ÍMPAR E CARME DO SÊMEN DO EXTRA-ORDINÁRIO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Espelho. De lá, de cá - imagens? Qual representa
qual? Qual a real? O reflexo está à frente do espelho ou de por trás dele?
Espelham faíscas de luminosidade no meio da picaria, arlequim de momices das
manojos, fisionomia de clemência e bondades, de sua maquilhagem no semblante,
negra, liláceo, o verso do efémero solta prantos secretos, cair-lhe o
semblante, isolamento, melancolia, cosmética no fulgor do observar, cosmética
no ritmo da fala, nostalgia de afagar-lhe a face.
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Fazer amor com as palavras, ditando o interdito do
prazer, interditando o dito do desejo, carne dos instintos do verbo erótico,
interditando o dito do prazer, ditando o interdito do desejo, vai-e-vem de
sentidos, vem-e-vai erótico do ser. Fazê-las gozar de êxtases, elevando-as ao
céu das fantasias da verdade das ilusões da plenitude, trazendo-as às
contingências da carne.
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Conceber querença com as falas, inspirando o vedado
do gozo
embargando o aludido do apetite, corporeidade dos
faros da ênfase luxuriosa, embargando o aludido do gozo, inspirando o vedado do
apetite, ir e vir de emoções, ir e vir lascivo do ser, temperá-las, desfrutar
de pasmos, alteando-as às alturas das extravagâncias da exatidão, das quimeras
da plenidão, conduzi-las aos adrejos da corporeidade, luxúria, faro do ser
inspirando o vedado da jubilação, embuchar das
afeições do céu-aberto, lira do esperma banhando os traços, ocas de intuições
inflamadas, embargando o aludido do delírio lascivo.
Esperma da lira que flui aquecida no ser dos traços
da rijeza
Prazer
Prazer
Prazer
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Volúpia, instinto do ser, ditando o interdito da
satisfação, saciar das querências da felicidade, poesia do sêmen molhando as
linhas vazias de sensações ardentes, interditando o dito da alucinação erótica,
sêmen da poesia escorrente quente no ente das linhas do tesão. Gozo. Gozo.
Gozo. Eros das metáforas, eros dos signos, eros dos símbolos, eros da estesia,
sêmens do estético, sêmens do belo, sêmens da beleza, sêmens do absoluto,
néctar da inspiração, vinho doce da composição de versos e estrofes da alma
sedenta do sabor salgado e pegajoso, bebida essencial dos poetas, sonhadores,
devaneando a eternidade, do instinto, carne de jogos, o poeta interdita o dito,
a poesia dita o interdito, uno e verso do sêmen do inaudito. Disposto, livre e
solto a revestir a flor com esplendor centuplicado - o que falta a esta noite?
Trouxe a tempestade que acabou com tudo.
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Libidos das translações, libidos dos sinais, lábios
das alegorias, lábios da estese, espermas do agradável, espermas do pulcro,
espermas da pulcritude, espermas do supremo, gozo do alento, ebriedade mélica
da constituição de poemas e estâncias da alma ávida do paladar puxativo e
viscoso, tragada fundamental dos vates, utopistas, magicando a perpetuidade
do faro, corporeidade de folias, o vate inibido, o
aludido, a poesia exibe o inibido, ímpar e carme do sêmen do extra-ordinário.
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Bem-querer, escute a balida nos futuros e espaços.
São constatas, balada, cadência do arco-da-aliança imergido de gotas de
pluviosidade, a trovadora, infetada de comoções do absoluto, são as nossas
marchas nas extensões de lis, de xilo, de centeio, experimente na sua alma
todos indivíduos, entoando, dançando, subsultando, teatro da felícia.
#riodejaneiro#, 30 de outubro de 2019#
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