**O TEMPO E O VENTO - II PARTE** - Manoel Ferreira
E se me vir sentado à beira do abismo, estilo oriental de re-flexão,
meditação, não percuencie estar orando a Buda, sim ouvindo o sibilo do vento
ad-vindo de prefundas abissais, abismáticos vales, deixando-lhe entrar-me nos
ouvidos, sentindo-lhe, eivando sentimentos, seivando emoções de outras pers do
nada que se abrem sensíveis para a a-nunciação eidética dos in-fin-itivos de
verbos que conjugam modos e tempos das con-ting-ências, assim as circunstâncias
e situações pret-éritas do efêmero, sintetizadas com as éresis do sublime
presentes no eidos das efemer-itudes presenciam a cristalina luz de raios
cintilantes e esvoaçam em direção aos horizontes onde de suas fontes de
esperanças e sonhos concebem o "ser" de outras miríades do espírito,
espírito que, do silvestre da floresta de orquídeas, rosas, samambaias,
exalando perfume do genesis, se inspira dos desejos e volos do eterno, compõe
sensivelmente o cântico do além, ritmo e melodia do perpétuo, seguindo a
peregrinação desértica e solitária do "nous" do ente e do ser, viagem
simbólica e metafórica para o outro do nada que se foi perdendo ao longo do
tempo diante das quimeras, fantasias, utopias, sorrelfas, do absoluto da
verdade incólume, idônea, lídima, insofismável, a sabação, redenção da condição
imperfeita do homem, de suas buscas do ente dos "éritos" para numinar
com excelência as sombras líquidas e pálidas do tempo que con-templa a
radiância da areia na ampulheta sob os sols da in-finita in-fin-itude das
efemer-idades.
Sols da in-finita
In-fin-itude tícia das efem-érides
Viagem, seguindo a peregrinação desértica,
Cântico do além, miríades outras
Viagens simbólicas e metafóriccas
Para o outro do nada,
Para o re-verso in-verso da radiância,
Areia na ampulheta,
Ritmo e melodia do perpétuo...
Se se no amanhecer, alvorecer de trinos de pássaros, raios de luz que
mergulham nas frinchas das árvores, perpassando galhos e folhas, buscam o solo
para resplandecer a terra de numi-nous da vida concebendo, gerando, dando a luz
a outras clarividências da vida, da natureza..., a alma silenciosa, solitária,
estiver re-colhida no seu "cantinho", ruminando subjuntivos,
agonizando de particípios, nauseando seus recônditos de pre-éritos, não imagine
que se rendeu, não haver nela qualquer eidos que possa suprassumir e superar as
dores e sofrimentos do efêmero e nada, entrega-se à morte, alfim a percuciência
da vida é o con-sentimento de seus limites.
E se no limiar das idéias, pensamentos, ilusões e idílios, esperanças e
quimeras, os re-versos in-versos do além, que, na dialética do cosmos e caos,
criou o tempo, criou a continuidade do verbo para a vida do ser que se faz no
encontro irônico do efêmero e nada, sentir consumação das verdades e
in-verdades, das mentiras e mauvaises-foi a luz na ribalta, iluminando a rede
na varanda das luas resplandecentes dos séculos e milênios, em verdade, símbolo
e metáfora, a semântica, linguística da carne que se torna espírito aos ventos
dos sibilos do abismo, e o efêmero do nada, que, somente são solstícios
imagísticos e imaginários do vazio, mergulha nas águas do oceano, sarapalhas do
uni-verso de sonhos e buscas das iríadas dos caminhos do campo.
Con-sumação das verdades e in-verdades,
Luz na ribalta, iluminando a rede na varanda das luas
Res-plandecentes dos séculos e milênios,
Continuidade do verbo para a
Vida do ser que se faz no encontro
Irônico do efêmero e nada,
Linguística da carne que se torna espírito
Aos ventos dos sibilos do abismo...
Tempo e vento... Fazendo-se continuamente no des-enrolar das situações e
circunstâncias, da liberdade, da dialética do sofrimento e do prazer, encontro
e des-encontro, sibilando pelos campos, florestas, mares o in-audito do ser...
a jornada é continua.
Manoel Ferreira Neto
(Rio de janeiro de 2016)
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