**OBTUSAS PERS DE DIVAS ESPERANÇAS** - Manoel Ferreira
Obtusas pers de divas esperanças do nada a nonadear os in-fin-itivos
limites do uni-verso engolfado nas entranhas do abismo, de seus re-cônditos o
sibilo de ventos esplendendo de suas origens a leveza do ar, em cujos
interstícios em ziguezague percorre os sítios baldios de confins, mágica
peregrinação, em cujo silêncio do desejo, por cujo deserto de silêncio desejo
as vozes in-auditas de pretéritos futurais compõem de efêmeras poiésis o
cântico de sereias à luz das trevas e penumbras do vazio à mercê da ausência
celeste que trans-cende a soleira dos impermeáveis etéreos, sendeiras, as
sereias,que são das arribas divas da alma destituída, desprovida de volos do
apocalipse que precede o caos do vazio, onde Judas, de ponta-cabeça, tenta o nó
górdio da corda no pescoço, pernas entrelaçadas na galha da árvore, mergulhando
assim no in-fin-itivo do precípio da imperfeita mais-que-perfeita solidão
verb-ersificada de sorrelfas da plen-itude e divin-itude do ser de eternas
claudicâncias da náusea ab-soluta da sagrada escritura perscrita de dogmas e
preceitos inssurrectos da perfeição de fidúcias e felícias.
Obtusas pectivas de hereges ex-tases do espírito que ornamenta e
arrebica as cogitans res do pórtico cócito das sorrelfas do pleno com a
incólume e insofiismável vacuidade dos eternos pretéritos subjuntivando os
gerúndios de declinações do in-fin-itivo no jogo lúdico das defecções florando
as incongruências efeméricas do nada em cujos in-fin-itivos interstícios
residem a ab-solut-idade obtusa de sentimentos e emoções da náusea vazia de
cânticos cancioneiros da magia misteriosa do perpétuo evangelizado e
biblicizado de nonsenses e vulgos do in-finito.
Lá no alto da colina passam ventos, caem orvalhos, sarapalham neblinas,
o catavento dos im-pretéritos gira às in-versas da verdade, em cujas bordas os
solstícios do crepúsculo pre-figuram e con-figuram de efígies o sacrário das
ilusões da redenção e ressurreição. Lá no alto da colina as luzes rarefeitas de
brilho e cintilância incidem no vazio do nada, perspectivando as imagens
etéreas do éden re-presentado pelas sin-estesias do ab-surdo, pres-ent-ficado
pelas semânticas e linguísticas da alma penada de pecados e pecadilhos do
livre-arbítrio.
E Mefistófeles debulha o terço do milagre capital à soleira do Monte das
Oliveiras.
Travessias de pectivas e pers do eterno ao efêmero. sede e fome de
conhecer Deus, desde o Gênese até o Novo Testamento, plenitude de mistérios na
continuidade da vida, imagem do amor, sublimidade da verdade e dogmas
teológicos, iluminar as estradas com cuidado e amor amplia a sublimidade da
vida e da con-ting-{ência}, desde a eternidade ao crepúsculo, ao través de
lutas ad-jacentes e peculiares. Na passagem secreta de alameda a outra, vela ao
vento, o abismo é in-imaginável, o buraco-negro, in-descritível, o solipsismo
do poder e do patrimônio, in-inteligível. A res extensa do parasitismo
in-concebível, in-om-inável, a res cogitans do roubo e exploração, in-dizível.
Ser o que habita a essência do ser, raízes abstratas do que há de se a-nunciar,
espertar para a busca de esclarecer mistérios e esperanças. O sentido da vida
se eleve, alçando vôos profundos no tempo, passagens de pers e pectivas do nada
ao vazio.
Nietzsche, filosófo que invita muito mais a que jamais paremos ou
paralisemos em qualquer escalão da erudição, mas continuemos ascendendo a
arriscada escaleira da erudição – e do conceber. O triunfo do presente aparenta
um apelo persistente do parecer nietzschiano, que renegue todo solipsismo e
toda inércia, invitando-nos a uma atitude existencial de busca incessante de
ultrapassar o facultado e conceber o novo. E este degrau não transporta ao
páramo, mas sim ao vindoiro – “a ímpar sublimidade do indivíduo sem divo”, como
expõe Camus. Veneração ao que há-de surgir A existência é recôndita,
inacreditável. O logro terminou, os devaneios imergiram no nentes dos renques
que pertenceram a todos. Assemelho muito este escrito ao pensamento De
Nietzsche, o não ter sido capaz de narrar certas situações em determinado
momento, ainda por falta de erudição completa e imaturidade. Mas, não parou no
tempo. Continuou a ascender nos degraus da vida e percebê-la ou tentar
perceber….Não sei se certa ou errada. Mas é o meu parecer…
Luzes que iluminam caminhos de trevas são viagens ao infinito dos verbos
de sonhos, explícitos e eternos, fogos e chamas imortais da fin-itude e morte;
quero lúcido e lúdico, a travessia do “c” ao “d”, o que há de mistério e
inconsciente, o que há de mítico e místico, o que há de lenda e folk-lore,o que
há de mitológico, do nada quiçá possa haver; olhos perdidos no espaço de todos
os versos e verbos da noite e do dia, da chuva torrencial e sol escaldante.
A vida é invisível, inaudita. A ilusão acabou,os sonhos mergulharam no
nada das ruas que foram de todos.
Manoel Ferreira Neto.
(Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2016)
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