*O NÃO-SER E O TRANS-MODERNISMO - IN #QUE MUNDO É ESTE... O QUE É O SER E O ESTAR#, DE Ana Júlia Machado
Questionamento profundo e complexo, sofrido... O
que é isto - o ser e o estar? Não me esquecia milésimo de segundo sequer,
enquanto da leitura do texto da escritora Ana Júlia Machado, da música HAPPY
CHRISTMAS, John Lennon, especialmente de um verso: "The world is so
wrong" - "O mundo está muito errado". A inspiração da escritora
não nasceu com esta música. Pode-se dizer que não houve inspiração para a
confecção, produção desta obra, apenas o olhar às coisas dos homens, do mundo,
a realidade de nosso mundo Trans-Moderno, onde tudo é válido, tudo é permitido.
O escritor russo deitou a pena com rigor e categoria no "Niilismo" de
sua época em todas as suas obras, dizendo que era tudo permitido. No tempo do
"Niilismo", tudo era permitido; em nosso tempo, não podemos
conceituar, definir o que prima é o "Niilismo", pois as
características dele estão bem aquém das do nosso tempo. Seria ousado demais
definir o nosso tempo como o do "Não-Ser"? O Ser foi perdido no
tempo, O Ser foi anulado, extirpado, morto, aniquilado nas mãos dos sistemas
políticos e sociais, nas mãos da "natureza humana", nas mãos do
psiquismo e solipsismos, injustiças, drogas, violência, guerras, interesses
espúrios, viperinos, desrespeitos aos direitos humanos. O Estruturalismo canta
com todas as letras, ipsis litteris e verbis, que o homem está morto. Se
tomarmos em consideração a "sensibilidade", "ser sensível",
tal afirmação do Estruturalismo é real, verdadeira: o homem está morto. Não
sentir a dor da humanidade com as guerras, com a fome, com as injustiças
significa que o homem está destituído de sensibilidade, espiritualidade, e
assim a vida não tem mais valor, tanto faz deixar o homem viver ou matá-lo por
nada, deixar a mulher sentir o prazer do sexo com o parceiro que ela escolheu,
que ela ama, ou estuprá-la gratuitamente. Na ausência da sensibilidade, não
somos o nada, não somos o vazio, não-ser somos e somos vermes que arrastam pela
terra. Perdemos a dimensão da humanidade, perdemos o senso do humanismo, da
solidariedade, da compaixão. O Existencialismo diz estarmos jogados no mundo,
mas jogados que estamos colocamos a mochila nas costas e buscamos nossos
valores e virtudes, nossas condutas éticas e morais, a partir das decisões e
escolhas. Mas dizermos isto no nosso tempo é sermos in totum desmiolados,
alienados, pois é condição sine qua non a sensibilidade para tomarmos decisões
e fazermos escolhas. Não-ser somos. Tudo é perfeitamente normal, tudo está nos
seus devidos lugares, o sem-limite é a realidade. A escritora Ana Júlia Machado
descreve lucidamente realidade a realidade os despautérios dos homens, da
humanidade, em todos os níveis. O mundo está muito errado. Mas a escritora não
o faz para deixar registrado, sim para que busquemos resgatar nossa
sensibilidade, nossa espiritualidade, nosso humanismo, compaixão,
solidariedade, especialmente a esperança, sonhos do ser, tornemo-nos homens. A
escritor diz que tem esperança de um mundo melhor, isto porque é sensível, a
sensibilidade habita-lhe, é espiritualidade, o espiritual é a sua visão-de-mundo.
Manoel Ferreira.
Que mundo é este…o que é o ser e estar…..
Mas afinal em que planeta povoamos? Quem somos?
Humanos ou selvagens? Cada instante que passa, mais me questiono o que estamos
cá a fazer? Será que a nossa aparição foi meramente para se ser seres sem
valias, que se anda neste mundo cada vez mais imergidos num precipício sem
termo e que não existe afinal nenhum Ser que alcance fazer deter a maleficência
onde estamos Inseridos. Diz-se que viver é um estímulo e que isso é que dá
fascinação à existência. Mas que encanto é este? Ao despertar, se ligamos o
televisor deparamo-nos com atos de terrorismo, crianças a serem trucidadas,
corrupção e hipocrisia.
Fingimento, aleivoso, cegueira, ganância, estado
completo de ignorância...são inúmeros os infestos dos mortais, pois conduz
incessante e gradualmente à exterminação.
A putrefação é a gadanha arrasadora que difama e
enfuna a pungir a ética, a dignidade, os indulgentes hábitos e a integridade. É
discípula do amor-próprio, da pretensão e da ostentação. O seu procedimento
mistura antagonismos entre aqueles que aluem e os oportunos limiares do
boamente.
Mas pode-se proferir que no fundo os causadores da
putrefacção somos todos nós...quando comparsas, negligentes ou até complacentes
defronte da conduta de corrompimento por parte de diletos e companheiros.
Quando, no desempenho de procuração plebeia, metamorfoseamos só parcialmente em
causa exclusiva, deixando de realizar prometimentos e pactos arrogados em
tripulações táticas e nos transacionamos ao domínio dos "mais
potentes" e, mais ainda, induzimos fundamentar nossa posição alegando
"ser preferível para o povo" -todo mundo produz, mas a degradação!
Somos causadores da degradação quando na prática da
imprensa, arredamos de expandir a realidade dos acontecimentos, adulterando as
notícias para saciar os dominadores.
Como já ouvi várias vezes dizer por alguns eruditos
e com toda a legitimidade, que a putrefacção é rebento da mendacidade, comparsa
igual da traição e esmera-se da avidez e da vanglória. É sigilosa que arruína
as vísceras do nosso tecido coletivo. É a ignorância crónica que absorve o
engenho do avanço, preservando-nos na penúria coletiva.
A ostentação é a exaltação que transporta o sujeito
a se arrebatar com a contemplação das mentes fracas. O presunçoso é oco.
Nutre-se da bajulação, da louvaminha e da subserviência.
Esses utensílios são os escudos indesejáveis que
maneados por podres de espírito, persuadem o pretensioso e o avocam para o
Universo da putrefacção decorosa. O bajulador pode ser análogo à ave rapina,
pois este absorve a decomposição do que já está fenecido, enquanto aquele
abocanha a respeitabilidade do que permanece com vida.
O sujeito de bem eternamente estima aquele que o
avalia e jamais gratula quem o corteja. Tem asseveração da realidade, pois
alcança que o crítico usualmente produz, enquanto o bajulador destrói.
E, assim vai o mundo em que vivemos. Não sei afinal
o que somos, nem nunca saberei, por muito que me esforce em saber. Só sei que
esta gente que vive à custa do outro e mata sai sempre impune. A justiça mais
cega do que nunca.
Sei que muita gente estará a pensar ao ler este
texto, que a corrupção e a barbárie sempre existiu. Que agora com a tecnologia
é que sabemos tudo e outrora tal não acontecia. É verdade, as maiores
atrocidades até cometeram-se no tempo da inquisição. Por isso, é que a minha
inquietação não me larga. Mas também sei que já houve tempos, em que os valores
eram respeitados a corrupção se existia era mínima e não à descarada.
Mas com certeza, o homem foi sempre selvático, já
lhe está no sangue. Não foi eliminado quando deveria ser.
Só sei que não sei quase patavina. Que não é fácil
viver, Que o fado nos reserva incondicionalmente pesar . E que a melancolia
podia findar se houvesse mais amor e irmandade entre os homens. E que a
existência é muito efémera para ser tão penosa
Interrogo-me se ainda tenho esperança que o Mundo
seja melhor…….sinceramente não! E, se alguma vez acontecer vou-me rir de
alegria, quiçá com os astros, sim porque até eles vão-se regozijar de
alacridade, porque igualmente estão a ser vítimas da demência do homem. Porque
cá como ser existente, não avisto de certeza!
Ana Júlia Machado!
#25 de julho de 2014#
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