UNI-VERSALIDADE DO PENSAMENTO CONSCIENTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epigrafe:
"Só o pensar profundo leva à uni-versalidade
da consciência" (Graça Fontis)
Fazei a ciência ouvir sem reter o que se escuta.
Fazei de vossa con-{s}-ciência a história das
sendas de suas ideias e utopias, as veredas de suas verdades, não se esquecendo
de que os homens somos os únicos responsáveis por ela.
Fazei de vossos versos um templo de sonhos em que
vos abrigais das dores mais tristonhas!
Fazei de vossas estrofes uma catedral de esperanças
em que vos assegurais dos desejos mais profundos!
Fazei de vosso poema uma igreja de utopias em que
vos protegeis das idéias e ideais mais percucientes!
Fazei de vossa metáfora o silêncio da perquirição
do nada e do sangue nas veias do desejo e da ousadia de pensar as contingências
da in-verdade e a questão da liberdade.
Fazei de vossas sin-estesias poiéticas um
tabernáculo de volos em que vos amparais das sensações mais abismáticas!
Fazei de vossa metafísica a luz da inteligência e
da sensibilidade a in-vestigar as perspectivas e ângulos do saber e conhecimento.
Fazei julgar com vista que alcança coisas que estão a mil milhas?
Fazei de vosso nada o trapézio que será o objeto
para a travessia de um lado para outro das ideias e pensamentos, nunca vos
olvidando são efêmeros e volúveis!
Fazei de vosso vazio o espaço aconchegante para
mergulhar nas pré-fundezas da multiplicidade das coisas almáticas e
contingentes!
Fazei a estirpe transformar os indivíduos em nobres
e os indivíduos darem nobreza à estirpe.
Fazei de cada verso um canteiro de flores com que
sustentais a beleza eterna!
Fazei do esterco o ingrediente de concepção do
broto da rosa, a água que rega o canteiro o abrir das pétalas na revelação dos
primeiros raios do sol, e con-temple o beija-flor a sugar-lhe o néctar.
Fazei de cada estrofe um compartimento equóreo com
que represais o sentimento etéreo, o pensamento efêmero, a idéia fugaz, a
ilusão trans-cendente, a quimera divina!
Fazei do vazio da erudição a multiplicidade da fé,
da esperança, do verbo a regenciar os ventos do ter e ser.
Fazei de vossas idéias uma lareira de chamas
ardentes com que acender a vontade de verdade, com que ascender as quimeras do
Ser, desejo de consciência, com que transcender o desejo da sublime sabedoria!
Fazei de cada termo o escrínio cristalino em que
re-camais a espiritualidade, sensibilidade, subjetividade, divin-idade
opalinas!
Fazei de vossas palavras útero de utopias onde se
concebe e gera a vida do Ser e do Tempo! Uma palavra eventualmente captada pode
contribuir sobremodo com o ouvinte desatento, disperso, alheiado, mas in totum
a situação deve ser bem explicitada por si mesma - nada depende das falas, das
verborréias, das falácias.
Fazei da poiésis de vosso poema a estesia de vosso
espírito, a estética de vossa alma, a uni-versalidade de vosso pensamento
consciente!
#riodejaneiro#, 14 de julho de 2019#
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