#DE PENSADOR PARA PENSADOR# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Ecs-por a esis do pó, de onde viemos os homens e
para onde iremos, sentindo n´alma os momentos e instantes do efêmero e do
eterno, contra-dizendo-se, harmonizando-se, vice-versa - mas quem disse o tempo
sejam momentos e instantes passando na ampulheta? -, esis do pó que são húmus
da terra, esis que são sêmens de sonhos e utopias do florar de verbos no
des-petalar dos in-fin-itivos dos modos e conjugações... esis do pó que são
eidos dos desejos e vontades da plen-itude do Ser e do Espírito... esis do pó
que são visões da "a prés-ença" da travessia do anoitecer ao
alvorecer, e que se comungam em unis-sono, {e o sonho sintetiza às cavalitas},
à luz do desejo de liberdade.
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Poiésis do alvorecer, a-nunciações da luz,
revelações da claridade, patenteadas evidências, despertando a alma para o
"escutar" os trinos diferentes dos pássaros, sinfonia de sons,
ritmos, melodias e acordes, harmonia do novo e o vir-a-ser do outro que
trans-cende as con-ting-ências dos desejos e vontades, acordando as dimensões
do sensível para a con-templ-ação do In-finito das fontes da natureza que
jorram as águas cristalinas de todas as esperanças e fé no que há-de ser na
entrega verdadeira e plena das buscas da poiética da espiritualidade, da vida
que sonha a luz límpida dos caminhos do campo que levam aos templos dos terços
debulhados de versos e estrofes, meta-estilística...
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Pensador é todo homem. Todos têm gosto, apreciação,
admiração, subjetividade pela revelação do mistério no des-velamento do não
saber. A arte de pensar é dada por um modo extraordinário de sentir e escutar o
silêncio do sentido, o silêncio do significado, o silêncio do significante, o
silêncio do dito, o silêncio do inter-dito, nos dis-cursos das realizações.
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No pensamento não somos apenas enviados a remissões
e referências. Não está na semântica ou na sintaxe a originariedade do
pensamento. Uma paixão mais originária do que toda a semântica ou qualquer
sintaxe, a paixão do sentido, toma posse de nosso ser e nos faz viajar por
dentro do próprio mov-imento de referir, de remeter, de enviar. A arte de viver
correspondendo a um sentido e a uma realidade.
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" .... Não há um pensar, um dizer-se, antes do
silenciar-se em si mesmo.”. E por que não? Porque o ser é algo derradeiro e
último que sub-siste por seu sentido, é algo autônomo e independente que se dá
em seu sentido, que flora em sua floração. Só nos resta encarar de frente as
palavras e o silêncio, o ser no mov-imento de seu sentido a fim de não perdê-lo
de vista e esquecê-lo nas obnubilações do tempo. Lento desenvolvimento da arte
de viver sob o signo do cuidado de si.
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Os percalços e peripécias do tempo nos proporcionam
o horizonte de doação do sentido que se dá, à medida em que se retrai, à medida
que se envela.
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" O belo é a observação do sentir poético. Daí
a transcendência, a metafísica do poeta para compor sua poesia." Um erro
crasso, ruço de todas as metafísicas, vistas à luz deste ou daquele filósofo,
fora o de en-velar a poiésis do tempo e do ser, a dimensão sensível das con-ting-ências
do eterno, das esperanças da eternidade, dos sonhos do Ser, que só se re-velam
na poesia. E na prosa eminentemente poética, cujas dimensões são a semântica e
a linguística do espaço descritivo e narrativo do "dizer", nas
con-ting-ências do cogito e da razão abre-se o horizonte para os
questionamentos e buscas do vernáculo do espírito.
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Então, compor a poesia e literatura poética,
poiésis da literatura, é estar na dimensão do finito, tragédias do nada, à
busca dos In-finitos da Linguagem, dos estilos que as experiências e vivências
outras que a-nunciem os horizontes e uni-versos da esperança e desejos, fé e
sonhos, numa linguagem metafórica, estética, estilística, verdade da palavra e
do silêncio, que inscrevem nas tábuas e molduras do tempo e do ser, das
subjetividades e objetividades, a espiritualidade, o espírito da vida e da
existência.
#riodejaneiro#, 25 de outubro de 2019#
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