//**LUA SEDUZINDO O ESPAÇO COM OS ECLIPSES**// - Manoel Ferreira
E se nos "éritos", dimensões sensíveis do efêmero, do tempo,
onde as miudezas do in-fin-itivo se foram perdendo na arte de bailar no espaço
habitado de luzes, arco-íris, raios numinosos do sol, brilhos da lua,
cintilâncias das estrelas, re-velando a poiésis da cáritas com que o nada se
nutria, alimentava-se para gerundiar a liberdade de perspectivas do sonho e
esperança das divin-itudes, para subjuntivar os desejos e vontades da estesia,
aliás pres-ent-ificada nas bordas e frontispícios do vento, que anunciava a
vida do espírito do amor entre-laçada na alma vazia de éresis e iríadas do
in-finito, nela unicamente as melancolias do genesis, que a inspirava a
con-templar o romantismo da lua seduzindo o espaço com os eclipses, do ocaso
bolinando as constelações com as elipses, as estrelas enamoradas pelas ondas do
mar tocando a areia da praia.
Se nos "éritos" do tempo residem inda vestígios da ilusão do
eterno, quimera dos idílios do absoluto, que, por enigma e mistério das
travessias do vazio ao pleno da alma, que saltitava de felicidade com a chuva
que rega o solo para a florificação, floração da primavera, o efêmero nas
dimensões das dia-lécticas da verdade, in-verdade, da vacuidade e ab-soluto, do
silencio e algazarra da solidão do "eu", compl-etude do
"eu" e "tu", o "nós" do encontro entre o verbo
in-trans-itivo das ventanias do finito, então confins e arribas recebem os
sibilos do vento como semente e húmus para o nada re-nascer de suas ipseidades
e solipsismos do perpétuo, água cristalina que sacia a sede para a jornada à
busca das pectivas da leveza do ser, embora a presença do não-ser, partícipe
dos absurdos que res-ifica a náusea das con-ting-ências, elevando-as ao cume
dos limites das regências verbais da alma, des-cende aos precipícios das
semânticas do insensível frente à superfície da sabedoria que rega a vida de
espiritualidade, jogo lúdico metafórico para não esvaecer no efêmero a presença
do "it" da fé, esperança, sonho, aleluia o nada esplende risos e
sorrisos, um instante de plena alegria, por, na sua jornada à busca das
eret-idades do além, entre-laçar seus idílios da esperança com os cataventos
nos auspícios das montanhas, seguindo as alamedas dos volos da verdade, inda
que ar-zinho gostoso tempório, mas aquela intuição de que o lácio último da linguística
do espírito e da alma, comungados, aderidos, é a poética do nada que de
versejos e versificações vai tecendo com as linhas das páginas antes de
quaisquer outras os ipsis da poesia, o litteris das estrofes efemerizadas no
tempo, plen-ificadas no tempo.
Se nos "éritos do verbo passado de modos e estilos, linguagem e
nonadas e nonsenses que verbalizam o passo adiante do nada para o sublime das
con-ting-ências que se fazem nas angústias e prazeres, tristezas e êxtases,
medos e cor-agens, mas sempre os braços abertos para os in-fin-itivos verbais
do ser.
Manoel Ferreira Neto
(12 de agosto de 2016)
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