA A PROSÓDIA NO AFORISMO 773 /**DA IMPERFEIÇÃO À METAFÍSICA DA BELEZA**/ #AFORISMO 773/
VERSOS IMPERFEITOS - neste aforismo de Manoel Ferreira Neto, até hoje, é
o que tenho enfrentado mais dificuldades em analisar…e penso que não irei
analisar corretamente. Mas, sinceramente já há dias que estou a tentar e estou
com dificuldades, ou cansaço ou não estou mesmo a entender, o que lamento e
deixa-me perplexa.
Ao ler Várias vezes e virando já o texto de pernas para o ar, parece-me
estar a falar de prosódia que é um elemento estudado pela sónica e fonética,
secção da Glossologia que qualificam os aspectos melodiosos dos verbos.
Encontra-se referida à forma como pronunciamos e à como solfejamos nossa
dissertação. O que muitas vezes leva aos verbos imperfeitos.
As originais enunciações emergiram na Grécia (daí o nome, que em um
primeiro momento pode nos parecer estranho) enquanto o estado de Platão e
partiam do reparo das variantes melodiosas existentes na dissertação. Estas
variabilidades são relevantes para entendermos melhor a correspondência humana
e os intuitos de cada eloquente, já que o jeito como nos expomos, a entoação e
o compasso assistente em cada verbo auxiliam na criação de sentido quando nos
participamos.
Imaginemos se todos nós proferíssemos precisamente da mesma forma, sem
verificar periferias melódicas aos nossos verbos, sem suspensões, sem
periodicidade, sem sensação. Concebem? Esquisito, não? Seria como se
passássemos, o tempo todo, decifrando prospetos de fármaco. Como seríamos
entendidos, na íntegra daquilo que pretendemos verbalizar, pelos nossos
colocutores? Nesse caso, graças à ortologia, não proferimos como robôs, pois
conseguimos reproduzir sensibilidades ao nosso verbo.
Um mesmo emitido, quando sai das circunstâncias escritas para a
modalidade verbal, pode conseguir sentidos bem desiguais, diferenciando o que
dizemos daquilo que redigimos. Um dos recursos empregados para enfatizar uma
palavra, é a entoação de perseverança, que pode cair em outra sílaba, mesmo que
essa não seja a sílaba tónica do verbo.
É o que me apraz dizer a este aforismo, que como todos não falta o sentido
crítico do modo como se escreve na actualidade, e que toda a escrita é uma
perfeita desilusão…por isso, embebem a inércia milenária de ramagens desmaiadas
no tapete de solos férteis, de solos penetrantes.
Ana Júlia Machado
Sim, eminentíssima escritora, poetisa, crítica literária, Ana Júlia
Machado, a intenção do Aforismo fora tocar a Prosódia, nas entrelinhas a minha
visão dele, e o que ela tem a contribuir. Ao mesmo tempo, intencionei uma
crítica aos analfas de pai, mãe e betos que não sabem escrever, confere-se
tantos erros de todos os níveis num poema livre de cinco versos. Um absurdo. Se
não sabem a ortografia correta de uma palavra, para isso há o dicionário, é só
recorrer-lhe, se não sabe Gramática, é só consultá-la. Se é preguiçoso, mas tem
recursos à mão: peça a quem conhece a Língua para revisar, e não publicar um
poema, um texto com tantas gafes gramaticais e ortográficas. Não suporto erros.
Benzinha nada publica, se não passar pelo meu crivo da revisão gramatical e
ortográfica. As pessoas não realizam que isto é falta de amor próprio, está
colocando em público uma péssima imagem: a de quem não sabe nem ortografia e
gramática e diz-se escritora, poetisa.
Sabia, de antemão às revezes, este Aforismo iria dar panos para mangas,
senão vocês as críticas ninguém mais iria entendê-lo. Mas você sempre decifrou,
des-velou e des-vendou a minha obra com perfeição.
Tomemos em mãos aquela lição sábia da Metafísica: o Bem existe porque
existe o mal. Existam os analfas da ortografia, da gramática, os poeteiros, sem
eles o que seria de nós os críticos? São pedras angulares de nossa jornada.
Perfeita sua análise e interpretação, Ana Júlia Machado. Sempre os meus
cumprimentos, os meus reconhecimentos.
Beijos nossos a si e à netinha nossa Aninha Ricardo.
Manoel Ferreira Neto
#AFORISMO 773/
DA IMPERFEIÇÃO À METAFÍSICA DA BELEZA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Inters circuns de pers vagando
As res pectivadas de retros
Cendências no limiar itivo das trans
Portâncias morfoseadas de metas
Ísticas e semios da versalidade
Emática do poe de cinzas,
Iéticas da luz de neon,
Áforas de gotículas de neve,
Templando as esias ituais do belo,
Cronias, tnias do "sim",
Úndios, icípios do "não" ser
Versando uni as litteras do verbo
Sejando bíguas as ipsis do vento
Bilando as itudes do eterno
Nas ampulhetas éritas cebidas
De "hori" celeste nas uminãncias
E uminações de raios-arcos
Na íris do além, no pote de ouro
Ismático da solutidade do ab
Surdando os êncios itmos das elodias
Onoras fônicas da solidão...
Que importa aos verbos os uni-versos de atitudes e ações puras? Que fio
de linha tece de verbos os versos imperfeitos da beleza ao divino da forma?
Beber água da fonte na concha das mãos sacia a sede da sagrada esperança de
tudo trans-luzir, de tudo iluminar o perfil do céu no desenho das nuvens que
passam, repassam o sono milenar de folhas amarelas no tapete de terras
fecundas, de solos profundos.
(**RIO DE JANEIRO**, 21 DE MAIO DE 2018)
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