#O VAZIO E A ÉTICA DA VISÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: FILOSOFIA
Olhando de viés para exatamente o que concerne
aqui... agora... balada do extraordinário de ouvir o som, o silêncio, sibilo
dos ventos nesta aurora de reflexões e meditações em linguagem e estilo mui
particular na tentativa de comungar a poesia e a filosofia, o silêncio do vazio
na prosa, no nada... exorcizado... belo e pleno e a ética do vazio e o olhar...
Porquanto... outros dormem... a mente vagueia nos inter-ditos inexplicáveis da
alma... Espírito...!...
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A dinâmica da alteridade é como o coração que nos
mantém vivos, é como o sangue que precisa chegar e alimentar todo o existir.
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Se a ética hoje traz em si referência importante,
mister não estar cego, não perder de vista, a alteridade como dinamismo que lhe
lega real fecundidade. Aqui perquirimos o porquê desta idéia. Por nenhum
discurso, mesmo o pretensamente ético, substitui o face a face com o próximo,
numa relação prática.
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Nada fácil ao leitor!... Discernir, num átimo, o
con-texto verbalizado ... a carga estereotipada, metamorfoseada... sentimentos,
sensibilidades e emoções em cada verbo, palavras, frases e pontuações... Ah,
sim... ler e reler... viajar dentre linhas assimilando os sentidos com alegria
prazerosa por conhecer ou tentar ao máximo uma aproximação do aparentemente
indecifrável...
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Assim, tomando em consideração só o vazio pode
re-colher, a-colher o múltiplo, é por esta via que entramos realmente na ética,
por nos fazer viver o encontro o/a outro/a. Neste encontro o primeiro passo é
nunca desqualificar o crítico, a crítica. A alteridade introduz-nos na crítica
quando aceitamos o encontro "eu - tu" mediado pelo diálogo franco,
aberto, transparente. Supera-se o esconde-esconde das máscaras para mostrar
realmente a nossa cara, quem somos, o que pensamos, sem subterfúgios, sem trafulhas,
jogos da mente. Dialogar é colocar-se frente a frente, dizer a sua palavra e
não ter medo da diferença. Este encontro com o o/a outro/a não é apenas
captação de palavras, é muito mais. É o encontro sensível com o/a outro/a,
criando espaço para que o outro "seja", "exista", mesmo no
diferente, diverso, distinto que é... O diálogo transforma-se em real
comunicação.
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Esta ética que fora pensando, in-vestigando,
perquirindo, através do diálogo crítico com a poetisa, escritora, crítica
literária, Ana Júlia Machado, através de minha obra, alimentado pela sede e
fome de re-colher o múltiplo, que contribui para re-fletir a dimensão
filosófica do encontro do vazio e o olhar as coisas sob a luz da ética, sendo
cada um de nós "agente" e "paciente" ao mesmo tempo.
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"Respeitante ao nada e a Arte - conforme Ana
Júlia Machado tecera crítica de uma de nossas obras - apraz-me verbalizar, que
estimar letras impõe abnegação, afinal, a literatura não auxilia para
nada." Há realidades que despendem finalidade, intenção que duram somente
para aformosear a existência, para apontar a susceptibilidade de quem não se
satisfaz unicamente com aquilo que é verídico. A arte, em comum, e a
literatura, em peculiar, são acções, atitudes, escolhas, a liberdade da criação
cuja dimensão habita nessa excelsa “ineficácia”. A "ineficácia"
encontra caminhos para se superar e suprassumir por inter-médido do vazio,
abrindo espaço até para a afeição do si com o diverso de si.
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A literatura é usufruto, é submergir no deleite que
os textos conseguem presentear, consegue re-verberar as contingências do
existir, da existência. O deleite belo que as letras facultam converte-nos mais
concentrados àquilo que é intangível, converte–nos susceptíveis aos padecimento
do planeta.
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Nas letras, haverá distintos itens sobre o dom
literário, e os componentes que a estabelecem, componentes da estética e da
ética da consciência, cláusulas que facultarão a qualquer ser uma viagem do
vazio e do nada ao múltiplo, para um cosmos onde só os enormes espíritos
conseguem contemplar, sendo a consciência-estética-ética dos múltiplos a pedra
fundamental para esta con-templação.
#riodejaneiro#, 17 de outubro de 2019#
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