IPSEIDADES DO PASTOREIO DE OVELHAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
"A verbalização do intelecto inconsequente
reflete-se na alma prepotente" (Graça Fontis)
"Côdeas do pão eterno que alimentam as carências
e manque-d´êtres da felicidade." (Manoel Ferreira Neto)
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Juízo. Ode aos princípios de nada que ao longo das
quimeras, sorrelfas do tempo e circunstâncias, sob os raios de sol que numinam
o espírito, desperta, acorda, extasia a sensibilidade para re-fazer o que fora
escrito nas tábuas de mármore do absoluto, nada sendo senão fantasias e
ilusões, nada realizando senão náuseas e angústias, a alma desesperada,
descabelada, pervagando em círculos, queimando-se, ardendo-se nas chamas das
a-gonias.
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O dia translúcido, cristalino
Os coriscos de sol possantes
Amanhecer de invernia
Avessos de vocábulos
Em cujas missivas descansam
Sensibilidades distintas, alvoroços
A autonomia gravada na campa
De indiferente, a paridade degradada
Sinagogas, oratórios
De concepções,
De definições,
De pontos de vista, visões
Opostas fantasias de anteriormente
Opostos motivos de existência e regalias
Regulados em itens, alínea e artigos
Permeiam melancolias, clareiras, cerúleas
(transparentes no futuro as aparências)
Escol de poesia e estâncias na consciência a
comunicação de diferentes existências
Em cujas literaturas as prímulas alteiam o
entendimento
Declaração de fantasmas e imaginações
(escol de ociosidades e ocupações
Pétalas de labutação e ânsia)
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Desérticas efígies de pretéritas perspectivas das
levezas do ser fluindo das profundidades inauditas do que trans-cende o
espírito aos auspícios desejos, vontades do verbo perpetuado de con-tingências
das cor-respond-ências, sincronia, sin-tonia, harmonia, da tese e antítese do
vazio que re-colhe e a-colhe o múltiplo, a síntese do absurdo e mágico, que
origina as deidades das nonadas e travessias, que trans-eleva as ipseidades do
pastoreio de ovelhas nos campos neoclássicos da sublime verdade da natureza,
tornando-se eidos das esperanças virgens de expectativas, livres das intenções
de purificar os pecados dos gerúndios e particípios da carne extasiando os
instintos da peren-itude, subjuntivo e indicativo dos ossos que clamam e rogam
do genesis não se tornarem cinzas ao longo do tempo que extermina plenamente o
nada em que se tornaram as concepções, definições da verdade à luz da vida,
serem tão simplesmente, como Maria Simplesmente, côdeas do pão eterno que
alimenta as carências e manque-d´êtres da felicidade.
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Prato com restos de comida. Quarta-feira, hora do
jantar. Além da janela, alguns pássaros dormem, alimentam-se dos mistérios da
noite, afinam os trinos no ritmo e melodia com que o orvalho cai, no silêncio e
solidão oníricos da natureza, para amanhã na aurora trinar a perfeição do poema
do divino. Suspensa na parede moldura com pintura de um retrato de tempos
longínquos em que a primazia eram as letras góticas figurando os idílios do
sonho-verbo de ser, puras quimeras, que a artista-plástica no pretérito da imagem
atrás das perspectivas do espelho, fez a travessia dos idílios sonhos da busca
da verdade. Ao lince da sensibilidade que visualiza no longínquo a luz, do
espírito que sensibiliza os a-núncios do amar-verbo do sonho, os raios da luz
que sintetizam o revérbero do pretérito e o vir-a-ser do verbo-ético do divino,
assim o que eram idílios são metáforas versáteis das esperanças vivenciais da
fenomenologia do espírito, sem absolutizar as silvestres sendas do percurso da
vida à morte.
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Pretérito ser incógnito das cintilâncias da lua e
das estrelas re-fazendo de cores vivas e fosforescentes do arco-íris, o
resplendor, esplendor, das estesias vivenciárias e vivenciais dos rituais,
folk-lores, magias daquilo que antecede o vir-a-ser, precede o há-de ser, e que
fecunda, febunda o carisma da cáritas à luz e cavalitas da sempre-etern-itude
das líricas da oração da eter-itude rogando aos limites instantes da plena
verdade absoluta, inda que con-templada no entardecer do crepúsculo da noite
por vir da madrugada por custar a passar.
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Letras ipsis. Palavras litteris. Estive a pensar,
andando por alamedas e ruas, que o ipsis fecunda o litteris, que as ipseidades
febundam as carnes do verbo-osso do ócio-tempo das magnitudes da Nad-eter-itude
que endossa a vida nas linhas pro-féticas do ser-existência. Estive no quintal
de minha residência, observando a natureza, o tomateiro com três tomatezinhos,
a pitangueira carregada de flores, e pensando que há mortes que sopram os
pretéritos, tornaram-se cinzas, não tem mais significado algum - isto é a
liberdade, re-conhecer que há luzes a serem acesas, há sons a serem audíveis.
Orgulhei-me destes pensamentos.
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Profecias. Magias. Debulhar nas contas do terço de
rogos ao além as nonaditudes metafísicas do puro que embeleza os dogmas
incólumes da redenção e ressurreição, a vida trans-corre cristalina de ócios
nas alamedas forclusivas dos ideais da morte, alfim o corpo é o obstáculo
supremo para se viver as dimensões lúdicas do prazer e felicidade, sonhos e
esperanças de viver, vivenciar os conhecimentos todos das ciências, alcançando
a sabedoria do ser-no-mundo.
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A comunicação com as coisas é impossível porque não
têm subjetividade e a comunicação com as querências da contingência, prazer e
alegre, porque o efêmero que habita os liames do inconsciente e consciência
performa de nostalgias a perfeição, ornamenta de melancolias o absoluto
sublime, perspectiva de saudades os pretéritos do além com os subjuntivos do
nada que precede o ser e posterga os infinitivos aos confins eidéticos da
vacuidade.
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Singulares ovelhas não carecem de pastores.
Ec-sistem livres à luz dos campos e vales.
#riodejaneiro#, 31 de julho de 2019#
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