ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O //"POEMA DO NADA-NADA"// - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Após uma reflexão sobre este poema, diria que
poderia aqui citar Karl Marx onde profere que os indivíduos compõem a sua
inerente anais, mas não a compõem como tencionam... O costume de todas as
géneses extintas algema como um letargo o pensamento dos vivos. Por isso, o
nada de nada ser, está aprisionado sempre ao passado. O devir é sempre
lusco-fusco aos vindouros.
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Igualmente incluiria Jean Paul Satre ond diz que
nos instantes de ataque vital o indivíduo estaca, compreende que está alguma
coisa desacertada e acaba a contestar suas restrições, naturalmente, ele é
conquistado pela perceção do Nada. A consciência de ansiedade atribui o ser de
um ser imperfeito, compositor de sua existência, ainda que seja inepto de
edifica-la com proficiência. O Nada é o antagónico da grandeza do Ser, guia que
aponta a separação entre onde nos achamos e onde aprovaríamos de constar. Deste
jeito o escrúpulo alude e descreve o indivíduo como Nada em conexão aos seus
desígnios e seu porvir, protesta descontentamento com a atualidade que coabita
e ambiciona o porvir que não frui, depreendendo-se e localizando-se meramente
como Nada que é e como Ser que estimaria de ser, mas afinal não é. Palavras que
Satre utiliza como padrão Intersubjetividade, opressão, temor, nada, liberdade,
ser, ontologia.
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E por fim colocaria HEIDEGGER, para ele nada
declara-se na angústia. Esta declaração do nada, no entretanto, não sucede,
segundo Heidegger, nem como indivíduo, nem tão-pouco como coisa.
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O nada não é nem uma coisa, nem um indivíduo. O
nada não sucede nem para si próprio, nem ao lado do indivíduo ao qual, por
assim falar, aquiesceria. O nada é a faculdade da manifestação do ente enquanto
tal para o ser- aí humano. O nada não é uma conceção contrária ao ente, mas
atribuição primitivamente à natureza análoga (do ser). No ser do ente ocorre o
nadificar do nada.
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Para Heidegger é a negativa que atesta a denúncia
do nada no ser-aí humano. Entretanto, a negativa similarmente tem sua proveniência
no nadificar do nada. “Mas a negativa é ainda somente um jeito de uma conexão
nadificadora,sendo assim, antecipadamente alicerçada no nadificar do nada.
E assim sendo, sou eu que profiro que quanto mais
curso por veredas, menos sei. Que sou nada de nada, mas que sendo nada do nada,
existo! Efetivamente não como tencionava.
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Porque os distintos não cedem, os tais medíocres da
taberna, os omnipotentes e os belzebus.
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POESIA DA INSIGNIFICÂNCIA-INSIGNIFICÂNCIA
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Insignificância
De insignificância aos coagidos por solidarização,
comiseração
Insignificância aos avassalados e vitoriosos, por
efetivações, estrépitos
Insignificância aos apaixonados e queridos, por
realidades e sinceridades
Insignificância de insignificância, ser como as
insignificâncias diárias
Existência de insignificâncias contaminando as
insignificâncias de existência
Insignificância de insignificância, vindouros
sombrios lusco-fuscos descorados
Insignificâncias descoradas,
Insignificâncias dia-a-dia,
Insignificâncias existência de insignificância
Insignificâncias- com- insignificância aliciando
agonias a descurarem realidades
Insignificância de insignificância insignificância
Mergulhe - insignificância insignificância
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Divindade lhe compense
Por insignificância existência, mas não constranger
nas valetas da existência
Divindade lhe compense
Por ser a insignificância, subsistir de migas do
quotidiano
Divindade lhe compense
Insignificância a insignificância de
insignificâncias engolfar-se poetizando incultos do não-ser,
Exarando nos índices do tempo os vazios
Do precipício -insignificância vomitados de
dispensados inícios do ânimo
Insignificância de oco no campo desaproveitado do
espírito- insignificância
Terra desaproveitada de insignificâncias- ocas de
concernentes da adversidade
Profanando os términos do ininterrupto
Nos confinantes barbantes do fugaz guarnecido de
eternos rútilos
De luminosidades a o que o torna em si o anula os
sustentáculos da imortalidade
Tirando da cruz os zunidos de ventosidade
Que altissonando o propósito de desgraças solenes
Descobrem os ruídos, cadências do veloz
Que murmuram e suspiram lendas de constrições
inextinguíveis.
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Insignificâncias insignificâncias de insignificâncias
De insignificâncias desaproveitadas
insignificâncias guarnecidas de ocos
De ocas- insignificâncias enfeitadas de terra
Das melancolias sobrevindas das origens,
sobrevindas do primitivo
Outrora-outrora de insignificâncias
Hodiernamente- Hodiernamente de vazios à procura de
distintas insignificâncias
Devir- devir de cegueiras destruídas
Devir, distinta claridade, serão diferentes
devaneios
Anulando de desaproveitadas desalentas da confiança
Terrestre crença das absolutas atitudes,
comportamentos
Da insignificância residida de perenes, da
insignificância existência além-mundo.
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Lá na mercearia
Lá na merceariazinha
Lá mesmo é que tem insignificâncias grotescas
E a regatearia da insignificância
Preenche a existência irrisória
De insignificância a insignificância -
insignificância.
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Por que o oco do insignificância e não o
insignificância genuína?
Insignificância de origem
Insignificância do cataclismo
Por que a insignificância oca de insignificância?
Subtérreos da alma, antros do ser
Insignificância,
Insignificância,
Insignificância da insignificância insignificância.
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Ana Júlia Machado
(06 DE SETEMBRO DE 2014)
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#POEMA DO NADA-NADA#
Manoel Ferreira Neto: POEMA/PINTURA
GRAÇA FONTIS: ARTE ILUSTRATIVA
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Epígrafe:
"Que o nada poetize a vida, mesmo que seu
vislumbre final seja simples ocaso e "Nada"(Graça Fontis)
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Nada
De nada aos obrigados por solidariedade, compaixão
Nada aos vencidos e vencedores, por realizações,
fracassos
Nada aos amantes e amados, por verdades e lealdades
Nada de nada, ser com os nadas quotidianos
Ser de nadas conspurcando os nadas de ser
Nada-de-nada, horizontes ensombrecendo crepúsculos
pálidos
Nadas pálidos,
Nadas quotidianos,
Nadas sendo de nada
Nada-com-nada seduzindo náuseas a negligenciarem
verdades
Nada-nada de nada
Nada-de-nada nada
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Deus lhe pague
Por nada ser, mas não se arrastar nas sarjetas da
vida
Deus lhe pague
Por ser o nada, sobreviver de migalhas do dia a dia
Deus lhe pague
Nada a nada de nadas nadiversando baldios do
não-ser,
Inscrevendo nas tábuas do tempo os vácuos
Do abismo-nada re-versados de escusos princípios da
alma
Nada de vazio no terreno baldio da alma-nada
Terreno baldio de nadas-vazios de pectivas-res do
infortúnio
Desconsagrando os limites do perpétuo
Nas limítrofes linhas do efêmero re-vestido de
perenes cintilâncias
De luzes a nadificarem os pilares da eternidade
Des-crucificando os sibilos de ventos
Que altissonam o destino de tragédias solenes
Des-cortinam os sons, harmonias do fugaz
Que sussurram e murmuram sagas de angústias
perenes.
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Nadas nadas de nadas
De nadas baldios nadas revestidos de vazios
De vazios-nadas revestidos de terrenos
Das nostalgias ad-vindas das genesis, ad-vindas do
primevo
Ontem-ontem de nadas
Hoje-hoje de vazios à busca de outros nadas
Amanhã-amanhã de ilusões desfaceladas
Amanhã, outro dia, serão outros sonhos
Nadificados de baldias des-esperanças da esperança
Terrena fé das incondicionais posturas, condutas
Do nada habitado de eternos, do nada sendo
eternidade.
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Lá na venda
Lá na vendinha
Lá mesmo é que tem nadas mesquinhos
E a mesquinharia do nada
Plenifica a vida medíocre
De nada o nada-nada.
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Por que o vazio do nada e não o nada puro?
Nada de genesis
Nada do apocalipse
Por que o nada vazio de nada?
Subterrâneos do espírito, cavernas do ser
Nada,
Nada,
Nada do nada nada.
Pássaros voam no nada.
Manoel Ferreira.
(06 DE SETEMBRO DE 2014)
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(#RIODEJANEIRO#, 16 DE JULHO DE 2018)
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