ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O POEMA /*SERENITUDE DE LÍRIOS*/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
POST-SCRIPTUM:
Eis a primeira crítica escrita por Ana Júlia
Machado aos 18 de outubro de 2013. Com este poema, inicia a nossa jornada de
Companheiros das Letras.
Manoel Ferreira Neto
(16 DE JULHO DE 2018)
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PRESTATIVO DE AÇUCENAS
Deve ser ainda a luminosidade a abrilhantar as
lágrimas,
A refulgir suas pingas,
largar-lhes ao aspecto dos simulacros clandestinos,
Suas ópticas visionárias pelas casualidades
Do brilhante e do prestidigitador,
Seus cantos translúcidos de colorações e riscos
diversos
De sentir e misticismo,
atirar-lhes a cilada,
Acarretando-lhes suas profundezas aos coriscos do
sol,
A claridade da lua e das estrelas, sob a claridade
das locuções,
É quimera, é fantasmagoria secular e milenar,
Sê-lo-á por eternamente,
Os seus riscos pintados de vivenciados dédalos -
preparativos
De hemolinfa nas veias do susceptível e do perene
anseio
Das boninas do éden divino acarretam,
De modo elementar e instintivo,
Às estremaduras e ao sesso do Empíreo divo dos
criadores?!
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Devem ser ainda as labaredas a abrasarem as
sensualidades,
desampará-las independentes para a sublimidade
Do que se me comunicou bem consciência?
Deve ainda ser a lapeira a altear-me as
sensibilidades,
Experimentar suas resplendores dentro em mim,
insinuando-me a enredar literaturas distintas,
Experimentando diversos cosmos de percepções,
Diferentes impressões existentes se declarando,
Abrilhantando algumas tenebrosidades que posso
sofrer,
Assombramentos que posso entrever,
engolfar-me neles,
Assim percebendo um pouco do que ocultam,
Em dialecto e espécie alegóricos e racionais,
morais?
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Conjecturo-me assim,
São esses os interpelamentos que me faço,
sugerindo-me a dizer o que me irrompe,
O que intervém nas bordas deles, como sou apto,
É-me lícito compô-lo.
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Tudo continua em tranquilidade, como um duplicado
mutismo;
Tudo continua em plácidas águas perfilhando o
roteiro,
Todos os seres de sua profundez em imperecível
frenesi,
Fruindo formosuras e quietações,
Repimpando-se de quietudes e deleites, outra
perspectiva estesia,
De bonitezas e o harmonioso arrebatando os
mergulhões,
Sucedendo por debaixo de ligações,
Tudo detém-se em luminosidades fosforífero à
diafanidade
Dos anseios e esperanças,
Da crença e de cada as fantasmagorias do estético e
da pulcritude,
Da estesia das querenças
À claridade das entalações e dádivas verídicas e
autênticas.
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Se mourejasse averiguar a nascente procedente das
lágrimas,
A nascente primitiva das labaredas da lapeira,
A proveniência das luminosidades,
Palmilharia a terra completa,
transitando-lhe cantos e recantos, e exauriria no
eterno,
Difundido,
E até despojado,
Palmilharia a existência em todas as condições e
ocorrências,
Experimentando os enlevos de uma gustação do divina
E da realidade plena,
Repousaria nalguma serrania do futuro longínquo,
Remoto, nalguma subterrânea,
Quando aliciaria mercês à incomparável locução que
me consome,
A que meu coração não verbaliza,
Espelhando e ponderando sobre as consequências que
ela administraria,
Se saliente e dita,
Os bens que ela acarretaria para a consciência,
Para a existência,
Se em dias de água,
Apreciando no espírito as beldades de quantidade
achados,
Se em dias de centelhas baluartes do resplendor,
Estremecendo o asfalto,
Contemplando, enxergando na alma suas ansiedades e
melancolias;
Práticas e existências seriam colossais,
divisíveis,
Poderia até pronunciar haver sabido o âmago e o ser
do entusiasmo
Defronte de seus devaneios e fantasmagorias,
De suas mágoas e padecimentos,
Mas não acharia réplica que me comprazesse
A ânsia de saber os cumes de serranias e montanhas
decimadas,
Despedaçadas e o inexperiente carregado,
Enferrujado pelas golfadas de hemolinfa e
fragilidades inorgânicas.
Ana Júlia Machado
(18 DE OUTUBRO DE 2013)
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*SEREN-ITUDE DE LÍRIOS*
Deve ser ainda a luz a iluminar as águas,
A resplandecer suas gotas,
Deixar-lhes à superfície das imagens furtivas,
Suas perspectivas iluminadas pelas contingências
Do esplendido e do mágico,
Seus ângulos transparentes de cores e traços
distintos
De sensibilidade e espiritualidade,
Lançar-lhes a rede,
Trazendo suas profundidades aos raios do sol,
A luz da lua e das estrelas, sob a luz das
palavras,
É sonho, é utopia secular e milenar,
Sê-lo-á por sempre,
Os seus traços pincelados de vivenciais
enredos-ensaios
De sangue nas veias do sensível e do eterno desejo
Das flores do paraíso celestial levam,
De modo simples e espontâneo,
Às raias e ao assento do Olimpo divino dos deuses?!
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Devem ser ainda as chamas a acenderem as volúpias,
Deixá-las livres para a transcendência
Do que se me a-nunciou bem íntimo?
Deve ainda ser a lareira a elevar-me os
sentimentos,
Sentir suas chamas dentro em mim,
Inspirando-me a tecer letras outras,
Experienciando outros uni-versos de sentidos,
Outras sensações presentes se a-nunciando,
Iluminando algumas trevas que posso sentir,
Sombras que posso vislumbrar,
Mergulhar-me nelas,
Assim conhecendo um pouco do que escondem,
Em linguagem e estilo metafóricos e filosóficos,
espirituais?
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Sinto-me assim,
São esses os questionamentos que me faço,
Propondo-me a dizer o que me surge,
O que aparece nas bordas deles, como sou capaz,
É-me dado fazê-lo.
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Tudo permanece em sossego, como um duplo silêncio;
Tudo permanece em tranqüilas águas seguindo o
itinerário,
Todos os seres de sua profundidade em eterna
atividade,
Usufruindo belezas e tranqüilidades,
Refestelando-se de calmas e prazeres, outro
panorama estético,
De belezas e o belo extasiando os mergulhos,
Passando por debaixo de pontes,
Tudo permanece em luzes fosforescentes à
transparência
Dos desejos e esperanças,
Da fé e de todas as utopias do belo e da beleza,
Da estética dos amores
À luz das entregas e doações verdadeiras e reais.
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Se fosse indagar a fonte originária das águas,
A fonte originária das chamas da lareira,
A origem das luzes,
Andaria a terra inteira,
Ppercorrendo-lhe cantos e recantos, e acabaria no
infinito,
Disperso,
E até vazio,
Percorreria a vida em todas as situações e
circunstâncias,
Sentindo as delícias de um paladar do divino
E da verdade absoluta,
Descansaria nalguma montanha do horizonte distante,
Longínquo, nalguma caverna,
Quando renderia graças à única palavra que me
devora,
A que meu coração não diz,
Re-fletindo e meditando sobre os frutos que ela
daria,
Se pronunciada e expressa,
Os benefícios que ela traria para o espírito,
Para a vida,
Se em dias de chuva,
Con-templando no espírito as belezas de tantas
descobertas,
Se em dias de raios fortes do sol,
Tremelicando o asfalto,
Olhando, observando na alma suas angústias e
tristezas;
Experiências e vivências seriam enormes, múltiplas,
Poderia até dizer haver conhecido a essência e o
ser da alma
Diante de seus sonhos e utopias,
De suas dores e sofrimentos,
Mas não encontraria res-posta que me satisfizesse
O desejo de saber as cristas de serras e montanhas
dizimadas,
Esfaceladas e o verde retinto,
Oxidado pelos jorros de sangue e barros minerais.
Manoel Ferreira Neto
(18 de outubro de 2013)
(#RIODEJANEIRO#, 16 DE JULHO DE 2018)
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