**NA ÉGUA DA METÁFORA EXPLÍCITA/TESE, ANTÍTESE, SÍNTESE** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Tudo se
mostra,
Se não ao
in-verso,
No book de
faces obtusas, paralelas,
A palavra
"mentira" funde-se com
A palavra
"hipocrisia",
Re-vestido
de seus re-versos e avessos,
Do outro
lado da moeda,
Tergiversada
em oratórias compostas
De farsa e
aparência,
De blefe e
tripúdios;
É começar no
in-verso
Para atingir
o verso verdadeiro,
Na contramão
dos desejos e vontades,
Na mão única
das expectativas e esperanças,
Da fé e das
vontades
De louvores
e glórias,
Até à hora
final do crepúsculo,
Instante
último da noite.
Madrugada,
Antes da
aurora do novo dia,
Consumação
da vida e dos tempos.
Apocalipse
do caos.
Sobre um
fundo de neblina e luz,
Ressoa o
cântico plangente,
Canto
ad-jacente,
Balada
ad-stringente,
Canção
re-ticente!...
Nas estradas
do silêncio sublime,
Cavaleiro
que sou,
Uma canção
em busca do espírito,
Catarse que
se processa pela assunção
Do destino,
Nas asas dos
sonhos,
Fantasias,
Quimeras,
Enganos,
Imperfeições,
Bússola de
minha busca
Das águas
límpidas do rio,
Todo esmero
e acuidade
Do estilo,
Linguagem,
Entrelinhas
que são sensibilidade
Em estado de
iluminação,
Nas
ad-jacências da ec-sistência
E do simples
divagar
À toa
Nas alamedas
do ser,
Da vida,
Através de
re-flexões,
Meditações,
Na querência
sensível,
Trans-cendental
Da
continuidade do ser,
Re-fazimento
contínuo
Do desejo do
sonho
E realidade
Que se faz
Nas quimeras
e utopias
Do Eldorado,
Do Paraíso
Celestial,
Da Terra
Prometida,
Arte de
amar,
Segredos do
caminho,
Trilhando a
estrada para os novos horizontes
No arrebol
dos versos antigos,
Dos versos
Tao,
Do Uno
taoísta,
Dos versos
Decassílabos,
Estrofes
eruditas,
Acompanhados
de ritmos pretéritos e presentes,
Meigos e
trans-lúcidos,
Formosos e
gentis,
Charmosos e
ternos,
Vinhas
etéreas,
Aéreas,
Etecéteras,
Nas asas de
Pégaso
Sobrevoando
mares,
Florestas e
abismos,
Na égua da
metáfora explícita e eivada de sentidos,
No lume da
lua-cheia,
No brilho da
lua nova,
Na
transparência
Da lua
virgem,
No numinous
das estrelas,
Do sol
De raios
incandescentes,
Do espaço
in-finito
De
esperanças e fé
De luz
Nos caminhos
de trevas.
Pontuando a
solidão
De sintonia
e harmonia
Com quem
sou,
Amizade e
ternura
Espiritualidade
e carinho
Com o que me
habita
O íntimo,
Eu,
Que crio,
re-crio, estabeleço
Nas relações
de finitude,
De morte, de
nada mais,
Sinto que
real-izo a vida,
Sinto-me
íntimo de mim,
Penso o logo
que se me a-nuncia,
Sinto o
agora com que me embrulho
Nas noites
de in-verno,
Cogito e
percebo o que se me
Re-velará em
tempo
Próximo das
distâncias,
Long-itudes,
Serei vida,
serei nascimento,
Serei
re-nascimento,
Serei
processo de crescimento,
Amadurecimento,
Serei
envelhecimento,
Serei o fim,
Serei
cinzas,
Terei sido
espírito e alma
De mim,
Terei sido
Vida.
Tudo o que
ec-siste,
Vive,
É um
incessante vir e voltar
Além do bem
e do mal,
Aquém da
fantasia e da quimera,
Um nascer e
um morrer,
Um re-nascer
e outros desejos de ser.
Onde,
Quando,
Em que
circunstâncias e situações,
Tudo isso
tornarei verdade,
Tornarei
essência,
Ser,
Verbo,
A verdade,
Sinceridade,
Sem ser
sábio,
Sem ser
profeta,
Sem ser dono
da vida,
Sem ser um
deus
Do momento
presente,
Do instante
futuro,
Quem sabe,
olhando,
Observando
As Pirâmides
do Egito,
De cima para
baixo,
Vice-versa.
Na mesma
concha das mãos,
Con-templamos,
Vislumbramos,
Des-lumbramos,
A-lumbramos
As cores
vivas da natureza e do ar,
Da
eco-logia,
Inspirar
nelas para construir
Outras
realidades,
Considerar
dádiva de viver.
A verdade é
imagem
Nua,
Crua,
A imagem de
pouca razão
Rota,
Baça,
Às vezes
enganação,
Tripúdio,
blefe,
Sufoca,
Condensa.
A imagem é
pers-pectiva
Do olhar
percuciente
Do que
habita a intuição
Da verdade,
Do que
reside na busca
Do ser
De sonhos e
utopias,
Do que há
nos recônditos
Da alma,
Do íntimo,
Delineada no
desejo
De sua
perfeição,
Esboçada na
con-templação,
Da sede de
conhecimento,
Liberta o
coração
De suas
algemas e correntes
De
sentimentos de não.
A verdade é
eco sombrio
Triste, sem
razão,
Alegre brio
do viver,
Do viver
passageiro,
Da morte
eterna,
Do In-finito
eterno,
Da
éter-{n}-idade
Póstuma e
consumada.
Rumo ao
coração
Dos
horizontes e uni-versos
Do Uno e
Verso,
Sem o Verso
O Uno é
fantasia
Dos
solipsismos,
É quimera
das sorrelfas,
Ilusões de a
vida
Ser
Apenas
contingências,
Efemeridades,
Desejo
superficial,
Vontade
gratuita,
Razão
conciliada
Às
ideologias,
Metafísicas,
Interesses,
Logos
ligados e emaranhados
Às
sinuosidades e curvas
Do destino
desde a eternidade,
Da vida
dependente
Do não ser,
MORRER,
MORTE;
Tempo de
usufruir
Felicidades
e alegrias,
Esperanças e
Fé,
A eloqüência
das sensações
E percepções
Do real e
eterno,
Estrofes e
versos
Do que se
foi, do que está,
Do que virá
a ser,
Tese,
antítese, síntese,
Desejo,
vontade, razão,
A linguagem
explicita
Das verdades
finitas,
Da vida
mortal,
De
unicamente cinzas
Misturadas à
terra,
Do
esquecimento,
Do nada;
Declamar
Do poema da
verdade
E eterno
Tempo de
curtir
Prazeres e
volúpias,
Oratória de
todas as intuições,
Iluminações,
Nesse
instante eivado de
Sentimentos,
Dimensões
reais,
Imaginárias
da vida,
Do que
promete vir a ser,
Do que está
fadado
Ao incólume
fim,
Nos
interstícios da intimidade
Outros
estilos e linguagens
Da vida,
Nas
a-nunciações do que
Habita o
mais íntimo
Da
inconsciência,
O mais
pré-fundo
Do mistério,
O mais
abismático
Do enigma,
Outros
encontros e verdades,
São as
flores da floresta silvestre,
Dasein de
Heidegger,
São as
minhas seivas,
Abrindo
novas perspectivas e panoramas,
Para o
in-finito de todas as coisas,
Para a
fin-itude de coisa alguma,
Quando algo
se esvaece,
Escafede-se,
Dissolve-se,
Algo nasce,
E outros
estilos, linguagens
Da vida
Se mostram
plenos,
Absolutos,
Eis o
momento
De outros
mergulhos,
De outros
vôos,
De novas
esperanças
Na
espiritualidade do Verbo,
- “No
princípio ec-sistia o verbo
(A palavra)”
-
Que é Amor,
Que é
Liberdade.
O vento
Varre,
O vento
Assobia,
Encara,
Martiriza.
Ágon-iza,
Angustia
E
Não sabe
porque
Assim o faz,
Não entende
porque
Assim se
processa
No de-curso
e per-curso
Das situações
e circunstâncias,
Mas outro
traz o outro áureo;
Sou o nada,
Mas não vim
do nada,
Vim, sim,
das cinzas,
Às cinzas
re-tornarei,
Não faço
parte
Do nada,
Embora a
imagem, re-present-ação
Do nada,
Sou parte do
todo,
Sou o todo
Nas
ad-versidades
Das partes.
#RIODEJANEIRO#,
16 DE JANEIRO DE 2019#
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