**ANJOS DO SENHOR** - Manoel Ferreira/Ana Júlia Machado
Sendas de melancolias, Anjos do Senhor, projetando édens de
re-cord-ações enoveladas de pers-pectivas da inocência que con-templa, no eidos
do tempo, a felicidade plena de verbos tecendo de versos as metáforas do amor e
do bem, metáforas moventes de semânticas do eterno, nas linhas horizontais do
além, nas margens verticais das estradas de poeira, a ingenuidade do ser
perpétuo de imagens que bailam nos re-cônditos da alma a sinfonia sin-crônica,
harmônica das con-tingências que se esvaecem, das trans-cendências que
perpassam por entre os dedos de neve do tempo e dos ventos, sobrevoando o
silvestre de campos idílicos habitados de estesias do alvorecer sob a esperança
do Ser.
Veredas de nostalgias, Anjos do Senhor, trans-elevando nas asas leves do
verbo de proscênios ampliando a visão da cortina que se abrirá e no palco das
linguísticas diáfanas do sonho a performance do uni-verso sob a luz das poiésis
do divino tecendo de espíritos a essência das fontes de águas cristalinas, em
cujos itinerários de travessias lua e estrelas são guias para o in-finitivo
infinito e inaudível do silêncio que a-nuncia as vozes do tempo, vozes de
rogos, vozes de clamores, vozes antigas de verbos do prazer da paz e liberdade,
vozes de desejos e vontades do ad-vir revelado de lembranças in-transitivas do
genesis e apocalipse.
Alamedas de saudades, Anjos do Senhor, do que fora a plen-itude
perpassando nas bordas da pureza sensível, tecendo estrofes sin-estéticas do
ser atrás do espelho dos cosmos, re-n-"ov"-ando de pectivas as éresis
do absoluto perfeito, as iríadas efêmeras do nada obtuso que origina o caos do
vazio esplendido de vácuos, res-plendido de abismos da solidão de cem anos
perpétuos, cem anos em cujos tempos efígies do tempo eivadas de saudades,
ausência do sentimento presente que se nutre do vir-a-ser da vontade do
encontro, re-encontro para o re-nascimento de outras esperanças além dos
instantes-limites, aquis-e-agoras, além do que trans-cende quaisquer
trans-cendências, e outros inter-ditos de inauditos mistérios pres-"ent"-ificando
o espírito que jorra a alma na fonte da vida em estado de concepção da carne e
do verbo, das dimensões trans-subjetivas do corpo que figura o movimento de
gestos e passos à luz diáfana e trans-lúdica do puro.
Res-pondam-me, Anjos do Senhor, o que habita no amor além das luzes da
paz, das realizações, da felicidade, do prazer.
Sucederia que, ao final deste dia,
O há-de afluir procrastina o sossego,
Preterindo quimeras de ser – da – eloquência,
Hipoteticamente brotando
As pétalas do devir em rosáceas,
Cujos odores extasiam
As crenças solares do ultra,
Cuja pulcritude da alma,
Guarnecida de espírito,
Arrebata as intuições,
Sobrepujados de argueiros e fantasmagorias
Às azémolas do perene,
E o rigor do limitado
De literaturas exaram
O póstumo título do "Ente",
Preceitua a lápide da origem
Entrada ao anteriormente era a eloquência,
Após a carnação,
Carnação dos temores,
Carnação dos despojados,
Carnação das ansiedades,
Carnação das melancolias e taciturnidades,
Carnação dos piáculos, escapadelas,
Carnação das inculpas, contrições,
Só os amásios das favilas
Engravidariam as ociosidades da veras?
Manoel Ferreira/Ana Júlia Machado.
(Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2016)
Comentários
Postar um comentário