DIALÉCTICA DA EXISTÊNCIA DIALÉCTICA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO FILOSÓFICO
A vida é frágil, é fragilidade no decorrer do
tempo, e nisso está inscrita, registrada a dimensão de suas magias e belezas,
nas estesias do sol que nasce à soleira da aurora, das estrelas que re-nascem e
re-id-ent-ificam na solidão e silêncio da noite e madrugada o cristal da fé nos
sonhos e ilusões do futuro, que morre no embornal do crepúsculo, nasce,
re-nasce na sombra de raízes da vida que serão promessas de outras sorrelfas e
magias, sempre em busca do bem, dos versos da felicidade, alegria, dos verbos
do amor e cáritas, koinonia da contingência e transcendência, kairós das
utopias da eternidade, dos olhares aos infinitos, distâncias, longitudes.
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Ao perpetrar o futuro, está-se reafirmando o
passado e continuando o mesmo pro-jectum de irradiação temporal do Ser. Passado
e futuro são quiçá nada mais que revérberos semelhantes de uma mesma imagem. O
"Eu" é o conceito que leva à sede de preencher o "vazio" de
agora, o vazio da alma com o vivido, vivenciário. O Não-Eu é o conceito que
leva à cessação deste vazio, por ser a básica psicológica subjacente à sede ou
sua causa. Tanto a religião quanto a ciência, tanto o místico quanto o
psicanalista se acham de acordo: para Freud e Santo Agostinho, o destino da
humanidade constitui um afastar-se do paraíso e um afã para reconquistá-lo. É a
sede, e não a idéia de "eu", a responsável pelo sofrimento: onde está
a água para saciá-la, onde a ideia capaz de re-presentar o saciamento? Se a
sede é uma consequência da delusão do eu, então a questão se re-vela de imediato:
existe algum tipo de relação entre a ficção do "eu" e a febre da
sede.
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O passado – eis o sentimento mais forte e presente
– mexeu-me, remexeu-me por dentro, mudou-me os pensamentos e idéias,
transformou-me os sentimentos e emoções, revolucionou-me a intuição e percepção
das coisas do mundo.
O que é in-verdade
Será verdade,
O que é mortal
Será imortal,
O que é verbo
Será verso,
O que é Verso
Será Uno,
O que é vazio
Será cheio,
O que é nada
Será tudo,
O que é vida
Será morte,
O que é verdade
Será palavra
Nas estesias do sol
Que nasce
À soleira da aurora,
Que morre
Nos braços do crepúsculo,
Promessas de outras
Sorrelfas, magias;
Das utopias da eternidade
Raízes da vida
Que serão koinonia
Da contingência,
Transcendência,
Que serão kairós
Dos olhares aos infinitos,
Distâncias,
Longitudes.
#riodejaneiro#, 17 de outubro de 2019#
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