**METAFÍSICAS BARROCAS** - Manoel Ferreira
Águas re-fletindo imagens sob raios numinosos do sol, luzes re-fletindo
perspectivas sob a claridade do alvorecer, lírios brancos à mercê de vento
suave, belga pousado no arame farpado da cerca, trinando seu canto, nuvens
brancas deslizando no azul celeste, pétala perdida de rosa vermelha sendo
levada a esmo pelo rio sem pressa de sua jornada.
E eu, pobre, de sentir medo de tanta feiúra, desmiolado, seguindo em
frente...
Sentimentos leves perpassando o íntimo, Carinho, ternura, afeição. Ouço
o pulsar do coração, extasiado de emoção, no que em mim trago dentro, as
volúpias da alma transcendem as elegias do instante de sonho, trans-elevam
églogas e idílios do minuto de ilusões. Em mim, sentindo íntimo, a alegria
conjuga versos, a felicidade recita de rimas as fantasias do amor
correspondido, do amor sentido profundo, do amor saboreado, do amor
entre-laçado de corpos, busca do clímax absoluto e pleno. No que em mim deseja
de Verdades as regências verbais tecem de erudição a estética do estilo
sensível, espiritual, as metáforas conjugam de imagens a linguística do eterno,
as regências nominais desenham no horizonte as perspectivas da linguagem do Ser
e Tempo, do estilo do Ser e Nada, e nos interstícios da alma de verbos
alucinados, tresloucados, esperanças delineiam de perspectivas cânticos solenes
em uni-versos líricos, plen-itude de êxtases compõem de estesias alhures de
sentimentos à busca de subjetivas verdades algures de desejos de felicidade à
busca do espírito de con-templar o absoluto sentido efêmero, sentido volátil,
sentido nítido nulo, sentido estrela cadente, sentido vazio, sentido lua
minguante, sentido fugaz, sonhos do belo, beleza de re-fazendas conjugam
imagens e intuições, perspectivas e inspirações, criatividade e percepções,
re-criando da memória o movimento, re-inventando das lembranças o impulso,
literalizando da recordação os instantes, no poema do espírito a presença viva
do eterno feito amor, do efêmero feito desejo, do fugaz feito fantasia, do
há-de ser feito querência do simples feito grandeza do nada feito travessia
para o além...
Oh, metafísicas barrocas cadenciando o belo e o feio!!!
Manoel Ferreira Neto.
(25 de janeiro de 2016)
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