PORTO INDESTINADO DAS PAIXÕES GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: PROSA
Send-eríasis de quimeras lúdicas a dispersarem as
ilusões que reverberam pretéritos e subjuntivos, sentindo o peso do próprio
brilho, as serpentes apoderando-se da própria identidade, corroboram
conjugações e regências, solsticiam de prazeres inestimáveis os ideais
oníricos, sonhos do verbo à mercê das falácias do eterno e efêmero.
Vered-iríasis de metáforas líquidas de sentidos
contingentes, metafísicas adormecidas no orvalho invernal de perquirições da
verdade, consentem aos prisioneiros da saudade o voo, sobrevoo pelas margens
das lembranças e olvidamentos à procura de sentimentos ad-stringentes às
glórias e louvores que elevam os estados de espírito aos auspícios do vazio,
onde ventos sibilam os son-emas de longínquas esperanças... onde as exegeses da
fé prescrevem os preâmbulos do nada que libertam das algemas e correntes dos dogmas
e preceitos.
Trilhas de poeira consumam in-verdades da
felicidade que corrói na satisfação, que arrancam suspiros dos interstícios da
alma, antes e depois dos sopros de ventos e, palmilhando-as, o nada anuncia a
sua face lívida, transparente, sente-se saltitando de êxtases* o caminhar
instintivo no riso inerme, sem vacilo às gratuidades benévolas do ato motriz da
vontade em que se chega onde se quer chegar sem preâmbulos sob o peso que o
século impõe ao desligar-se da terra em sã razão para abrigar-se noutros
extremos onde os roseirais poéticos e mutáveis fecundam-se na dilatação
saudável dos orgasmos aquáticos a verterem-se dos inúmeros sonhos equacionados
no porto indestinado das paixões sem domínio que o espírito inquieto expõe
pelas alamedas bordadas nos aclives e declives com as imemoriais pedras
registradoras do aqui-estar dos passos inalterados ao divisarem os olhos da
perplexidade, personagem principal no palco das grandes encenações, deixando o
papel secundário às manifestações verossímeis dos novos talentos às margens da
mente que não mente.
Volos livres, vontades boêmias, desejos vagabundos
do velho amor que surgiu inesperado das sombras, ressuscitando as desilusões e
fantasias, o vazio aflora e flui dimensões sensíveis das idéias e pensamentos
que assediam as ampulhetas do tempo.
Vias de indagações do porvir que resplende
longínquo entre as cerrações do alvorecer e os primeiros raios numinosos, a
vontade, se não quer, não cede, chama ardente que se eleva com mais força
quanto mais se tenta escondê-la, o que ascende as dimensões almáticas a
perscrutarem os indícios das utopias, os vestígios das tristezas e tormentos do
tempo que vai passando, por vezes lento, por vezes rápido, deixando no sensível
das sorrelfas e imaginações férteis sensações de que se o verbo do eterno se
regencia nos temas e temáticas da esperança, a regência, que conjuga as
dialécticas e contradicções, se eterniza, imortaliza-se nas decisões e
posturas, condutas que performam o Ser.
Verb-érisis de sendas e veredas consubstanciando
emoções e sensações - como se nos desejos mais íntimos fora ardente espírito
suave e de amor cheio que, sem dizê-lo, às almas diz: "Suspira" -, no
percurso, de-curso, con-curso de raízes e origens sensíveis nas dimensões de
instantes e momentos, acordam as mais abismáticas e abissais visões do perigo
que é a vida de verdades, inda que fugazes, etéreos, alfim a mentira é a
essência da condição humana, pois que alivia dores e sofrimentos, garante com
esplendor a hipocrisia pura, a falsidade divina, quando no regaço da alma
residem as carências súperas...
#riodejaneiro#, 13 de julho de 2019#
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