COMENTÁRIO DE MINHA AMIGA SONIA SON DOS POEM GONÇALVES AO TEXTO //**NÁUSEA DO NADA**//


Loucura de texto...Fragmentos poéticos de um poeta pensante...Indagações pertinentes a vida é isso?Parece querer gritar...Há um que de admiração e uma certa estafa me parece, só não sei se estafa com as palavras ou com as situações hilárias que o poeta defronta em seu cotidiano. Muito difícil achei comentar esse texto... mas se juntar os fragmentos, os cacos e montar esse mosaico de percepção!!!Só me resta aplaudir...Bjos



Sonia Son Dos Poem Gonçalves



Felizmente, que tenho as minhas agendas, pequenos escritos, do passado. Numa delas encontrei este texto, escrito no Restaurante D´Lucas, Edifício Maleta, Belo Horizonte, no dia da aula sobre a Dialética em Hegel, curso de mestrado.



**NÁUSEA DO NADA**



Náusea do nada, sentimentos re-versos da perfeição do absoluto, das verdades, emoções plenas de vazio, in-verdade, inversas de alegrias, felicidade, satisfação, admira-me como se oide nebtur racuibakuzabdim adnurane inda mais como se pode viver acumulando conhecimentos para se lisonjear, envaidecer-se conversando com amigos da estirpe em alto nível, desgustando as palavras eivadas de sentidos trans-cendentes,
A vida não tem mais sentidos
Nos idos do sense,
A vida não tem mais sense
No há-de vir das perfeições
Sensórias do nada e do vazio,
passando a língua nos lábios para saborear-lhes as delícias, com um lenço branco de seda enxugando a saliva que desce no queixo, aquele néctar delicioso do inter-dito dos ideais e idéias que escorre inevitavelmente, a plen-itude do saber, sublim-itude da sabedoria. E na madrugada silenciosa, angústias, medos, carências - ridícula a vida de conhecimentos, de palavras tecendo de farrapos pretéritos seculares e milenares o sudário inaudito do ser que há-de vir, sendo simplesmente o "não ser"" estagnado nos átimos de segundos e minutos, estacionados na mauvaise-foi da natureza humana. O hábito do conhecimento é uma segunda natureza.
Quê nojo de mim - pudesse vomitaria as entranhas entupigaitadas de "leitinhos" de metafísicas, dialécticas, estruturas do nada na consciência, que legam prazeres e idílios no delírio da perfeição.
Numa aula hoje hoje sobre a Dialéctica de Hegel, levantei-me da carteira, dizendo em tom altissonante: "A léctica do dia a dia é andar numa estrade de poeiras, tergiversando o olhar para a alma do espírito..."
Alguém de meus colegas respondeu: "Algum dia entenderá que os homens somos perfeitos, buscamos, no entanto, a imperfeição do pretérito e do há de ser. Eis a dialética..."
O professor colocou seus livros dentro da pasta, saiu de sala pisando duro, cri que sentiu bem profundo a sua segunda natureza. Saí também de sala e fui ao banheiro, enfiei o dedo na garganta e vomitei o café da manhã.
Sentado aqui numa mesa do restaurante D´Lucas, Edifício Maleta, avenida Augusto de Lima, Belo Horizonte, tomando um Gim Seager´s, acompanhado de uma cerveja bem geladinha, atravesso mares, deixo cidades para trás e subo rios sem margens, sem pressa, de águas cristalinas, ou então me embrenho em florestas, e sempre me dirijo a outras cidades. Tive namoradas, agora uma paixão sem limites e fronteiras, quem sabe no futuro me casarei, terei filhos; meti-me em brigas de caráter ideológoco, o nada brigando com a perfeição absoluta. Nunca pude voltar arás e dizer que não compactuo com o jovem que sou, defendendo conhecimentos e diálecticas do tempo-do-onça, o sonho é a liberdade em questão, "eu diante de mim na imagem do espelho", não eu diante das tradições do não-ser ciscando o ser no galinheiro das retrógradas culturas.
Minha namorada, ontem, antes da ribalta na aula sobre a Dialética em Hegel, dissera: "O destino que você escolheu é sarapalhar pelas contingências em busca de sua sui-ent-idade..."



Manoel Ferreira Neto.


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