@ÀS FLAUTAS AS INQUIETAÇÕES@ GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO Sonia Gonçalves: PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Epígrafe:
"Viajar pelos cosmos com tudo inerente
De alma e coração pulsante,
Alussinar alumiante lunar
Lunática mente viajante"(Sonia Gonçalves)
====
Enfastio-me de enfastiar,
Pós fastiar as incongruências,
Resfolegando árduo,
Pós corrida contra os ventos,
Pós banhar-me os pés
Nas águas da Atlântida,
Ou seria do Oceano Atlântico?,
Rogo às curvas incongruentes
Da estrada de mão única,
Só ida, não há volta,
Virando para trás, não se vê
Qualquer sombra de estrada,
Não existe,
Nos lampiões suspensos na parede,
Ao lado da janela de guilhotina,
Iluminando a rua deserta,
A erudição e o autoretrato das sendas,
Veredas palmilhadas,
Acendem as achas na fogueira do conhecimento.
====
Afadigo-me após afadigar-me,
desbasto-me após de desbastar-me
Exausto após devaneios e desvarios
Suplico à minha alma que se aquiete…
Que leve às flautas as inquietações...
Não anuas as corricas acercarem e inveterarem-se,
Resfolega reentrante, na exsudação do pudor em
insânia
Na incúria dos intelectos esgotados das ante faces
Se exibem a si inerentes, sem parar.
====
Pós de quaisquer éresis ilusórias da lírica
Insones por revelarem de si a face des-figurada,
Bastarda de qualquer revelação, doação, entrega
De empatias, sem serem antipáticas,
Nonadas crepitando nas chamas
Ardentes dos éritos e érisis do in-audito
Centelhas etéreas,
Às cavalitas o vento
Antes de quaisquer esias versais
Reconhecem-se semblantes de miseráveis pessoas
joviais,
Recheando as algibeiras, entoam, gracejam,
rodopiam,
No potencial da existência versada sem vida.
Nessa rotina de ser sem existência, na intrujice
Simulam ao paladar do oxigénio que aspiram,
Atentamos perplexos, sem refutação...
====
É preciso prestar atenção ao que o silêncio diz,
atenção livre, deixá-lo perpassar-se em todas as dimensões íntimas da alma, da
inconsciência, da memória, o mesmo que viajar con-templando as paisagens do
campo, re-colhendo e a-colhendo as imagens, sem qualquer pré-ocupação com os
símbolos, signos, metáforas, construindo, elaborando, delineando as
perspectivas e ângulos em que a eidética da beleza e do belo se pre-"en"-fica,
apres-ent-a. A analítica existencial da pre-sença há-de resguardar uma clareza
de princípio sobre sua função ontológica. Por isso, a fim de des-incumbir-se da
tarefa preliminar de explicitação do ser da pre-sença, ela deve buscar uma das
possibilidades de abertura mais abrangentes e mais originárias dentro da
própria pre-sença. O modo de abertura em que a pre-sença é colocada diante de
si mesma deve ser tal que, nele, a pre-sença se faça, de certo modo, acessível
da maneira mais simples. Com o que nela se abre deve vir à luz, de forma
elementar, a totalidade estrutural do ser que se procura. É sendo pre-sença que
o silêncio diz. É habitando no silêncio que a verdade se diz.
====
Nessa rotina de ser sem existência, na intrujice
Simulam ao paladar do oxigénio que aspiram,
Atentamos perplexos, sem refutação
Ao sonho demente da perfídia admitida pela
comunidade.
E finda-se a narração, pois assim pretende-se,
Reflectir esgota o encanto,
da inconsciente população que somos no planeta…se é
que se pode apelidar planeta
Que população, que porvir, que ética, que
preceitos, normas ou regras
Quando se vive em uma anarquia e sem rédeas!...
====
Resta-me o que não desejava,
Sojornar na angústia de haver que aquietar a minha
alma
Como? Não sei…e as pelicas porfiam em surgir, por
via da minha inquietação…
#riodejaneiro#, 29 de outubro de 2019#
Comentários
Postar um comentário