LÚDICOS NADAS EMOLDURADOS NA APARÊNCIA ETÉREA** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"A falsidade da visão dos sofrimentos e dores
que faz o sonho da libertação é uma incapacidade de realizar adequadamente a
escolha da verdade" (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Aquando a alma surge como verdadeira sarjeta
do próprio Ser..." (Graça Fontis)
Odes amorosas ou melancólicas, insensíveis ou
nostálgicas, indiferentes ou saudosas, galhofa e primores níveos ou lilaseiros,
avermelhados ou rosáceos, abrilhantem o fatal propósito, cintilem o declarado
projeto, o perpétuo fado, o cobiçado ser independente, o sonhado verbo livre,
para o despovoado arrebatar fundo, no âmago e ser seu, sua pertença, noctívago
do entendimento, flectido já em existência sob a concepção do auge enlouquecido,
ciente da plúmbea expectativa do babel ressuscitado, eis o que me pretere a
existência, preterita as ipseidades do quotidiano, contingências, em todas as
suas extensões susceptíveis, razoáveis e intelectiveis, a sensualidade e os
ossos, as sensual-itudes e as cinzas, até mesmo as vísceras das entranhas.
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Ser autónomo é apreciar a essência e entender com
agudez e acuidade que o ser humano é a pessoa mais relevante do cosmos e que
faz fragmento inseparável da existência, e sem ele nunca existirá
contentamento, felicidade, alegria, em realidade o universo, a terra, a vida,
sensibilidades e abalos que desimpeçam as entradas para auferir diferentes
luminosidades a conduzirem os andares em comando ao imenso do bem-querer e da
afeição.
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Idolatraria, sim, coonestar as flores níveas, uma a
uma, com as cores que deixei, com o pincel que abandonei nalgum cacifo do
tempo, com a pena que larguei a esmo, quiçá águia a re-colhesse e a-colhesse,
levando-a pelos horizontes a fora, quiçá até retornasse pós longa viagem e a
re-colocasse onde estava antes, quando a tomasse... ah, quando a tomasse!...
solicitar-lhes júbilo às minhas lágrimas, trilho a esse afecto oculto nos
abraços protelados, nos contemplares afastados.
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Con-vexos espelhos, anexos ao imaginário de
distâncias indizíveis,des-conexas imagens, con-templadas em miríades lúdicas de
nadas, vazios, nonadas, com-plexos sentimentos dis-persos, mergulhados em
amplexos des-contínuos, engrenagens de sofrimentos, dores, herméticas angústias
e nostalgias, per-plexos olhos deambulando no in-finito, entre sinuosos espaços
e ofuscantes luzes, in-vexas ilusões do perfeito em concha mais-que-perfeita de
sorrelfas, re-versas pers-pectivas des-conexas, emolduradas na aparência etérea,
efêmera, fugaz, volátil, des-contínuas de superfície lisa, em cujos atrás
con-vexos re-fletem os sinais que compõem os ângulos in-flexos do subterrâneo
do espírito, sarjeta des-lavada da alma.
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#riodejaneiro#, 16 de julho de 2019#
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