FONTE LUMINOSA DO TEMPLO DE FESMONE - V PARTE# GRAÇA PINTURA: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
V
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Sete pintassilgos e rouxinóis trinam em uníssono a
melodia silvestre, sete cobras e tamanduás estendem suas línguas ao vento que passa
rebolando os éritos, instintivamente sugando o himineu das musas.
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Sete canções de mim próprio, dizendo de minha vida
ao léu do mundo, ao vis-à-vis da terra circundada de mares e abismos,
sobrevivendo de ilusões, fantasias, sonhos, esperanças, fé, silenciam o balir
de mil cordeiros.
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Sete vezes evoco o abstrato, invoco o
transcendente, faço das perspectivas a minha raiz, faço dos ângulos o meu ser,
das linhas a alma, das entre-linhas o espírito, dos
"croquis-de-poesias" a visão do infinito e finito, e a lembranças têm
arestas brancas.
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Sete fofocas da mentira nas bocas, e o interessante
é que a população inteira está rindo, gargalhando frouxamente, mas são
devaneios para os momentos de lazer e inutilidades.
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Sete mentiras da fofoca são bolas de neves nos
lábios carnudos, sensuais, sôfregos de toques serenos e suaves, de plantão para
o próximo provérbio das jeguices e sandices.
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Sete orações foram inventadas, com toda a
sublimidade cardíaca, tern-itude da cachola, para quem na verdade jamais pensou
por si mesmo, e, sobretudo isso, para quem nenhuma elevação da alma é
des-conhecida ou passa desapercebida. Fica-se pensando com os botões truncados,
o que este alguém faz em locais sagrados, em todas as situações importantes da
vida, que requer com prepotência tranquilidade, calma, e uma espécie de
dignidade, honra?
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Sete olhares e vislumbres secretos, criança diante
de idoso homem dissera a este, pós a fala "Sentimos divertida
superioridade e nos enchemos de felicidade, a vida é mágica", "Sim,
vovô... Temos pontos de vista diferentes sobre a virtude", dirigiram-lhe
por res-posta tão malcriada a um homem idoso, era preciso respeitar os homens.
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Sete águas re-fletindo imagens sob raios numinosos
do sol, lírios brancos à mercê de vento suave, belga pousado no arame farpado
da cerca, trinando seu canto, nuvens brancas deslizando no azul celeste, pétala
perdida de rosa vermelha sendo levada a esmo pelo rio sem pressa de sua
jornada, urubus pousados nas galhas de árvores e sobre a montanha, estão
fazendo a sesta para depois inda mais degustar o sabor de alimentação tão
deliciosa.
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Sete volúpias da alma transcendem as elegias do
instante de sonho, em mim sentindo íntimo, a alegria con-juga versos, a
felicidade recita de rimas as fantasias do amor cor-{**res**}-pondido, do amor
sentido profundo, do amor saboreado.
#riodejaneiro#, 19 de outubro de 2019#
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