#EXEGESE DA FILOSOFIA DA PALAVRA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: MINI-ENSAIO FILOSÓFICO
Exegese da filosofia da palavra, uma dimensão de
obra literária que nos transporta numa espécie de viagem temporal e espacial de
desenvolvimento do ser da palavra até à sua materialização como tal.
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Caríssima e inestimável escritora, poetisa e
crítica literária, Sonia Gonçalves, decido desvencilhar a vossa crítica ao
Aforismo 986 /**OS CAMINHOS DA POESIA SÓ A POESIA CONHECE" por não apenas
conceituar e definir a obra com eloquência, mas por trans-cendê-la e abranger
toda a obra reunida. Nalgumas críticas, vós mencionais sobre esta viagem
temporal e espacial que a obra proporciona, o que me fez perquirir e
in-vestigar minuciosamente para poder defini-la e conceituá-la. Realizo com
esta perquirição, in-vestigação, a Exegese da Filosofia da Palavra.
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A palavra, a poesia, a prosa são efetivamente
Sonho. Sonhamos-lhes o Verbo para expressar a Vida em todas as dimensões, para
dizer o Ser da Palavra. Sem o encontro do Ser da Palavra, a Poesia, Literatura
afastam-se, resta o incólume vazio. Há quem acredite, e não deixa de ser
verdade, que a poesia afasta-se quando deixa de sonhar; em verdade o sonho
afasta-se quando o Ser da Palavra não se patenteia, não é condizente com a
"estesia poética", a "poiésis".
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O sonho que me reside, e nele a poesia não se afasta,
o Ser da Palavra, numa linguagem fenomenológica, é a "intenção
fundamental". Tanto cheirei o perfume do Ser da Palavra no filósofo
epistemólogo Gaston Bachelard, A Poética do Espaço, que este passou a
cheirar-me, e, cheirando-me, tornei-me uma "viajante temporal e
espacial", levando os leitores além. Assim se delineou a Exegese da
Filosofia da Palavra. A obra é exegética. A Exegese da Palavra só se efetiva
quando a obra re-presenta, é espelho do eu-poético do escritor, é expressão da
alma. A cada texto, a cada poema as angústias e ansiedades são inestimáveis, as
dificuldades são inúmeras pois que exigem mergulho abissal, abismático nas
"pre-fundas" da alma, uma verdadeira psicanálise. A exigência é
sempre a superação, a suprassunção. É este um caminho solitário: quanto mais me
embrenho, enveredo nele, a solidão se efetiva mais, fico à margem de todos, mas
já o disse: a solidão não me afeta, a solidão é-me, e me sinto orgulhoso pois
que realizo a Arte e a Vida.
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Sonho que se sonha Arte é Vida.
(#RIODEJANEIRO#, 31 DE JULHO DE 2018)
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