**O NADA E A ARTE LITERÁRIA - XVIII PARTE** - Manoel Ferreira
Abismo.
Vazios. Nonadas.
Plen-itude
de travessias, in-fin-itivos in-finitos, tempo de re-nascimento, re-fazendas
das con-ting-ências, sublim-itudes se re-velando cristalinas, alvorecer do
novo, outro outro dos sonhos do belo, da espiritual-idade, vivenciárias e
vivenciais veredas para as verdades que se fazem na con-tinuidade dos desejos e
volos do eterno, das esperanças e fé no inaudito que mora entre as palavras e o
silêncio, que reside entre os mistérios e a solidão, que habita entre os
enigmas e vir-a-ser, eidos, essência, núcleo entre o caos e a poiésis, que,
nesta instância, é a koinonia do espírito da alma e a alma do espírito que
esplende aos ventos as miríades de imagens aos confins para o re-colhimento e
a-colhimento das "itudes do vir-a-ser, ao longo das nuanças e dialéticas,
na labuta e labor das "dificulidades" abrem as paisagens do
in-finito, venezianas das janelas, para o porvir além das divin-itudes das
genesis dimensões do verbo de ser que se re-flete e dimensiona-re no espelho
dos in-dicativos , viajando nas paisagens futurais à busca das iríases da
eternidae, luzes cristalinas e diáfanas que re-numinam as senhas, entradas no
abismo das percuciências da poiética do verso e estrofe, sem ritmo e melodia,
apenas o silêncio dentro do silêncio, dentro do silêncio, abertura, luz, visão
de olhos que con-templam a retina e os linces do verbo "ver", sob as
"iríases éritas" do mundo que só esplende os sonhos do
"Ser", esplend-ência revelando a moradia da esperança, "A
verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras...", com
excelência diz o escritor, poeta e psicanalista Rubem Alves, sua forma e seu
esforço mais imediato.
O
silêncio, morada da verdade, como toda imagem de descanso, tranquilidade,
associa-se imediatamente à imagem da casa simples.
Silêncio
de entre palavras, velando na poiésis de semânticas a verdade do ser,
des-velando na poiética de linguísticas os verbos do ser, em cujo tempo a
continuidade, o sendo-em-sendo, mostra caminhos in-finitivos do homem que é um
ser entre-aberto às perspectivas do in-finito, entre-abertura para a
trans-cendência, entre-abertura para o divino, entre-abertura para o eterno,
entre-abertura para a perfeição. O ser entre-aberto que o homem é encontra no
silêncio entre as palavras o eidos da verdade, a verdade que só o silêncio revela,
mostra, manifesta.
É
preciso prestar atenção ao que o silêncio diz, atenção livre, deixá-lo
perpassar-se em todas as dimensões íntimas da alma, da inconsciência, da
memória, o mesmo que viajar con-templando as paisagens do campo, re-colhendo e
a-colhendo as imagens, sem qualquer pré-ocupação com os símbolos, signos,
metáforas, construindo, elaborando, delineando as perspectivas e ângulos em que
a eidética da beleza e do belo se pre-"en"-fica, apres-ent-a. A
analítica existencial da pre-sença há-de resguardar uma clarza de princípio
sobre sua função ontológica. Por isso, a fim de des-incumbir-se da tarefa
preliminar de explicitação do ser da pre-sença, ela deve buscar uma das
possibilidade de abertura mais abrangentes e mais originárias dentro da própria
pre-sença. O modo de abertura em que a pre-sença é colocada diante de si mesma
deve ser tal que, nele, a pre-sença se faça, de certo modo, acessível da
maneira mais simples. Com o que nela se abre deve vir à luz, de forma
elementar, a totalidade estrutural do ser que se procura. É sendo pre-sença que
o silêncio diz. É habitando no silêncio que a verdade se diz.
No
silêncio de entre as palavras, a semântica dos verbos são luzes, são raios de
sol que incidem no espaço poiético re-versando, re-versificando o inter-dito, o
que é inaudito, o que é misério, o que trans-cende as con-ting-ências do nada,
aliás o nada e a arte literária, digamos noutra linguagem, é o
"gancho" para a visualização da a-nunciação da poiésis da busca do
ser e a poiética que se pres-ent-ifica na fé, esperança, nos sonhos de encontro
com a leveza do "ser".
A
linguística da po-ética do estilo verbal, estilística de modos, temas,
temáticas, inicial-izando os futurais do ser, alumia os versos e estrofes,
sonetos, poesia livre do con-templar o vir-a-ser à luz do desejar e querer,
desejar e querer as iluminâncias da luminosidade do genesis entreaberto aos
cânticos do sublime, que musicaliza, melodiza, ritmiza as primev-itudes da
criação..
Manoel
Ferreira Neto.
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