Ana Júlia Machado POETISA E ESCRITORA COMENTA /**O NADA E A ARTE LITERÁRIA - XVIII**/
Este texto do grande escritor Manoel vou analisá-lo não na
totalidade…apenas um lacónico escrito geral.
Como sempre não é fácil…alguns parecem iguais, mas não são…há sempre
diferenças, nem que seja nas entrelinhas.
"Eu vos digo:
-É preciso ter ainda caos dentro de si,
para poder dar a luz uma estrela dançarina.
Eu vos digo:
-Ainda há caos dentro de vós!"
(F. Nietzsche)
Dia de experimentar aquela mágoa, senil frequentada, que não abate ossos
nem fêveras... Abate força, génio...
Agonia Existência.
O oco, que ninharia é, vence o tudo que se aguarda que eu faça-se. Ou
que creio ser.
Oco e sofrimento. Vazio e sonido. A comparência de uma recusa faculta o
distinto, mas na ideia tudo é possível. Daí uma convicção sensivelmente
persuasiva de que se o ignoto assim sojorna, preferível para quem não
arrisca-se desmoita-lo.
Pois em seu átrio reside um intelecto já avelhentado contudo ainda
assustador... Dele alguns espíritos já se evitam e invertem do deus do mundo
subterrâneo para verbalizar que não há lá muita disparidade do que se enxerga
por aqui.
Ouvindo essas almas que se me exibem em devaneios discrepar, chego à
conclusão de que não é sofrimento o que sofro...
É uma aflição, uma vontade de extinguir logo com isso e abalar rumo à
labuta que não afadiga, ao tempo que não caduca e ao bem-querer que não
carcome.
Empreitada para quando o monstro repousar, azule velozmente.
Ana Júlia Machado
**O NADA E A ARTE LITERÁRIA - XVIII PARTE**
Abismo. Vazios. Nonadas.
Plen-itude de travessias, in-fin-itivos in-finitos, tempo de
re-nascimento, re-fazendas das con-ting-ências, sublim-itudes se re-velando
cristalinas, alvorecer do novo, outro outro dos sonhos do belo, da
espiritual-idade, vivenciárias e vivenciais veredas para as verdades que se
fazem na con-tinuidade dos desejos e volos do eterno, das esperanças e fé no
inaudito que mora entre as palavras e o silêncio, que reside entre os mistérios
e a solidão, que habita entre os enigmas e vir-a-ser, eidos, essência, núcleo
entre o caos e a poiésis, que, nesta instância, é a koinonia do espírito da
alma e a alma do espírito que esplende aos ventos as miríades de imagens aos
confins para o re-colhimento e a-colhimento das "itudes do vir-a-ser, ao
longo das nuanças e dialéticas, na labuta e labor das "dificulidades"
abrem as paisagens do in-finito, venezianas das janelas, para o porvir além das
divin-itudes das genesis dimensões do verbo de ser que se re-flete e
dimensiona-re no espelho dos in-dicativos , viajando nas paisagens futurais à
busca das iríases da eternidae, luzes cristalinas e diáfanas que re-numinam as
senhas, entradas no abismo das percuciências da poiética do verso e estrofe,
sem ritmo e melodia, apenas o silêncio dentro do silêncio, dentro do silêncio,
abertura, luz, visão de olhos que con-templam a retina e os linces do verbo
"ver", sob as "iríases éritas" do mundo que só esplende os
sonhos do "Ser", esplend-ência revelando a moradia da esperança,
"A verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras...", com
excelência diz o escritor, poeta e psicanalista Rubem Alves, sua forma e seu
esforço mais imediato.
O silêncio, morada da verdade, como toda imagem de descanso,
tranquilidade, associa-se imediatamente à imagem da casa simples.
Silêncio de entre palavras, velando na poiésis de semânticas a verdade
do ser, des-velando na poiética de linguísticas os verbos do ser, em cujo tempo
a continuidade, o sendo-em-sendo, mostra caminhos in-finitivos do homem que é
um ser entre-aberto às perspectivas do in-finito, entre-abertura para a
trans-cendência, entre-abertura para o divino, entre-abertura para o eterno,
entre-abertura para a perfeição. O ser entre-aberto que o homem é encontra no
silêncio entre as palavras o eidos da verdade, a verdade que só o silêncio
revela, mostra, manifesta.
É preciso prestar atenção ao que o silêncio diz, atenção livre, deixá-lo
perpassar-se em todas as dimensões íntimas da alma, da inconsciência, da
memória, o mesmo que viajar con-templando as paisagens do campo, re-colhendo e
a-colhendo as imagens, sem qualquer pré-ocupação com os símbolos, signos,
metáforas, construindo, elaborando, delineando as perspectivas e ângulos em que
a eidética da beleza e do belo se pre-"en"-fica, apres-ent-a. A
analítica existencial da pre-sença há-de resguardar uma clarza de princípio
sobre sua função ontológica. Por isso, a fim de des-incumbir-se da tarefa
preliminar de explicitação do ser da pre-sença, ela deve buscar uma das
possibilidade de abertura mais abrangentes e mais originárias dentro da própria
pre-sença. O modo de abertura em que a pre-sença é colocada diante de si mesma
deve ser tal que, nele, a pre-sença se faça, de certo modo, acessível da
maneira mais simples. Com o que nela se abre deve vir à luz, de forma
elementar, a totalidade estrutural do ser que se procura. É sendo pre-sença que
o silêncio diz. É habitando no silêncio que a verdade se diz.
No silêncio de entre as palavras, a semântica dos verbos são luzes, são
raios de sol que incidem no espaço poiético re-versando, re-versificando o
inter-dito, o que é inaudito, o que é misério, o que trans-cende as
con-ting-ências do nada, aliás o nada e a arte literária, digamos noutra
linguagem, é o "gancho" para a visualização da a-nunciação da poiésis
da busca do ser e a poiética que se pres-ent-ifica na fé, esperança, nos sonhos
de encontro com a leveza do "ser".
A linguística da po-ética do estilo verbal, estilística de modos, temas,
temáticas, inicial-izando os futurais do ser, alumia os versos e estrofes,
sonetos, poesia livre do con-templar o vir-a-ser à luz do desejar e querer,
desejar e querer as iluminâncias da luminosidade do genesis entreaberto aos
cânticos do sublime, que musicaliza, melodiza, ritmiza as primev-itudes da
criação..
Manoel Ferreira Neto.
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