**MARIA FERNANDES ESCRITORA E POETISA COMENTA A TESE /**O NADA E A ARTE POÉTICA - VI NPARTE - O QUE VELA E DESVELA O NADA**/
A poesia é o ser em liberdade, desprovido de peias, lança-se sem medo
nas palavras que a acolhem no infinitivo e no perene. Não foi por acaso que a
primeira expressão literária aparece em poesia. O pensamento encontra a sua
expressão mais fiel na poesia. Adorei esta brilhante dissertação, bem como a
excelente imagem que a ilustra. Parabéns aos dois. Beijinhos.
Maria Fernandes
//**O NADA E A ARTE POÉTICA - VI PARTE - O QUE VELA E DES-VELA O
NADA**//
O poeta re-colhe o discurso na liberdade da paisagem. Para não
encolher-se na prosa de uma narrativa, escolhe a liberdade da poesia em que,
re-colhendo o discurso, deixa a paisagem vir a si mesma na Linguagem.
In-finito. Neblina fina velando pectivas de miríades de verbos que se
a-nunciam no horizonte des-velando a-núncios de luzes que se re-velam no
uni-verso, velando e des-velando os in-fin-itivos do ser.
Sendas e veredas de caminhos silvestres. Ser e não-ser. Efêmero e nada.
Sibilos do vento perpassando o espaço, distante sons ecoando entre as
montanhas, ritmo e melodia escutam a paisagem que re-colhe e a-colhe imagens
visíveis do in-visível. Poiética do sonho das estesias do sublime
trans-literalizando de poesia o sensível, nas asas da águia viajam volos e
fantasias do espírito da vida, nas vias do tempo en-viando as esperanças do
sublime, do vir-a-ser do mistério, linguagem da plen-itude vers-ificada de
encontros e des-encontros do que vela e des-vela o nada e o ser, éritos
vestígios do tempo, e nos vestígios re-colhendo e a-colhendo as raízes
profundas da travessia do genesis ao apocalipse, das origens aos confins,
deixando-as livres, soltas, leves per-cursarem as alamedas rumo às primevas
luzes do há-de ser a iluminação das vias para a continuidade dos desejos do
espírito do verbo. Poesia poética da poiésis do ser que vela os mistérios, dos
mistérios que velam o ser. Travessias. Nonadas. Nada além das metafísicas. Nada
aquém das metafísicas. Aquém, além, algures, alhures. A poesia é a origem do
ser e o ser é o verbo originário da poesia. Ser e poesia. Poesia e Ser.
Orvalho. Sereno. Neblina. Velando e des-velando os abissais eidos do in-finito,
cores vivas e cintilantes do arco-íris, arco-íris que colore a poética do
espaço com o verbo iluminado das regências do tempo e do ser, com os adjetivos
da con-ting-ência e trans-cend-ência dos sonhos e utopias do vir-a-ser,
liberdade poética eivada da poiésis da entrega ao espírito da linguagem que não
se versa, verseja, vers-ifica, flora livre no seu ser linguístico, semântico,
nela é o seu ser, nela é o seu eidos, nela é a sua perfeição que se re-nova no
sendo-em-sendo das paisagens do in-finito.
O pensar que a-colhe a palavra, o sentir que a-colhe o in-finito -
tentar redizer é poesia, pensamento originário. Relação originária entre a
poesia e o pensamento, movimentando-se no Ser como dizer, o logos no sentido
heraclitiano e fundamental do homem e a existência, entendida na forma de
compreensão do Ser.
Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*15 de outubro de 2016)
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