**SARAPALHAS MEIGUICES DO INFERNO** - Manoel Ferreira
Sentimentos afluem livres, tranquilos, à mercê das dimensões sensíveis,
sarapalhas meiguices do inferno, ode aos valores que eternizam, sátiras às
in-verdades e mentiras que glorificam as exegéticas heresias da con-tingência e
das facticidades dos verbos, tributos às hipocrisias e falsidades que saciam a
fome e sede da solidão, cristalizando o não-ser, o que é a eternidade senão
ilusões e paixões desvairadas, alucinadas e alucinógenas.
Obtusas sorrelfas de compactas glórias, volúveis quimeras de ínfimos poderes,
valáteis fantasias de pequenos conúbios entre sonhos e desejâncias, egrégias
efígies ornamentam templos de falácias e verborréias, atras das constelações a
imagem suprema de infivinito resplendor re-fletida, às ad-jacências do
crepúsculo , mistério do outro lado do perpétuo.
Bertas turpa clara rila
Bone mora sen dasfera
Nacli suna, sora culo
In-auditas idéias re-criam de in-versas mentiras das in-verdades as
miríades de luzes resplendo lâminas de verbos defectivos que conjugam com
excelência as pectivas do etéreo, e as corujas no silêncio da madrugada de
sereno de inverno harmonizam o canto circunspecto e introspectivo das
melancolias do que aos poucochitos e cavalitas se perdeu no tempo, das
nostalgias de éden que a-colhe em si dentro as dimensões futuras das conquistas
e realizações por intermédio da liberdade de sentir e pensar, de se lançar à
busca da vida, na querença do sublime, as cintilâncias das estrelas velam as
poeiras da estra sobre as folhas das pequenas plantações, as poeiras da metafísica
da razão.
Furtiva falácia do credo in-verso versando "ipsis caliptus" do
absoluto sob a contra-luz de obtusos éritos do infinitivo, a fênix re-nasce das
cinzas, as sereias desfrutam o movimento das ondas do mar tocando as docas,
felizes e alegres, con-templando os oásis do deserto com a doçura do lince dos
olhares, gaivota sobrevoa o vale, enquanto o saci-pererê baila à beira da
lagoa, Mefistófeles é crucificado atrás do montículo de terra, roda-viva de
lendas e mitos.
Nissu poli rela sana
Dola yara pera vola
Sisla matra kina tora
Verbos prosaicos de interditos significados e sentidos per-fazendo
dimensões sensíveis do silêncio e solidão que performa vestes dos retalhos e
vestígios da imagem das veredas que con-duzem à paixagem do universal contemplado
dos auspícios da colina sob a chuvinha fina e lenta que cai e o vale das
orquídeas se re-veste de lâminas de águas. Brindar para re-cordar as meiguices
insolentes do inferno que desejam as volúpias do prazer da entrega ao querer a
sublimidade das flores da liberdade.
Koru lala lesse tana
Fuli gras mardi es gale
Lota pen ela luga sus imo
Rena pala rele tala.
Manoel Ferreira Neto.
(25 de junho de 2016)
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