GRAÇA FONTIS POETISA ESCRITORA PINTORA E ESCULTORA ENSAIA O AFORISMO 605 /**A VIDA SABE O QUE FAZ**/
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Meu todo Amor e Gratidão por nossa jornada das
Artes de mãos entrelaçadas. Para mim esta crítica representa muito por sua
sensibilidade em retratar com dignidade e honra dimensões da nossa vida e obra
em sintonia, sincronia, harmonia à busca da Consciência-Estética-Ética.
Parabéns por esta excelência de crítica literária!
Beijos no coraçãozinho gostoso, meu Amor!
Manoel Ferreira Neto
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Magnificamente um abrigo de idéias, desejos e
valores que precariamente por ter amado a leitura vou exercer minha capacidade
de conciliar ou me aproximar um pouco que seja deste estimulante aforismo de
caráter social e polêmico; ao início dessa dança nos recônditos das entranhas,
descobre - se em concreto os sonhos a prolongarem - se sem saber como e sem
querer à busca do inesperado, quiçá um repente deslumbramento na apuração dos
instantes ao adentrar no desconhecido, atravessando as mais estranhas e adversas
tempestades da vida, de posse do racional e o irracional, numa viagem
essencialmente poética onde nos meios - tons tudo torna - se possível e até os
sentimentos mais primitivos independem da gravidade dos instantes no limite da
razão e já desencadeando forças elementares para que se cumpra o espetáculo da
elevação e transcendência da alma como noite assaltando dia e chuva a diluir o
sol... a vida e a consciência retornam ao corpo pois ela sabe o que faz e como
fazer, mesmo que o todo jaza em estilhaços tendo o intelécto terrivelmente
obstinado em saciar - se pela inexplicável luz de verão em visita à
irreversível mobilidade linguística e estilo sem dúvida emergidos das
contingências da própria solidão existencial sentindo os aromas perfumados do
botão oculto no jardim da vida e revelando a sábia alma sem poder para mudar o
mundo que deixa - se adejar livre sobre flores e florestas concretadas! Essa
foi a dimensão de meu olhar querido Escritor... PARABÉNS e aplaudindo sempre
bjs......
Graça Fontis
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Mesmo que após escrita a obra não pertença mais ao
escritor, ao poeta, aos artistas em geral, a responsabilidade dos mesmos com as
interpretações, análises, comentários dos leitores é imensa, pois que não deve
permitir e consentir adulteramentos na estrutura das idéias e do pensamento, no
que a obra traz de reflexão.
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Num texto neste nível, os riscos e perigos de
interpretação e análise errôneas são imensos, mesmo críticos de grandes
insígnias são capazes de desconhecer certas dimensões, devido às suas
concepções e definições da Literatura, da Filosofia, da Poesia, e nisto a obra
em seu eidos é prejudicada, aí anos e anos de estudos são necessários para
desmanchar os erros cometidos.
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Graça Fontis merece de mim todos os louvores,
reconhecimentos, aplausos por seu ensaio deste aforismo, por ter mergulhado
profundo, des-velando, desnudando o cerne filosófico: "...limite da razão
e já desencadeando forças elementares para que se cumpra o espetáculo da
elevação e transcendência da alma como noite assaltando dia e chuva a diluir o
sol... a vida e a consciência retornam ao corpo pois ela sabe o que faz e como
fazer...". Críticos renomados não teriam esta intuição da consciência e da
vida, retornando ao corpo para transcender as contingências à busca da verdade
do eterno. A intuição, a percepção da obra em seu eidos, a vivência e
convivência comigo aguçou-lhe o senso crítico, os linces do olhar penetram
dimensões invisíveis, tornando-se transparentes.
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Todas as críticas e comentários realizados por ela
imergem nas profundidades das obras, mas este ensaio que realizou sobre este
aforismo é divino, esplendoroso.
Meus sinceros cumprimentos, caríssima companheira
das artes, estimando que a cada comentário seu você se supere. Continue esta
trajetória de crítica literária, com efeito colherá frutos saborosos. Beijos
Manoel Ferreira Neto
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#AFORISMO 605/A VIDA SABE O QUE FAZ#
GRAÇA FONTIS: PINTURA(TÍTULO: #VIVENDAS
CONTÍNUAS#)//ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
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A alma circuns-pecta pers-cruta as ad-jacências de
suas vivências, as almas de todos os homens são imortais, porém as almas dos
homens livres são imortais e divinas - sentimentos des-vairados que resultaram
em re-colhimento para re-criar verbos de possibilidade de encontros, de
liberdade em projetar quimeras e sorrelfas ao além, sonhos e esperanças ao
vir-a-ser de vida outra envelada nas contingências do presente e do quotidiano.
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A alma intros-pectiva sonda as bordas de suas
experiências - lembranças e re-cordações de instantes de prazer, ideais e
utopias olvidados por outras necessidades e urgências prioritárias, sonhos e
esperanças frustrados, fracassados, fora esquecida a disponibilidade do tempo,
num átimo de segundo impensado tudo perdido, aleatório tudo sucumbido, tudo
deposto, as bases da vida não foram cuidadas com percuciência, a continuidade
dos passos faz-se por inter-médio de dificuldades; faltas, dores e sofrimentos
são consequências in-evitáveis...
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Até onde vai o caráter perspectivo da existência,
ou noutras palavras, tem ela mesmo outro caráter? Uma existência sem
interpretação, sem "razão", não se torna precisamente um absurdo? De
algum modo há-de se encontrar o "arco de Epírus" não para dominar a
raça humana, mas para lançar a flecha imortal alhures, e para sempre seguindo a
sua trajetória, o verbo e os ventos seu destino. Teseu mata Hiperion, e ganha
um lugar no Olimpo dos Deuses.
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Re-cônditos inter-stícios do nada re-fletem de
con-ting-ências ab-surdos que semeiam grãos de ipseidades no limiar da razão,
jamais o nonsense será pensado à luz do sensível, será visto como labirinto de
vazios, vazio da subjetividade, vazio da sensibilidade, nunca as nonadas da
hipocrisia e falsidade serão julgadas à mercê dos sensos de virtudes, serão
sempre incólumes princípios da mauvaise-foi que garantem os interesses e
ideologias do estar no mundo desfrutando da deliciosa ração dos rebanhos.
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Re-fletir tais con-ting-ências? Abandonar a razão e
seguir os presságios, re-colher e a-colher o intelecto conciliado às dimensões
sensíveis, à percepção, intuição, e seguir os desvarios e devaneios.
Pres-ent-ificam-se a todo instante, são "inte-grantes" dos valores
in-sofismáveis que sustentam a sobrevivência, não sendo mais necessário qualquer
inteligência e juízo para projetar a vida.
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Nada disso. Re-fletir o óbvio é brincar com a
passagem do tempo, tripudiar com a sua demora em mostrar o re-verso das
ruminâncias do desprazer, o in-verso dos uivos dos lobos nos auspícios da colina,
louvando as profundezas do abismo com os seus uivos altissonantes ao invés de
para a lua cheia, da infelicidade, das angústias, o sibilo de vento entre as
montanhas.
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Os sinos da igreja ressoam, convidam os fiéis para
a fé, colocarem Jesus no coração, serem a efígie do bem. Poucos assistirão à
missa, noite de chuva, nada mais delicioso que o sono, mesmo sob as intempéries
do pesadelo. Ao entardecer, um raio estremeceu os transeuntes que passavam na
calçada de por baixo da marquise, bêbado dera com as fuças no chão de concreto,
na porta do botequim, assim que levantara e dera dois passos indo ao banheiro.
Risos dos clientes, depois do acontecido, ouvi o raio, fora ensurdecedor, mas
continuei olhando para a porta da igreja, luzes acesas. Começara a missa.
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Nada a refletir, nada a meditar, nada a pensar, ser
o nada, nada solitário, nada silencioso, nada introspectivo, nada sorumbático e
macambúzio, nada circunspecto, pervagar nas trilhas do efêmero. As verdades
estão escritas no In-finito e desenhadas nas estrelas, tudo o mais são falácias
e verborréias no tempo das con-ting-ências, a heresia muleta do não-ser,
bengala dos desvalidos, a fé complemento do vazio, o nada esperança dos
peregrinos, sendeiros, sábios e gênios.
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Por ser isento de pecados, Jesus viu os pecados
humanos, artificiou os caminhos do bem e do amor como redenção. A consciência
do nada e as suas benesses não seriam a liberdade, não seriam o reino no mundo?
As ovelhas perdidas des-velaram, des-vendaram o nada, a cada passo novas
esperanças, novos desejos. Olhar no rosto dos homens e ver a nossa semelhança,
lembrar do olhar, somos lembrados mútua e reciprocamente.
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São dois, são cem, é o mundo chegando e ninguém. Os
mortos não voltam para dizerem da ressurreição, se houve o Juízo Final, se o
paraíso existe, se o inferno existe, se lá as almas penam nas chamas, para os
russos o inferno é gelado, se o Oráculo Virgem tem o dom de ver o futuro,
Acamas é filho de Teseu e o Oráculo Virgem, que dom é este que sabe o futuro e
não pode mudar o mundo?
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A chuva continua caindo fininha e lenta. O nada que
sou sei que estiará, o sol brilhará amanhã, brilhará forte. O mundo e ninguém.
Todos... Ninguém. Se o Ninguém não existisse, seria necessário inventá-lo. O
interessante é que o Ninguém corre do Nada como Deus de Mefistófeles. Diga com
quem anda, direi quem é. É Nada Ninguém. Se Ninguém, no regaço da alma habitam
as hipocrisias e falsidades de todos os naipes, imagino as mesmas no Nada
Ninguém, divinas e absolutas. Antes Ninguém do que Nada. Antes Ninguém do que
Nada Ninguém. No seio do Nada não há leito de flores para as hipocrisias.
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O mundo voltou a tornar-se infinito, no sentido em
que não lhe podemos recusar a possibilidade de se prestar a uma in-fin-idade de
inter-pretações.
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A Felicidade é o próprio existir,
a própria forma de existir é a Felicidade,
a própria forma do verbo "ser" é a
Felicidade.
Felicidade:
o que sou eu na sua escalada?
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Paz:
sinto o amor em seus planos,
a alegria em seus olhos,
o contentamento em sua retina,
a carícia em seu amor,
o carinho em sua ternura,,
a ternura em sua consciência.
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Amor:
sinto o pleno
na brancura
da paixão.
a plenitude
na claridade
da demência.
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Amor,
a beleza do olhar
delineia-se
na luz...
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Os ponteiros do relógio continuam seguindo a
trajetória do tempo, das horas. As horas passadas não re-tornarão. Núm átimo de
segundo um segundo é passado. Não se chega ao Éden voltando ao genesis, sim
seguindo em frente. Procuro, assim somente auto – afirmação e auto –
satisfação. Haver-se-ia de duvidar de que o corpo precede a consciência? A
consciência necessita do corpo para se encarnar.
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A vida sabe o que faz, sabedoria profunda. Momentos
há que exige conhecimentos, exige que se aprenda o que não fora aprendido,
aprendizagem permeada de dificuldades, misérias, pobrezas, dores e
sofrimentos... Dá-nos o cobertor conforme o frio - não tivéssemos condições de
suportar as coisas, não nos dariam tais fardos. Isto para os homens especiais,
aqueles que ela escolhe, o que aprenderam fará todas as diferenças. Chegado o
tempo, ela mesma, a vida, cuida de mostrar os caminhos, de orientar nas novas
trilhas, caminhos.
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Por vezes, longos e intermináveis anos são levados
para se ver um sonho realizado. Há quem só no final da vida degusta o prazer de
único sonho realizado, vive-o, vivencia-o pujantemente. Há quem vê seus sonhos
realizados, passando por dificuldades indescritíveis, inomináveis, mas estes
sonhos realizados são a pedra de toque de esperanças, a todo instante projeta
novos ideais, novas utopias, novos desejos e vontades. Aí é que a vida
reconhece o que habita o íntimo deste homem, os seus merecimentos.
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Nos olhos da poesia,
a metáfora do sublime,
sin-estesia da querência da
humanidade do ser,
ex-tase da semântica,
estesia da linguística,
presença dos sin-tagmas
do crepúsculo, vento suave,
Clima ameno...
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Na alma da poesia,
a sin-estesia do sentimento conciliada
à inspiração dos desejos e volos
do sensível e trans-cendente.
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No espírito da poesia,
a liberdade do sonho
de versar o tempo e o ser
re-fazendo as silhuetas
do efêmero e do eterno,
senda de luz que despetala,
no horizonte,
a orquídea amarela do há-de ser
do gozo e volúpia da felicidade.
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No coração da poesia,
emoções e sensações do
res-plender do sensível
as dimensões trans-cendentes
do verbo intransitivo.
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No som do poema, ritmo e melodia da música do verbo
em sin-fonia com a lírica do in-finito. No silêncio do poema, a intros-pecção
da subjetividade artificiando as veredas silvestres de a esperança do além
trans-literalizar os recônditos interstícios das etern-itudes, a circuns-pecção
semântica e mística do ser-verbo que seduz o uni-verso das palavras,
re-criando-as espírito das utopias do belo e da beleza. Na solidão do poema, a
re-flexão dos versos e estrofes que silesiam as miríades do tempo, o ser de
luzes que iluminam os vazios da con-ting-ência, o ser de raios cintilantes que
numinam os mistérios e enigmas da vida, trans-elevando-a aos auspícios do
in-finito, onde as paisagens esplendem a estética da pureza e do sublime e o
uni-verso exala o perfume in-finitivo do perpétuo desejo do absoluto(o
in-audito da perfeição que concebe a divin-idade do ser).
Na profundidade da poética, os abismos ansiando a
subida às estrelas, onde semânticas e linguísticas da cintilância poetizam o
espaço que vela o domus do horizonte, poematiza a miniatura do som dos
interstícios recônditos do eterno e musicaliza de acordes da trans-cendência as
in-fin-itudes do pleno.
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Há no ser da poética
a evocação de um trinar de pássaro,
dos en-cantos que fazem o poeta voar,
ouvindo gorjear as flores no limiar da eternidade,
o ser começa pelo bem-estar...
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O trem do meio-dia e meia
Trem de passageiro,
Passava à soleira do portão...
Por vezes, sentava-me na amurada
Da varanda de meu lar,
Assistia à passagem do trem,
Alguns passageiros acenavam-me da janela.
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O intelecto existe na linguagem, o estilo é um modo
de olhar o rosto da sensibilidade, das dimensões sensíveis, das contingências,
ipseidades, facticidades. Vou ficando por aqui tomando um Seager´s on the rocks
e rodelas de limão, devaneando os instante de descanso mais do que já fiz em
cinquenta e tantos anos, com uma diferença, não mais penso as contingências
deixarão de existir... O questionamento de Teseu ao Oráculo Virgem, que dom era
este de saber o futuro e não poder mudar o mundo?
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A vida sabe o que faz!...
(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE FEVEREIRO DE 2018)
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