#METAFÍSICAS METAFÓRICAS DO VERBO E DO SER# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Ascender as mãos às nuvens, com a tinta branca da
pureza dos sentimentos, estilo gótico, ex-picassado de sombras ambíguas, com
direito a todos os ornamentos e arrebiques, desenhar letras, retirar delas as
palavras imagísticas pintadas, entre elas, ainda não me decidi – entre a
serpente e as estrelas -, se pequenitas estrelas brilhando ou se apenas
pontinhos cintilantes, se a serpente do vale ou a serpente marítima.
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Olhares tergi-versados, visões des-viadas, sentidos
tres-loucados...
A eterna ampulheta da existência
Será virada e revirada
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Ao envelado de por trás dos horizontes reais,
uni-versos fictícios e poetizados, ao des-velamento de frente dos infinitos
imaginários, desejos de mergulhar profundo na essência do sonho, no eidos das
sorrelfas do nada e vazio, - re-colhê-los em sonhos de literalização do verbo
"trans-cender", do substantivo "trans-cendência", do
gerúndio "trans-cendendo", do partícipio "trans-cendido",
a-colhê-los em ilusões de águas regadas -, re-velá-lo, dar-lhe luz, dar-lhes
horizontes, in-finitos sentimentos, entre-{laçados} de emoções, des-{enlaçados}
de inspirações, des-trelados de re-fazendas, des-[enovelados] de sensações,
alma sedenta de aventuras do vir-a-ser, vir-a-ser do nada, vir-a-ser do
absoluto, vir-a-ser das in-verdades absolutas, inter-ligadas às verdades
fugazes.
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Con-templação de a-nunciações da luz a incidir-se
no que há-de vir, re-flexão da verdade na continuidade do tempo que se faz
continuamente, do verbo do ser que se a-nuncia perenemente, na des-continuidade
do ser que se re-cria nos instantes-limites, Genesis do sonho, regar de ideais,
desejos,
vontade da alma de esperança,
dos rituais credenciados de
con-templação da fé,
do sujeito sentimento
interpretado de dentro de nós,
do místico entre-laçado nas teias do mítico
res-plendor das trevas e sombras, útero de uni-versos, eivados de imagens,
orquídeas brancas de plenas perspectivas à busca da luz das estrofes da vida,
entre-laçada à continuidade de vivências, experiências, útero de in-fin-itudes,
grávido do verbo-ser-de-querências, anseio de felicidade, o amanhecer é
surpresa, é espanto.
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Ilusões à luz da vida
- corpo de re-flexões da carne, ossos do
espírito contingente aliados à desej-ância
do sublime,
- verso do amor feito verbo-espírito-da-
imanência
- poema do des-amor feito de substantivo-
alma-do efêmero
- instinto da não-poesia à mercê do nada,
do nada à mercê da poiésis do In-finito,
vazio, vácuo,
abismo do não-ser à des-magia do belo,
Apocalipse da metafísica
Psicanalítica do inferno
- emoções, lembranças mortas,
recordações fenecidas à luz do ocaso pálido,
levando a alma no fim da viagem,
inferno metafísico do apocalipse psicanalítico
- sentimentos, tecido rústico que envolve a alma na
metade do caminho,
apocalipse do inferno metafísico psicanalítico,
inferno psicanalítico do apocalipse metafísico,
A eterna ampulheta da existência
Será virada e revirada
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Ex-patrio-me em poemas volúveis, voláteis, em
vocábulos opostos de orientação e compasso, vernáculos dialéticos de oriente e
ritmos, de ocidentes e melodias, em palavras de sentidos ambíguos e
questionáveis, em idéias que compõem princípios e verdades, em intenções que
são ad in-finitum diametralmente contraditórias aos sentimentos, em
fundamentos-versejas de acordes e intrigalhadas que não se britam nos ais,
impugnações e suplícios, que permanecem longe das alforrias do dom de
benquiser, dos enigmas das veredas, dos mistérios do in-audito, dos segredos do
inter-dito, na jornada de totais devaneios, idílios, longe das sublimidades e
erudição das causas primárias e elementares, nas gulodices privadas que
permanecem longe da míngua, das carências e apiedados das faltas e
nostalgias...
#riodejaneiro#, 20 de julho de 2019#
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