**VOLANDO A TRANS-PARÊNCIA DA LINGUAGEM** - Manoel Ferreira
Pers-critos lídimos verbos de pretéritos im-perfeitos de desejos de
liberdade, vontades profundas de glórias homéricas, jamais sem precedentes,
poderes inomináveis e inconcebíveis, realizações, que metamorfoseiem os
re-cônditos da alma plen-ificada de náuseas, angústias, á-gonias, tristezas,
trans-eleve-a ao cume das regências nominais de outros horizontes, verbais de
outros uni-versos, de onde a visão templa o panorama do mundo, a paisagem da
terra, concebendo plen-itudes que são genesis para novos in-vestimentos na
busca do ser, da verdade, re-vestindo o inaudito, o incognoscível de eidéticas
esperanças do eterno que é continuidade, e continuamente re-fazendas,
re-criações, abertura lídima e idônea para o verbo do tempo, por onde o
silêncio peregrina volando a trans-parência da linguagem, dizer-se pleno,
dizer-se in totum, dizer-se in extremis na dialética das iríasis, travessia
para o ser re-fletido no espelho do vir-a-ser verbo do sublime, dos éritos,
nonada para o não-ser pres-ent-ificar-se de sorrelfas do vivido, vivenciado, às
voltas sempre com os devaneios e idílios de éden, só re-versar o tempo
inter-dito com as a-nunciações do vazio re-colhendo e a-colhendo as furtivas do
completo, quando, em verdade, em verdade, não são estas dialéticas que preambulam
o ser no interior do verbo, vice-versa, mas a alethesis do verbo na sua
travessia para o silêncio, para a solidão - solidão sem silêncio é
ininteligível, Cristo, antes do Sermão da Montanha estava só e em silêncio,
silêncio sem solidão é inconcebível -, que re-vela a luz, suas cintilâncias e
brilho, pers-crutando a poética do deserto, re-flexão, meditação, instante e
momento pleno de entrega e doação à leveza dos sonhos, sonhos do divino, a
vocação eterna dos homens
Solidão é silêncio, nada de solstícios do efêmero limiando o horizonte,
nada de seduções à luz de Safo, à mercê de Brahma, às cavalitas de Prometeu e
Sísifo, mas as vers-itudes de todas as perspectivas da vida vistas,
con-templadas, templadas, templ-oradas sob o In-finito In-fin-itivo do há-de
verbalizar os a-núncios do ex- sistir a vida, as re-velações da vida desejando
o ex-sistir dos silêncios e do verbo.
A vida são buscas, querências, desejâncias, verdade, mas, antes de
serem, são a entrega, a doação ao Espírito do Verbo In-finitivo do In-finito
entrelaçado, comungado, aderido ao Silêncio In-finito das In-fin-itudes, sempre
o caminho, sempre a caminhada que faz todas as travessias, sempre as travessias
que re-velam os novos passos, esperanças, utopias, sonhos, para a fé no que há
de evangelizar o ser-no-mundo...
Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 13 de novembro de 2016)
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