ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO COMENTA O TEXTO /**HOUVESSE AMANHÃ SIDO...**/
Sem dúvida que é um texto com muitas doutrinas filosóficas....mas
somente apraz-me dizer: O trilho da justeza é a vereda da razão e o trilho do
equívoco é o trilho dos sentidos. Os sentidos asseveram o não-ser.
O devir humanitário é a essência que se concebe na humanidade e em cada
um de nós. Ela faz com que homens e mulheres sejam o que são e faculta que a
índole humana a metamorfoseie em diferente essência, e a história, numa
circulação constante.
Ana Júlia Machado.
HOUVESSE AMANHÃ SIDO...
Houvesse amanhã sido a pers de melancolias solsticiando os interstícios
de verbos a iluminarem os desejos, vontades de outras pectivas do ser, creio
que ficaria sentado à soleira da porta de entrada de meu casebre, a luz acesa,
ouvindo música, "Don´t you forget about me", Simple Minds,
con-templando as cintilâncias estrelares, sonhando com estar passeando
tranquilo num campo de lírios brancos, sentindo em mim dentro a pre-sença das
ex-tases da alegria, tempo nublado, ventinho fresco saboreando o que é isto de
o peito arfar o amor, a alma simplesmente serena, volúpias voláteis
desejando-lhe nos re-cônditos de só sonhos e esperanças, ouvindo o ritmo e
melodia do silêncio tecendo com o som in-fin-itivo do uni-verso a lírica do
espírito que vislumbra futurais dimensões das estesias do prazer. Houvesse
amanhã sido...
Houvesse amanhã sido as re-versas e in-versas inspirações do In-finito
exalando iríases do pleno por todo o horizonte, yalas numinando confins e
arribas de fulgurâncias de sin-estesias e beleza, espetáculo pleno de luzinhas,
baile estético de ex-tases do in-transitivo verbo amar as metáforas líquidas e
límpidas do sublime, a linguagem cristalina do que habita a alma no limite,
travessia para a verdade da solidão que se seiva de plen-itudes do silêncio
dedilhando a melodia in-finitiva da sabedoria nas cordas da cítara da
esperança, querubins sobrevoando o éden do tempo e do vento. Houvesse amanhã
sido...
Houvesse amanhã sido, re-costado no parapeito da janela, primeiras luzes
do alvorecer, ouvido o cântico do pássaro que me toca profundo o in-fin-itivo
de meus verbos de querências e desejância da plen-itude do ser que re-nasce a
todo instante sob o brilho do amor pelos signos, símbolos do eterno, e a cada
verso do espírito que templa as miríades do vir-a-ser o celeste plen-ifica de
luzes o há-de perpetuar a solidão do silêncio com as iríadas do evangelho de
divin-itudes, eternizar, ou melhor, etern-icializar os preâmbulos do genesis
com o som do tempo ad-vindo do abismo das travessias de nonadas concebendo o
efêmero-etéreo das con-ting-ências inicializando os in-fin-itivos uni-versos do
verso-uno de estesias e sin-estesias do Amar, In-transitivo solstício do
alvorecer conciliado com a métrica do silêncio que ritma e melodia as iríasis,
melodia que seduz o ouvido, trans-elevando-o ao som das poiésis do sublime.
Houvesse amanhã sido...
Houvesse amanhã sido a iluminação de hoje, a inspiração de ontem, nada
de desejâncias do aqui-e-agora, neste tempo de agora sinto apenas o ar do
ventilador tocar-me o corpo, muito em breve estarei dormindo, quiçá sonhando
com o éden de sonetos recitados à luz de peregrinar no deserto, querência do
além, desejância do silêncio de subjuntivos à luz do universo-uno do ser de
verbos que in-fin-itivam a alma de seiva de águas cristalinas no rio que corre
no tempo das verdades a serem vividas, vivenciadas, deixadas no per-curso, em
nome do que há-de ser. Houvesse amanhã sido...
Amanhã sou eu no ser-de mim hoje.
Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 16 de novembro de 2016)
Comentários
Postar um comentário