COMENTÁRIO DA AMIGA POETISA E ESCRITORA MARIA FERNANDES AO TEXTO //**HOUVESSE AMANHÃ SIDO...**//
O amanhã será sempre fruto do que plantares hoje, o amanhã apenas será a
sucessão no tempo daquilo que estás projetando hoje, por isso nada como fazer
hoje aquilo que devo fazer e que é a minha obrigação ou apenas prazer, sem
esquecer que tudo será projetado no amanhã. Um abraço, meu amigo Manoel
Ferreira Neto.
Maria Fernandes.
Só sei de mim que plantei amanhã os frutos de todos os meus sentimentos
de amor, de desejos do In-finito, do Silêncio, da Solidão, e espero hoje
con-templar os Verbos do genesis da plen-itude.
Manoel Ferreira Neto.
HOUVESSE AMANHÃ SIDO...
Houvesse amanhã sido a pers de melancolias solsticiando os interstícios
de verbos a iluminarem os desejos, vontades de outras pectivas do ser, creio
que ficaria sentado à soleira da porta de entrada de meu casebre, a luz acesa,
ouvindo música, "Don´t you forget about me", Simple Minds,
con-templando as cintilâncias estrelares, sonhando com estar passeando
tranquilo num campo de lírios brancos, sentindo em mim dentro a pre-sença das
ex-tases da alegria, tempo nublado, ventinho fresco saboreando o que é isto de
o peito arfar o amor, a alma simplesmente serena, volúpias voláteis
desejando-lhe nos re-cônditos de só sonhos e esperanças, ouvindo o ritmo e
melodia do silêncio tecendo com o som in-fin-itivo do uni-verso a lírica do
espírito que vislumbra futurais dimensões das estesias do prazer. Houvesse
amanhã sido...
Houvesse amanhã sido as re-versas e in-versas inspirações do In-finito
exalando iríases do pleno por todo o horizonte, yalas numinando confins e
arribas de fulgurâncias de sin-estesias e beleza, espetáculo pleno de luzinhas,
baile estético de ex-tases do in-transitivo verbo amar as metáforas líquidas e
límpidas do sublime, a linguagem cristalina do que habita a alma no limite,
travessia para a verdade da solidão que se seiva de plen-itudes do silêncio
dedilhando a melodia in-finitiva da sabedoria nas cordas da cítara da
esperança, querubins sobrevoando o éden do tempo e do vento. Houvesse amanhã
sido...
Houvesse amanhã sido, re-costado no parapeito da janela, primeiras luzes
do alvorecer, ouvido o cântico do pássaro que me toca profundo o in-fin-itivo
de meus verbos de querências e desejância da plen-itude do ser que re-nasce a
todo instante sob o brilho do amor pelos signos, símbolos do eterno, e a cada
verso do espírito que templa as miríades do vir-a-ser o celeste plen-ifica de
luzes o há-de perpetuar a solidão do silêncio com as iríadas do evangelho de
divin-itudes, eternizar, ou melhor, etern-icializar os preâmbulos do genesis
com o som do tempo ad-vindo do abismo das travessias de nonadas concebendo o
efêmero-etéreo das con-ting-ências inicializando os in-fin-itivos uni-versos do
verso-uno de estesias e sin-estesias do Amar, In-transitivo solstício do
alvorecer conciliado com a métrica do silêncio que ritma e melodia as iríasis,
melodia que seduz o ouvido, trans-elevando-o ao som das poiésis do sublime.
Houvesse amanhã sido...
Houvesse amanhã sido a iluminação de hoje, a inspiração de ontem, nada
de desejâncias do aqui-e-agora, neste tempo de agora sinto apenas o ar do
ventilador tocar-me o corpo, muito em breve estarei dormindo, quiçá sonhando
com o éden de sonetos recitados à luz de peregrinar no deserto, querência do
além, desejância do silêncio de subjuntivos à luz do universo-uno do ser de
verbos que in-fin-itivam a alma de seiva de águas cristalinas no rio que corre
no tempo das verdades a serem vividas, vivenciadas, deixadas no per-curso, em
nome do que há-de ser. Houvesse amanhã sido...
Amanhã sou eu no ser-de mim hoje.
Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 16 de novembro de 2016)
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